Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, estava dentro de uma kombi que presta serviços de transporte coletivo no complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, quando foi atingida por um tiro fatal disparado por um soldado da PM fluminense, segundo testemunhas. A garota entrou para as estatísticas como a quinta criança assassinada a tiro no estado neste ano. É inequívoco que a chamada Política do Enfrentamento (se é que isso é política), promotora de grandes e espetaculosas ações policiais pelas ruas estreitas favela adentro, não tem apresentado resultados satisfatórios quando o que se propõe é o bem-estar do conjunto geral da sociedade. É importante dar ênfase porque existe quem defenda o método para promover algo que muito se assemelha (cor e cheiro) a genocídio à população jovem e negra. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), defende o “abate”. Não por acaso ficou três sem se pronunciar sobre a morte de Ágatha. Peso na consciência, já que também tem uma filha na mesma idade da mais recente vítima, ou calculando politicamente o que fazer de modo que não gerasse tanta irritação em seu eleitorado (o da “faca na caveira” e que não se compadece com o assassinato de Ágathas)?

Witzel foi ver o que rolava nas redes antes de se manifestar, o que também fizeram integrantes do (des)governo Bolsonaro: de Brasília, Mourão sugeriu que as testemunhas, ameaçadas indiretamente por narcotraficantes locais, estavam mentindo sobre o atirador e Heleno afirmou que Jair Bolsonaro não tem de se manifestar sobre o ocorrido, uma vez que o assassinato trata-se de um evento da esfera estadual e o presidente, que se pronunciou sobre a morte do tal “Mc Reaça”, não tem tempo para isso. Fato é que Ágatha foi morta. Duas semanas antes tinha sido a vez de José Pio, “abatido” no local de trabalho, uma laje na Vila Kennedy. Ao todo, cerca de 900 pessoas (muitos apenas civis) foram “abatidas” pela polícia dentro dos limites do RJ. A polícia, por sua vez, perdeu cerca de 50 combatentes, todos mortos em serviço.

Em meio à morte de crianças por supostas “balas perdidas”, o presidente Jair Bolsonaro foi à 74ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para a última pá de terra sobre a história da outrora respeitada diplomacia brasileira, com um discurso passível de adjetivos do tipo ignorante, preconceituoso, fantasioso e por aí. Após participação digna de tirar o chapéu por seus disparates, Bolsonaro soltou um “I love you” (eu te amo) para o presidente dos EUA, Donald Trump, em mais uma demonstração de subordinação gratuita do patriota brasileiro.

Da comitiva presidencial, destaca-se também a indígena Ysani Kalapalo, convidada às pressas para compor cena. Sai Helio Negão. Entra Ysani.

De volta à normalidade brasileira, o STF mandou mais um recado aos agentes irresponsáveis da LJ, que respondeu instrumentalizado o “troféu” Lula (mudança de regime); o PSL e o bolsonarismo racham em mais partes, numa briga diurna por atenção e poder; e Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República (de quem ninguém mais falava), apela à potência 10 para vender seu “Nada Menos que Tudo”, seu livro de memórias.

Os cronistas Adriano Garcia e Claudio Porto levam ao fogo o caldo à brasileira nesta edição do Redação JC.


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Redação

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