Olá fãs da velocidade! Voltamos nesse domingo para comentar o GP da China de 2019, a milésima corrida da história da Fórmula 1! Numa madrugada até bastante tranquila, Lewis Hamilton colocou ordem na casa e venceu com folga, seguido por Valtteri Bottas, que completou a terceira dobradinha da Mercedes na temporada- um começo pra lá de inesperado para os alemães! Com vocês, o que de melhor aconteceu nesse fim de semana:

Foto: LAT Images

Após um início de temporada abaixo das expectativas, a corrida desse final de semana mostrava-se importantíssima para a Ferrari, que mais uma vez aparecia como favorita das apostas antes dos treinos livres começarem. Do outro lado, a Mercedes corria duro atrás do adversário, que se mostrou muito mais forte no Bahrein.
Depois de certa irregularidade nos treinos livres, quem apareceu imparável no sábado foram as flechas de prata! Bottas marcou a pole seguido de muito perto por Hamilton, com ambos os pilotos colocando três décimos de segundo nos carros da Ferrari. Uma diferença de respeito, que já mostrava a força dos alemães no circuito de Shanghai, e também o seu poder de virar o jogo em situações adversas. Sintomas de um domingo tenebroso para a escuderia italiana...

Chegamos na hora da largada e uma pista fria e escorregadia prometia complicar os pilotos, tanto que Verstappen e Kubica acabaram rodando já na volta de apresentação! Partindo da pole, Valtteri Bottas também teve problemas de tração e acabou patinando nos primeiros metros, deixando o caminho livre para Lewis Hamilton assumir a ponta. Largando logo atrás de Valtteri, Sebastian Vettel acabou encaixotado pelo finlandês e não conseguiu se defender do companheiro de equipe Charles Leclerc, perdendo a terceira posição para o monegasco. Mais atrás, destaque para a excelente partida de Sergio Pérez, que aparecia já no oitavo lugar após o fim da primeira volta.

Enquanto Hamilton ia se distanciando de Bottas, as atenções se voltavam para a briga interna da Ferrari. Sebastian Vettel estava a menos de um segundo de Charles Leclerc, mas não conseguia aproximação o suficiente para tentar a manobra. Pelo rádio, a equipe pediu ao monegasco que aumentasse o ritmo, caso contrário teria que ceder a posição para o companheiro. Dito e feito: apenas uma volta depois, Charles foi informado que deveria abrir para Seb, e assim o fez, ao final da reta de largada.
Tal atitude demonstra claramente a manutenção da velha mentalidade ferrarista: nosso primeiro piloto é o mais experiente e o segundo piloto trabalhará exclusivamente para ajudá-lo a conquistar o título. A atitude foi completamente errada? Talvez não. Vettel demonstrava mesmo um potencial de seguir mais rápido. Desnecessária? Acredito que sim! Principalmente pelo climão que acontece depois, com Leclerc mantendo um ritmo quase idêntico ao de Vettel, conservando-se próximo do terceiro lugar.

Ainda é muito cedo falando de temporada, mas as coisas parecem a desandar novamente na Ferrari. Ao invés do time aproveitar as qualidades de Leclerc e usá-lo como o ponto de referência que poderia ser, a equipe o relega ao posto de segundo piloto pela segunda vez em três corridas, entregando suas esperanças na mão de um Sebastian Vettel que vem cedendo a pressão e falhando em entregar bons resultados. Talvez seja o momento da Ferrari aprender a "jogar o jogo" e lutar com as suas melhores armas, e não com aquelas que melhor a convém. Só assim o time pode tornar-se uma grande ameaça à Mercedes.

E seguimos falando da Ferrari, dessa vez de outra atitude questionável da equipe com o carro de Leclerc. Assim que Verstappen antecipou sua parada, tentando um undercut sobre Sebastian Vettel, o time italiano reagiu, trazendo o alemão para os boxes. Porém, os estgrategistas resolveram "tentar" uma estratégia diferente com Leclerc, mantendo-o na pista por mais tempo. Só que o carro #16 começou a perder muito desempenho com relação aos demais, sendo obrigado a fazer um pit apenas 5 voltas mais tarde, e ainda assim voltando mais de 10 segundos atrás de Verstappen, apenas na quinta posição. Nesse erro de estratégia, a corrida de Charles estava praticamente terminada.

Focando um pouco mais no meio do pelotão, não podemos deixar de mencionar novamente a equipe Haas, e de novo por falta de ritmo durante a corrida! A exemplo do que foi no Bahrein, o time norte-americano teve uma boa qualificação, colocando ambos os carros no Q3. Mas no domingo, tanto Magnussen quanto Grosjean sofreram com o desgaste de pneus, tiveram de parar cedo demais e acabaram saindo do top-10 da prova. Resultados nada empolgantes para um time que vem de uma temporada excelente e precisa extrair seu melhor possível para seguir atraindo investidores e conquistando seu espaço na Fórmula 1.

