Para quem não me conhece, além de colunista aqui no Jovens Cronistas, sou escritor e hoje gostaria de fazer uma atividade criativa contigo. Recentemente eu li um texto onde a autora fala sobre o “domingo sem tela”, o dia de domingo é um dia escolhido onde ela não posta nada e não interage com nenhuma tela, parece um sonho né? Eu sei, em outro texto que li um estudo aponta que o consumo da internet no período da pandemia cresceu 61%, ou seja, estamos muito mais conectados do que antes. Imagine agora um dia sem postagem, você consegue?


Imagine você um dia sem pegar o celular, sem ligar ou digitar, um dia sem vídeos engraçados do Whatsapp ou um dia sem o texto pomposo do Médium, ou quem sabe aquela Thread do Twitter consegue viver sem ela? O Instagram sem um dia de fotos ou o Facebook sem um dia de textos e divulgações, consegue? Imagina um personagem, um ser humano médio, que trabalha suas oito ou dez horas, talvez mais devido ao home office, mas imagina ele um dia sem postar um stories chegando ou saindo do trabalho, ou talvez sem aquela foto do trânsito diário, difícil né? Aquela comida gostosa ou a viagem que rende fotos ótimas com aquele filtro “Valencia” do Instagram, já pensou um dia sem isso? Eu sei, é complicado, também sou uma pessoa que não consegue viver sem redes sociais.

Eu tenho três perfis no Instagram, dois no Facebook e um no Twitter. Médium? Eu tenho. Linkedin? Também. Blog? Tá lá. Todos esses projetos e contas na internet não são as primeiras, e provavelmente não serão as últimas experiências digitais da minha vida, eu gosto de produzir conteúdo, talvez seja uma forma de validar minha opinião? Talvez, não sei. Gosto de expor o que penso e também das curtidas, é uma ótima sensação né? Eu entro no blogger e vejo que 600-800 pessoas leram o que penso, me sinto bem com isso, assim quando vejo os números das minhas redes que crescem dia após dia. Porém, também é uma cultura nociva, não apenas para mim que produzo, mas para todos que consomem. Empresas como Facebook ou Twitter não produzem nada, eles praticamente abrem um espaço, como se alguém construísse um prédio, você entra no prédio e começa a colocar suas fotos lá, colar cartazes com as causas que você se preocupa e pronto está lá, vivendo de graça e o seu pagamento é o seu tempo. Entretanto, os donos do prédio não são bobos, não pagou com o tempo? Tu irás direto para os últimos andares, sabe aquele papo de engajamento? É isso, você não produz todo dia? Tem quem produza, ele tem mais engajamento e com isso os posts dessas pessoas terão mais alcances, talvez ele esteja com outros selecionados vivendo na cobertura do prédio. Então você já sabe, para viver no prédio é preciso ser bonito, inteligente e engraçado, não é assim? Quer viver apenas de boas no seu canto? Então desocupa o topo, o prédio não tem pena. Certo, mas e se todos os inquilinos saíssem dos prédios e fossem para outro lugar? Um dia sem postagem, apenas um dia sem engajamento seria.

Prédios de Dubai ou seriam as novas redes sociais? Fonte: Divulgação

Esse dia não existe para quem quer produzir conteúdo, não tem frequência? Sai do prédio, não interage? Sai do prédio. Curta, comente e compartilhe, o prédio vai precisar de ti. No fim sou apenas um escritor, queria imaginar um mundo sem a necessidade da postagem, mas esse mundo não existe.

Se você também vive nesses prédios de redes sociais, me siga lá também, isso ajudará na minha estadia:


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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