O aparecimento da pandemia nos fez repensar o capitalismo. Muitos diziam ou dizem que essa pandemia iria trazer o fim do capitalismo, cheguei a pensar isso também: Uma crise externa, talvez, seria o fim do capitalismo. Porém, o que estamos presenciando na conjuntura atual é uma espécie de mutação para uma forma mais monstruosa de capitalismo. O capitalismo não morreu e nem morrerá. Pode até morrer, mas o que estamos presenciando agora é que a crise pandêmica se inseriu internamente no capitalismo e fez o mesmo recriar-se ainda mais forte.


O início da pandemia alertava para os cuidados com pessoas idosas e pessoas com doenças crônicas. Desde que a pandemia chegou aos países periféricos e escravos do neoliberalismo, o cenário inicial de cuidados mudou. O vírus tornou-se socialmente mais ameaçador.


Estudos comprovam que a Covid-19 tem sido mais agressivo em locais com baixos índices de IDH. Dificuldade de acesso à saúde tem sido um dos fatores de crescimento do número de morte em moradores da periferia, ainda mais em países como o Brasil que já vinha sofrendo uma desconstrução insana das políticas públicas, movido por uma fé ideológica ao neoliberalismo.

O capitalismo logrou um reformismo a crise da pandemia. Mesmo que o motor econômico tenha que passar por falhas, no âmbito da econômica podemos observar uma crise interna. Claro que uma crise interna sempre deixa cicatrizes, porém, uma crise externa poderia causar danos irreversíveis para o capitalismo, mas o monstro capitalista conseguiu transformar a pandemia a seu favor, fazendo uma limpeza étnica e social, facilitando a narrativa do neoliberalismo.

Há séculos o imperialismo usa os países da América Latina como reserva colonial para socorrê-los em momentos de crise. Usaram os militares para isso, quando viram que não precisavam mais – a outra crise (petróleo) necessitava de um governo civil - descartaram os militares. Agora, usam uma marionete com frases de efeito: “E daí?”. O bobo da corte com a cloroquina na mão tem seu valor! São novos tempos... Vai ser difícil o tribunal de Haia julgar tamanho genocídio hodierno. E a esquerda nisso tudo? Acho que ela ainda não assimilou essa inovação.

Sobre a coluna

A coluna Notas do Cotidiano é publicada sempre às sextas-feiras.
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Jonas Carreira

Historiador -- Insta: @profjonascarreira -- Twitter: @jonasmcarreira

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