Muitos críticos ao PT e aos seus 13 anos de governo dizem que o PT errou em suas alianças com alguns setores da direita e da burguesia. Vejo, realmente, que houve erro do PT em certas alianças republicanas; trilhou o caminho errado. Podemos ver que os erros do passado ainda continuam sendo considerados, em se tratando da esquerda. A esquerda vem pegando um caminho espantoso para tentar derrubar o bolsonarismo.


Frente ampla, nome dado ao acordo que une partidos de esquerda e alguns partidos de direita, considerados como “direita boazinha”. O objetivo dessa união é a construção de uma oposição capaz de destruir a extrema-direita fascista, liderada pelo inepto presidente da República, Jair Bolsonaro. Uma aliança com um idealismo válido, porém, nos deixa com certa pulga atrás da orelha e cheios de perguntas. 

República do café com leite expressa em uma charge 

A pergunta que a base de partidos ligados à classe trabalhadora faz é: Como será o pós-forabolsonarismo para essa coligação? Cada partido que compõe a frente ampla seguirá seu caminho ou se formará um pacto que deixarão eles atrelados uns aos outros? Diante dessas perguntas, os trabalhadores ficam no meio do caminho, assistindo um possível jogo político com concessões de poderes. Um resquício da república do café com leite, mesmo que não seja restaurado em sua totalidade, mas reproduzindo os mesmos pactos. E isso não seria difícil em nosso país, estamos acostumados a viver do passado. A expressão “caçador de marajás” e seu contexto histórico é um exemplo, e me atrevo a dizer que estamos vivendo isso em generalidade, só falta o impeachment.

Uma coisa é certa, os jogos vorazes já começaram ao percebermos as escolhas de candidaturas para as prefeituras dos estados nas eleições estaduais desse ano.  Exemplo disso, vemos na prioridade dada ao candidato do PT na prefeitura de São Paulo, um golpe indubitável na base do partido. E a desistência de Marcelo Freixo para a prefeitura do Rio de Janeiro, agradando os direitosos do frente ampla. E os trabalhadores? Fica para segundo plano! O grito de Fora Bolsonaro é um grito de luta nas ruas e não um joguete político.

Há um tempo, eu vinha batendo na tecla de uma união da esquerda, sem precisar fazer jogo sujo. Desde as eleições de 2018, essa união já deveria ter sido feita. A esquerda ficou desconexa e não conseguiu força pra derrubar o bolsonarismo em 2018. O PT não abriu mão do seu ímpeto pelo poder e acabou elegendo isso que temos hoje. E a esquerda comete o mesmo erro, fazendo coligações erradas. Não sei se é por malicia ou por inocência mesmo, mas muitos integrantes da frente ampla, que se dizem progressistas, afirmam que a união de todos deixa o fora Bolsonaro bem mais forte. Ledo engano! A esquerda tinha força de união em 2018 e ainda possui tal força, basta algumas lideranças arrefecerem certas vaidades e começar a pensar no povo. Isso seria o verdadeiro ânimo da esquerda. Sem isso, tudo vira jogo de oligarquias pelo poder. Não quero pensar que a esquerda tenha se vendido para isso. Sigamos em frente, FORA BOLSONARO!

Sobre a coluna

A coluna Notas do Cotidiano é publicada sempre às sextas-feiras.

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Jonas Carreira

Historiador -- Insta: @profjonascarreira -- Twitter: @jonasmcarreira

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