“Sou responsável pelo que digo, não pelo que você entende”. Muitas pessoas dizem isso como forma de não se responsabilizarem quando dizem algo inapropriado ou impensado. Logicamente uma pessoa pode entender o que dizemos de forma equivocada, isso acontece constantemente. Entretanto, recusar-se a elucidar uma conversa é negar-se ao diálogo. Vejo que dizer que o outro é livre para entender o que quiser e que, se não entender, “paciência”, é uma forma de desvalorizar (e até menosprezar) o outro lado da discussão.
Estamos vivendo um momento em que
as pessoas lutam pela última palavra mesmo que o conteúdo da fala seja vazio.
Isso não significa, porém, que devamos ficar tentando provar todas as intenções
das nossas palavras, porque, de fato, algumas pessoas não querem entender. Não
adianta desenhar. Não é simples dialogar quando há conflito de ideias, mas é mais
que necessário que haja mais respeito.
Na maioria das vezes em que a
discussão é sobre política, por exemplo, logo vêm os deboches, as provocações
que nada mais fazem que tentar desestabilizar o outro, como se conversar fosse
uma espécie de combate. Todos crescemos ouvindo que quem grita perde a razão,
mas humilhar em voz mansa pode? As pessoas estão confundindo opinião com
discurso de ódio e preconceito. Mais que isso: muita gente acha que a sua
opinião é extremamente importante quando ela sequer foi solicitada. Narcisismo talvez.
A coluna Voz de Mulher é publicada sempre às segundas-feiras.
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