Metálicos, mecanizados e automatizados fomos criados para produzir sem erro e não ter nenhuma disfunção. Programados para hora exata de assinar o cheque, de fazer o gol, defender o penâlti e atravessar a linha de chegada; não analisamos estruturas e construções, mas sim, apenas resultados e momentos decisivos. Somos como um time que só quer chutar e não desenvolver a jogada ou esquema tático.


Esquecemos tudo que nos levou até os fatídicos momentos de erro e acerto, e escrevemos a história apenas com o nome do general que ganhou a guerra, esquecendo todos os soldados que aguentaram, venceram e não bateram em retirada. O que fica marcado são "os" atravessar de linhas, o momento da decisão, seja ela boa ou ruim. Não analisar o contexto tem sido mais fácil para enquadrarmos, rotularmos e estancarmos eventos, histórias e pessoas. Oscilações, falhas da estrutura ao longo do caminho, e a parte onde tudo está funcionando em perfeita ordem nunca é lembrada, pois não somos feitos pra apreciar o lado que mantêm, conduz e estrutura, mas sim, feitos para grandes inaugurações e para apontar desabamentos e implosões.


Temos aversão a colocar um tijolo sobre o outro, odiamos processos e adoramos resultados. Sociedade do excesso que não resolve nenhum problema, apenas o descarta e compra outro mais fácil de lidar. Se existe algum risco em algumas semanas a mais, melhor nem começar seja qual for a empreitada. O treinador perderá as 3 primeiras partidas e será mandado embora, pois ele foi contratado pra vencer, não foi? Não gostamos das retro-escavadeiras trabalhando, e detestamos o que está em obras ou em manutenção. Ansiosos, inquietos e não dotados de paciência, somos nós as vítimas do momento.

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Gilberto Malheiros: Dos Meus Erros de Português
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Sobre a Coluna

A coluna Bombarda é publicada sempre às quintas-feiras.
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Gilberto Malheiros

And I know you don’t understand why I chase what I can’t have.

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