Chegando na segunda metade da prova, Hamilton e Bottas seguiam intocáveis na primeira e segunda posições, até que começou a segunda rodada de pits. Com Vettel e Verstappen trocando para médios, a equipe Mercedes se aprontou rápido e parou ambos os carros logo na sequência. Hamilton conseguiu voltar ainda em primeiro, mas Bottas tinha Leclerc à sua frente e precisava de uma manobra para recuperar a vice-liderança. Com pneus mais macios e muito mais novos, a tendência era uma manobra rápida e limpa do finlandês, mas não foi o que aconteceu. Mesmo numa situação totalmente desfavorável, Leclerc segurou Bottas por pelo menos uma volta, nos momentos provavelmente mais emocionantes desse GP. Depois de completar a ultrapassagem, a distância para Hamilton já era grande demais, e as chances de vitória tinham ido pelo ralo. De qualquer forma, fica o alerta para Bottas: derrotar Hamilton requer uma pilotagem quase perfeita! Indecisões como as de hoje na luta contra Leclerc não serão permitidas.

Antes de irmos para as considerações finais, cabem ainda alguns destaques do meio do grid, com ênfase para Sergio Pérez e Kimi Räikkönen. Depois de um começo conturbado, com direito até a carro atrasado, Pérez fez uma excelente corrida, largando com pneus médios se aproveitou de um primeiro stint longo e fez apenas uma parada para alcançar a ótima oitava colocação, à frente justamente de Kimi Räikkönen. O finlandês destoa de Antonio Giovinazzi na classificação do mundial, marcando 12 pontos a zero nesse momento. Uma boa resposta pra quem duvidava da real motivação de Räikkönen em voltar a correr no meio do grid.
Ainda cabem menções a Daniel Ricciardo, que finalmente espantou sua maré de azar e marcou os primeiros pontos pela Renault, chegando na sétima posição, e Alexander Albon, que conquistou a décima posição e sua segunda corrida consecutiva nos pontos. Veremos como o menino tailandês evolui, mas potencial ele parece apresentar.

E pra finalizar, acredito que é importante frisar o trabalho excepcional que a Mercedes tem feito, nessa temporada e em todos os anos de maneira geral, para manter-se no topo. Depois do Bahrein, muitos davam a equipe como segunda força, e colocavam a Ferrari como favorita para o GP da China. E assim era mesmo: o carro ferrarista foi de fato superior durante todo o final de semana no Bahrein. A vitória da Mercedes veio de forma circunstancial.
Apenas duas semanas depois, o time desenvolveu um novo conceito de asa dianteira, trabalhando as suas deficiências, e mostrou-se competitivo novamente. E detalhe: o carro que sempre se notabilizou pela força no motor agora ganhou boa parte da vantagem nas curvas de Shanghai! Hamilton e Bottas tiraram quase toda a vantagem de sábado no segundo setor da pista, notoriamente o mais sinuoso.
A Era Mercedes vem se mostrando um marco cada vez maior na história do automobilismo, e construindo a história de uma montadora que sabe o que quer e como quer. Um time que sabe trabalhar para vencer.

O Grande Prêmio número mil da história da Fórmula 1 terminou com Lewis Hamilton como vencedor, numa corrida de ponta a ponta, sem nenhum percalço. Valtteri Bottas terminou em segundo, completando a terceira dobradinha em três corridas para a Mercedes. Vettel completou o pódio na terceira posição. Após esses resultados, Hamilton assumiu a liderança do mundial de pilotos, com 68 pontos ganhos. Valtteri Bottas aparece em segundo com 62. Na terceira posição, uma surpresa que ninguém poderia imaginar: Max Verstappen, de Red Bull Honda, aparece com 39 pontos, à frente de ambas as Ferrari (Vettel com 37 e Leclerc com 36).
Nos construtores, vantagem gigante da Mercedes, que lidera com 130. Em segundo vem a Ferrari, com apenas 73 pontos, à frente da Red Bull, com 52. Renault e Alfa Romeo estão empatadas no quarto lugar com 12 pontos ganhos.

Confira a classificação do GP da China: 

Resultado final do GP da China — Foto: Reprodução/rede social

Por hoje é só pessoal! Nos vemos daqui a duas semanas para comentar o sempre movimentado GP do Azerbaijão. Abraços e até lá!
Compartilhe:

Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

Deixe seu comentário:

0 comments so far,add yours