Olá a todos, todas e todes!
Tudo bem com vocês? Como vocês estão?
Por aqui vai-se indo...
Na semana passada fiz um comentário sobre aquele grupo social que, apesar de viver de salário e vender sua mão de obrar, não se considera trabalhador. Aquele grupo que sempre que se olha no espelho o que vê é um burguês que não é admitido na burguesia apesar de tanto admirá-la: a classe média. Nesta semana que passou tivemos outro exemplo de como age a classe média, mas vou tratar disso mais adiante. Para ler a coluna anterior, clique aqui.
Uma das características do fascismo é o anticientificismo, muitas vezes, disfarçado de ciência.Pois é justamente o que demonstra o presidente Bolsonaro desde o início da pandemia do Coronavírus. Todos os especialistas avaliam que, pela ausência de medicamento para o tratamento da Covid19, o ideal é o isolamento social, a chamada quarentena.
Muitos países que não adotaram essa prática sofreram, e estão sofrendo, com centenas de milhares de mortes.Contrariando os especialistas, Bolsonaro afirma e repete o que parece que só ele sabe: os remédios para combater a doença são a Cloroquina e a Hidroxicloroquina.
Depois de quatro meses de crise pandêmica, em que desobedeceu diariamente o isolamento social e, desta forma, deu o exemplo seguido cegamente por seu rebanho - gado?, Bolsonaro seguiu dizendo que a solução para a doença estava nos remédios citados e para reforçar sua liderança fez o que todos consideravam improvável: depois de realizar um terceiro exame para saber se estava com a Covid19, anunciou que dera positivo e que começaria o tratamento com Cloroquina.
Além de (auto?)medicar-se, o presidente fez vídeos em que consumia comprimidos do remédio e reforçava a ideia do tratamento dizendo "Estou me sentindo muito bem." Um detalhe, ou a sua falta, chamou a atenção dos mais atentos na platéia: em momento algum apareceu o médico particular do presidente - ele tem,né?- para dizer que receitara o dito remédio ao presidente. Será que algum médico poria em risco seu registro no CRM - Conselho Regional de Medicina - por um capricho do presidente?
Depois de insistir no teatro da Cloroquina, Bolsonaro abandonou o tratamento e veio a público não indicar a medicação. É bem verdade que enquanto esteve fazendo uso do medicamento, o presidente fazia, pelo menos, dois eletrocardiogramas diários. O que, convenhamos, é possível na realidade de qualquer brasileiro da periferia à burguesia industrial. (notaram a ironia?).
O que aconteceu foi que o Ministério da Saúde entrou em cena e sugeriu ao Instituto FioCruz que indicasse aos médicos a sugestão da prescrição dos referidos medicamentos. Vocês tem ideia do que isso pode significar para uma instituição com o prestígio da FioCruz? Imaginem o que pode significar para a instituição este tipo de solicitação vinda do Ministério da Saúde? Aguardemos os próximos movimentos do governo Bolsonaro nesta área.
Outra pergunta que fica é até que ponto pode ir a interferência do governo Bolsonaro na instituição. Isto é o anticientificismo bolsonarista disfarçado de ciência.
A semana não poderia terminar sem mais uma demonstração de como age e pensa a classe média. Depois do "Cidadão não, engenheiro formado..." foi a vez do desembargador "Decreto não é lei", "Não uso máscara." A arrogância daquela criatura é típico de alguém que se coloca acima do bem e do mal. A impressão que fica é que estamos mal, muito mal. Do jeito que a coisa vai, não sei sabe que tipo de humanidade sairá desta pandemia..
Até semana que vem.
Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
Twitter e Instagram: @prof_colorado
PodCast SobreTudo: by Ulisses Santos
Sobre a Coluna
A coluna SobreTudo é publicada sempre às terças-feiras.
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Na semana passada fiz um comentário sobre aquele grupo social que, apesar de viver de salário e vender sua mão de obrar, não se considera trabalhador. Aquele grupo que sempre que se olha no espelho o que vê é um burguês que não é admitido na burguesia apesar de tanto admirá-la: a classe média. Nesta semana que passou tivemos outro exemplo de como age a classe média, mas vou tratar disso mais adiante. Para ler a coluna anterior, clique aqui.
Uma das características do fascismo é o anticientificismo, muitas vezes, disfarçado de ciência.Pois é justamente o que demonstra o presidente Bolsonaro desde o início da pandemia do Coronavírus. Todos os especialistas avaliam que, pela ausência de medicamento para o tratamento da Covid19, o ideal é o isolamento social, a chamada quarentena.
Muitos países que não adotaram essa prática sofreram, e estão sofrendo, com centenas de milhares de mortes.Contrariando os especialistas, Bolsonaro afirma e repete o que parece que só ele sabe: os remédios para combater a doença são a Cloroquina e a Hidroxicloroquina.
Depois de quatro meses de crise pandêmica, em que desobedeceu diariamente o isolamento social e, desta forma, deu o exemplo seguido cegamente por seu rebanho - gado?, Bolsonaro seguiu dizendo que a solução para a doença estava nos remédios citados e para reforçar sua liderança fez o que todos consideravam improvável: depois de realizar um terceiro exame para saber se estava com a Covid19, anunciou que dera positivo e que começaria o tratamento com Cloroquina.
Além de (auto?)medicar-se, o presidente fez vídeos em que consumia comprimidos do remédio e reforçava a ideia do tratamento dizendo "Estou me sentindo muito bem." Um detalhe, ou a sua falta, chamou a atenção dos mais atentos na platéia: em momento algum apareceu o médico particular do presidente - ele tem,né?- para dizer que receitara o dito remédio ao presidente. Será que algum médico poria em risco seu registro no CRM - Conselho Regional de Medicina - por um capricho do presidente?
Depois de insistir no teatro da Cloroquina, Bolsonaro abandonou o tratamento e veio a público não indicar a medicação. É bem verdade que enquanto esteve fazendo uso do medicamento, o presidente fazia, pelo menos, dois eletrocardiogramas diários. O que, convenhamos, é possível na realidade de qualquer brasileiro da periferia à burguesia industrial. (notaram a ironia?).
O que aconteceu foi que o Ministério da Saúde entrou em cena e sugeriu ao Instituto FioCruz que indicasse aos médicos a sugestão da prescrição dos referidos medicamentos. Vocês tem ideia do que isso pode significar para uma instituição com o prestígio da FioCruz? Imaginem o que pode significar para a instituição este tipo de solicitação vinda do Ministério da Saúde? Aguardemos os próximos movimentos do governo Bolsonaro nesta área.
Outra pergunta que fica é até que ponto pode ir a interferência do governo Bolsonaro na instituição. Isto é o anticientificismo bolsonarista disfarçado de ciência.
A semana não poderia terminar sem mais uma demonstração de como age e pensa a classe média. Depois do "Cidadão não, engenheiro formado..." foi a vez do desembargador "Decreto não é lei", "Não uso máscara." A arrogância daquela criatura é típico de alguém que se coloca acima do bem e do mal. A impressão que fica é que estamos mal, muito mal. Do jeito que a coisa vai, não sei sabe que tipo de humanidade sairá desta pandemia..
Até semana que vem.
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Ulisses B. dos Santos.
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