Ultimamente tenho observado muito as estatísticas que fazem uma junção entre a pandemia da Covid-19 com fatores socioeconômicos. Podemos ver com estas estatísticas como o vírus tem sido usado para engendrar uma tenebrosa agenda econômica capitalista. Na pandemia, as 25 pessoas mais ricas do mundo, ficaram 255 bilhões de dólares mais ricos. Segundo relatório da Oxfam, instituição que estuda a pobreza e a desigualdade mundial.

Conseguimos observar nesta pesquisa o exemplo da Nigéria, que se encontra a um passo de colapso econômico, no entanto, a sua maior empresa de petróleo, SEPLAT PETROLEUM, distribuiu 132% dos seus lucros para os acionistas, relata a pesquisa da Oxfam.


A Oxfam escreveu no relatório de pesquisa: “A distribuição excessiva de lucros e dividendos a acionistas é uma má notícia para a eliminação da desigualdade, já que ela beneficia principalmente pessoas que já são ricas, não usada para pagar salários a trabalhadores comuns e canaliza incentivo de curto prazo para CEO`s.”

A instituição completa sua pesquisa alertando que este cenário aumenta a desigualdade de gênero, concluindo que a maioria das ações e dos cargos lucrativos dessas empresas encontra-se em cargos masculinos. Isso mostra como a pauta de igualdade de gênero ainda é importante na luta contra o capitalismo.

Com esta conjuntura apocalíptica, os mais ricos ainda se mostram ausentes na ajuda humanitária aos governos em crise. Segundo a Oxfam se essas empresas resolvessem ajudar com uma pequena porcentagem de seus lucros, poderia cobrir todos os custos de diagnósticos e da produção de vacina e, mesmo assim, essas empresas ainda continuariam com seus lucros altos. Mas, o capitalismo não deixa! 900 mil mortes significa geração de lucros... 

Sobre a coluna

A coluna Notas do Cotidiano é publicada sempre às sextas-feiras.

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Jonas Carreira

Historiador -- Insta: @profjonascarreira -- Twitter: @jonasmcarreira

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