Foto: AFP

Amigos e amantes do Calcio! Restando ainda cinco rodadas para o fim da temporada da Série A, a Juve já garantiu o Octa que sabíamos há meses que viria. Com uma vantagem de 20 pontos sobre o vice-campeão (ao menos por enquanto) Napoli, com 18 ainda a serem disputados pelo adversário, o time de Allegri confirmou matematicamente na tarde deste sábado a conquista de mais um scudetto, que vem como consolação após uma temporada de algumas frustrações importantes, como a dura eliminação ante a Atalanta na Coppa Itália, bem como a eliminação na Champions League neste meio de semana ante o Ajax. Conseguirá Allegri resistir e manter seu projeto á frente do time?


É evidente que a construção desse domínio local, que diferentemente do que coloca quem NÃO ACOMPANHA o futebol italiano, é algo muito difícil, pela qualidade e competitividade das equipes, tem muito de Allegri e este mérito deve ser dado invariavelmente, independente do destino do treinador ao final da temporada. Claro, a construção disso começa lá atrás com Conte, mas houve evidentemente um avanço nesse processo de domínio, comandado pelo atual treinador. E destaca-se a ideia de avanço, pelo fato de que os adversários avançaram.

Ainda que também viva uma temporada decepcionante e com fim melancólico, o Napoli vem crescendo nos últimos anos e se estabeleceu como a segunda força local. Sim, esta temporada é uma exceção em relação as últimas, onde víamos um avanço das equipes da capital. Mas à princípio, isso deve ser encarado como algo pontual, creio que podemos esperar um retorno a bons momentos por parte destas equipes na próxima temporada, somado ao contínuo crescimento das equipes de Milão, bem como da brava e ofensiva Atalanta, a cada temporada melhor.

Digo tudo isso para enaltecer o tamanho deste octa, é algo muito significativo no futebol mundial. Sem desmerecer, é diferente com o que acontece na Alemanha em relação ao Bayern. Na Alemanha ocorreu um processo de apequenamento de vários clubes grandes e tradicionais, abrindo caminho para um domínio sem resposta dos bávaros. Neste momento, surgem timidamente forças antes pequenas e médias como prováveis combatedores no futuro e temos lá um Borussia Dortmund que se impõe sobre os demais enfraquecidos clubes alemães, mas não consegue duelar no confronto direto, como temos visto no retrospecto recente.


Pronto, os devidos louros foram dados. Agora entramos nas controvérsias. Muitos bianconeri irritados com a eliminação da equipe, agradecem Allegri pelas conquistas das quais participou, mas dizem que a ele falta "algo mais" para vencer a Champions. E nesse sentido, sugerem nomes, questionei em um dos grupos de torcedores da Vecchia Signora, qual seria o "grande nome" para assumir na visão deles, visto que "Allegri não dá mais" segundo os mesmos, quando se fala no objetivo de vencer a Champions. Os nomes mais citados são de ten Hag, o algoz holandês e de Maurício Pochettino de grande trabalho no Tottenham, mas que (também) não tem elenco para ser campeão de Champíons, aliás, sequer da Premier League. Porém, após a eliminação, o nome mais especulado na Itália é o de Conte, em uma volta que também agradaria alguns.

A questão é que eu sinceramente não consigo determinar que Allegri seja um "impedimento" para a conquista da Champions. Eu vejo tudo como um processo longo de construção, de elenco, de chegada na competição, de mentalidade vencedora em mata-mata (e talvez aí esteja o fraco do atual comandante), de investimento, enfim, uma série de fatores. Nesse sentido amigo bianconeri a ler este texto, eu não descarto que possa ser uma boa mudar de ares, trazer um desses nomes citados ou outro, o próprio Abel Ferreira do Braga, de liga que também cubro aqui no site, é um nome a se observar. Mas o que quero dizer é que isto não significará o êxito nessa obsessão que é a conquista continental. No meu entendimento, este processo ainda está em uma parte do caminho, como um download que está 70% concluído.

O time precisa fortalecer ainda mais o elenco, a chegada de Cristiano Ronaldo foi um baita avanço nesse processo, mas não é "só" isso. O time precisa ter mais opções de primeiro nível, precisa sentir menos as mudanças na equipe, precisa olhar pro banco e ter peças de nível muito próximo em relação ao titulares e este é um processo contínuo.


Sinto que parte dos torcedores e dirigentes viveram uma acomodação, no sentido de que, o time já era dominante na Itália e com a chegada de Ronaldo o sonho "automaticamente" se realizaria. Nesse sentido, não há que ter "vergonha" do baque sofrido ante o Ajax, mas sim, tirar esta lição de que o desenvolvimento do elenco continua, erguer a cabeça e seguir lutando até chegar a esta conquista, sem esmorecer em âmbito local, pois ainda que pareçam, distantes, os rivais estão se aproximando cada vez mais e vencer é sempre o objetivo. A derrota na Coppa Itália mostra que a distância não é assim tão abissal como o cara no bar assistindo ao "Jogo Aberto" diz.

Por isso, colocando as coisas em seu devido lugar, esta conquista mais que anunciada que se concretizou no último dia 20, tem sim de ser muito comemorada, é um feito incrível e que merece todos os louros. Consola também o torcedor diante de duas importantes decepções, principalmente em relação à Champions. Mas mostra como já dito, que mesmo com Cristiano, que após rumores de saída deve ficar, bem como Dybala, o time tem ainda um caminho a percorrer, para que possa erguer a orelhuda. Com ou sem Allegri no comando.



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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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