Amigos, amigas e amigues. Tudo bem? Por aqui vai-se indo...Conseguem ver daí a fumaça do incêndio no parquinho?

Quando achávamos que o presidente Bolsonaro havia deixado seu eleitorado em situação difícil de explicar com a exoneração do Ministro da Saúde, ele consegue se superar dando um nó daqueles nos neurônios da sua bolha: discute e exonera seu superministro da justiça e segurança pública, Sérgio Moro. Bolsonaro assistiu seu superministro minguar, sem qualquer condição aparente de reação, e sair como mais um ministro da justiça e viu um simples ministro da saúde, colocado só para compor o ministério, ser exonerado na condição de superministro, num evidente tiro no pé. Expliquei aqui na coluna anterior.

Mais uma vez a nação assiste perplexa o governo desperdiçar mais uma semana que deveria ser focada no combate à pandemia do novo Coronavírus.  Como se repetisse  movimentos, que lembravam a Lava Jato, os pronunciamentos de Sergio Moro e Bolsonaro ocorreram na sexta-feira. Parecia combinado para pautar as edições de final de semana dos jornais e telejornais e os demais programas das emissoras de tv.

Entre as tantas denúncias de Moro estava a de que em nenhum momento assinou a exoneração de Maurício Valeixo o que configuraria falsidade ideológica. A prova de que havia algo errado naquele documento é que horas depois foi emitido outro documento, de igual teor, só que desta vez sem  Vivemos para ver/ouvir Sergio Moro dizer para todo o país ouvir, incluindo aí bolsominhos, que a Polícia Federal nunca sofreu interferência do governo federal durante a Lava Jato.
Pois é o Moro disse o que dizíamos o tempo todo.

Em meio ao falso debate entre os dois, falso porque até ontem ambos eram amigos que uniram-se "por um novo Brasil", Moro disse algo que passou desapercebido. Durante sua coletiva comentou que havia pedido ao presidente uma pensão, já que havia aberto mão de 22 anos de contribuição previdenciária para ser ministro. Para verem a gravidade do momento de sincericídio de Moro, leia do que trata o artigo 317 do Código Penal, aqui. Este artigo no qual foi usado para enquadrar o ex-presidente Lula no caso do Triplex do Guarujá. Daí, pergunto: não é a mesma coisa? O artigo trata da simples solicitação de vantagem indevida. Entenderam? E qual foi o papel da nossa imprensa? O tradicional silêncio quando se trata de tema muito grave.
Alguns dirão que foi muita informação e algo sempre escapa. Eu digo que se fosse um ministro do PT isso não escaparia.

É importante lembrar que estas duas personagens até ontem eram unidos e uniram-se para decidir a eleição presidencial de 2018. Deu no que deu.

Depois de muito tempo não se viu nenhuma reportagem sobre o CoronaVírus e a Covid19. Ao invés disso assistimos mais um capítulo da crise política deste (des)governo e, sem dúvidas, o capítulo mais grave.

Nestes quatro dias de crise política, viu-se um aumento significativo nos casos de contágio e óbito por Covid19.

Até semana que vem.

Saudações,

Ulisses B. dos Santos.

twitter e Instagram: @prof_colorado

Sobre a Coluna

A coluna SobreTudo é publicada sempre às terças-feiras.




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Ulisses Santos

Sou um cara solidário e humanista. Procuro ser empático com o outro. As relações humanas fazem com que cada um de nós seja alguém que ao acordar é uma pessoa e ao dormir seja outra. Sou professor da rede pública estadual do RS desde 2002 e escritor desde sempre. Tenho livros escritos sobre a história de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Sou também jornalista que transita em áreas como o jornalismo esportivo e cultural. Portanto, se precisar dos meus serviços estou à disposição. Entre em contato.

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