Depois da saída de Gilson Kleina, o Palmeiras apresenta um retrospecto capaz de fazer animar seu torcedor. Foram três jogos e três vitórias, além de nenhum gol tomado. Houve vitória por 2 a 0 contra o Goiás – que está entre os líderes do Brasileirão, por 3 a 0 contra o Sampaio Corrêa e por 1 a 0 contra o Vitória, esta última, ao contrário das anteriores, fora de casa. E o que isso quer dizer?

Alberto Valentim, técnico do Palmeiras: arroz com feijão bem feito
Absolutamente nada.

Em um campeonato de nível técnico muito equilibrado, as vitórias do Verdão contra Vitória e Goiás são resultados naturais. Como também o foram as derrotas para Flamengo e Fluminense. O que se tem que fazer, mais do que avaliar resultados, é apresentar uma análise do comportamento da equipe. E, nesse ponto, dá pra ver alguns méritos no trabalho do interino Alberto Valentim e também da diretoria.

A primeira delas é a decisão de fazer uma comissão técnica permanente. Não se pode avaliar ainda o trabalho de Valentim, mas a intenção de fazer no Palmeiras algo que já existe no São Paulo há algum tempo, com o Milton Cruz, é uma tremenda bola dentro – desde que a diretoria não caia na besteira de querer efetivar Valentim, e desde que o treinador não caia na besteira de tentar a carreira de técnico em outro clube depois do sucesso temporário no comando do Verdão.

Os clubes precisam de um auxiliar que cuide das categorias de base, que conheça o elenco, que ajude a subir os jogadores da base e, mais que isso, que ajude a formar talentos que possam ser aproveitados na equipe de cima. E isso só se torna possível com alguém de confiança da diretoria, que desempenhe essa função e, em casos de necessidade, possa tocar o time. É exatamente isso que Valentim tem feito.
GARECA
E por falar no assunto, Ricardo Gareca, ex-Vélez, é um excelente nome para o Palmeiras depois da Copa do Mundo. É um treinador experiente, com boa bagagem e que sabe utilizar os atletas formados nas categorias de base. Se fechar mesmo com o Verdão, como parece ser o natural, pode haver um incremento de qualidade capaz de fazer o Palmeiras brigar por uma vaga na Libertadores.
Isso, claro, se a diretoria se coçar e arrumar alguns reforços importantes, principalmente do meio para frente.

JOGADORES
Por fim, excelente a contratação do meia Bernardo. Certamente ele possui qualidade para ser titular da equipe do Palmeiras, talvez como um terceiro homem de meio campo, contribuindo muito para dar criatividade e qualidade na meia cancha verde.

Por outro lado, mais um trabalho ruim da diretoria, que deixou o meia Serginho voltar ao Oeste por falta de acerto financeiro. Embora não fosse brilhante, era um jogador que complementava bem o banco de reservas e tinha capacidade de entrar sem deixar o nível dos titulares cair.


ANÁLISES

Estou em dívida com os amigos que acompanham a coluna no Jovem Cronistas porque deixei de fazer a análise dos jogos do Palmeiras. Como acho relevante, vou dar um pitaco sobre os últimos três jogos.

No primeiro deles, contra o Goiás, o Palmeiras não começou jogando bem e, em um lance mais de sorte do que qualquer outra coisa, abriu o placar com Lúcio, visivelmente impedido. Esse erro foi crucial para a partida, pois deu tranquilidade para o Verdão, que marcou o segundo com Henrique e selou o jogo.

Henrique, atacante do Verdão: boas partidas
Taticamente, a equipe jogou arrumadinha – aliás, o mesmo se pode dizer em todos os jogos sob o comando de Valentim. Nada inovador, mas o Palmeiras jogou o arroz com feijão, bem posicionado em campo e com uma vontade que parecia estar faltando nas últimas partidas sob o comando de Kleina.

Contra o Sampaio Corrêa, toda a dificuldade do Palmeiras do meio para a frente ficou evidente. Sem criatividade, o Verdão penou até quase dois terços do segundo tempo, marcando o primeiro tempo em boa jogada de Mendieta, que fez o primeiro. Mas, quando precisou atacar, o Palmeiras teve dificuldades severas, que mostram que o setor precisa de reforços imediatos.

Depois do gol, ficou fácil. O Verdão esperou o Sampaio Corrêa e, nos contra-ataques, matou o jogo com Henrique e Felipe Menezes.

Já na partida de domingo, o que se viu foi um Palmeiras com muita consciência tática. Aplicados, os jogadores do Verdão amarraram o jogo e tiveram a sorte de, em um lance onde a bola bateu no zagueiro e enganou o goleiro, marcar o tento que definiu o jogo com Marquinhos Gabriel, jogador que é excelente opção para entrar em uma partida e mudar a cara do jogo.

FÁBIO E RENATO


Fábio, goleiro do Palmeiras: será o futura São Marcos?
É preciso destacar ainda que a atuação do goleiro Fábio foi excelente nos três jogos. Ele é um dos grandes responsáveis pelo Verdão não tomar gols há três partidas. Seguro, com uma boa saída de bola e muito bom debaixo dos paus, ele tem tudo para ser o goleiro do Palmeiras por muito tempo. É cedo ainda, mas me arrisco a dizer que, quando voltar, Fernando Prass não tem – ou não deveria ter – o lugar garantido. Fábio está jogando demais e certamente dá segurança ao torcedor. Coisa que nem Bruno nem Deola conseguiram, ainda que tivessem, ao longo dos anos, inúmeras chances.
E destaque também para o volante Renato, cria do Verdão e que deu uma segurança impressionante à defesa nas três últimas partidas. Certamente é nome para ser titular nesse elenco do Palmeiras. Ele protege a zaga e ainda consegue sair para o jogo com um passe razoável. Tem tudo para emplacar.



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Eduardo Schiavoni

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