Lançada em 2017, série
“13 Reasons Why” parece inspirar versão blogueirinho, youtuber de Temer
A título de curiosidade: são 13 presidenciáveis, o mesmo número de fitas gravadas por Hannah Beker em “13 Reasons Why”.
Pauta sugerida.
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Protagonizada pela dupla de atores Katherine Langford e Dylan
Minnette, a série, de produção original do sistema de streaming Netflix, “13 Reasons Why” conta a estória de Hannah Beker, garota que, após
cometer suicídio por sofrer bullying na escola, deixa gravado um diário em
áudio, com 13 fitas cassetes, em que aponta as razões e as situações que
levaram a se matar. Cada fita, com seus lados A e B, é dedicada a uma pessoa,
de seu convívio escolar, que ela julga ter colaborado com a decisão de tirar a
própria vida. A produção, lançada em 2017 e baseada no livro best-seller Os 13 porquês, de autoria do
estadunidense Jay Asher – escritor de romances contemporâneos para adolescentes
–, conta com duas temporadas disponíveis no sistema Netflix e atraiu majoritariamente os espectadores jovens não apenas
por levantar temas como suicídio e bullying, assuntos tão próximos desse público,
como também pelo bom roteiro que flerta entre drama e suspense.
.@geraldoalckmin: fale a verdade pic.twitter.com/cROjJm4xEE— Michel Temer (@MichelTemer) 6 de setembro de 2018
Michel Temer parece ter se inspirado na obra e, no início do mês, protagonizou aquela quer seria a versão política e brasileira da série em sua conta no Twitter. Na rede social, a equipe de
comunicação do presidente-nosferatu publicou três vídeos, em que ele aparece pedindo
para que o presidenciável do PSDB,
Geraldo Alckmin, e o candidato a presidente do Brasil na chapa do PT, Fernando Haddad, falem o que ele
considera ser a verdade sobre seu (des)governo. Com os títulos “@geraldoalckmin: fale a verdade” e “@geraldoalckmin: peço novamente que honre
com a verdade”, os dois primeiros vídeos publicados no corpo de tweets – nome dado a cada publicação
feita no Twitter – reforçam que o “Centrão”, grupo de partidos que dão corpo à candidatura tucana, esteve com o (des)governo Temer (clique!) na figura de ministros de Estado e de apoio parlamentar no
Congresso, e destacam como o “PSDB me
ajudou [Michel Temer] no governo”,
apesar de Geraldo Alckmin se colocar à oposição – movimento eleitoral e
natural, já que se trata de um governo com impopularidade alta. No caso de
Alckmin, e traçando analogia à série, o presidente-nosferatu apresentou o lado
A e B da “fita” reservada ao tucano.
.@geraldoalckmin: peço novamente que honre com a verdade pic.twitter.com/gUjYKYGUNG— Michel Temer (@MichelTemer) 6 de setembro de 2018
Na série de tweets com
vídeos, Temer dedicou um ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, em que
pede para que “@Haddad_Fernando: fale a
verdade” . No vídeo, o presidente-nosferatu questiona Haddad e seus “companheiros” quanto ao discurso de que
ele é “golpista” e crítica a posição petista contrária à contrarreforma
trabalhista, aprovada sob a gestão temerária. Em outro trecho do vídeo, Temer
ainda recomenda que Haddad faça a leitura da Constituição Federal. Ao
finalizar, o presidente-nosferatu dispara "Tome
cuidado, Haddad". Como não houve outra publicação após o vídeo
endereçado à Haddad – por conta do ataque a Jair Bolsonaro (clique!) –, pode-se dizer que se trata apenas do lado A da
“fita” do petista.
.@Haddad_Fernando: fale a verdade pic.twitter.com/F3XZuYRLs5— Michel Temer (@MichelTemer) 6 de setembro de 2018
Diferente de Geraldo Alckmin, que respondeu ao vídeo
afirmando que Temer “xinga muito”, o PT
fez que não viu Temer fazer valer o meme (reproduzido abaixo) em que aparece
apreensivo com as “fitas” dos irmãos Batista e aproveitar-se do final de seu
(des)governo para alimentar suas contas nas redes sociais. Antes da versão
blogueirinho/youtuber, Temer é a personificação do desastre com sua agenda
econômica-social e os laços obscuros.
A pouco mais de três meses do fim, o (des)governo Temer
carrega a pecha de ter defendido e elaborado, entre outras propostas
“antipovo”, o congelamento de investimentos e os cortes em programas sociais,
na Emenda 95, e a precarização das relações de trabalho, com a terceirização irrestrita e a facultatividade de direitos trabalhistas, incluindo a assinatura em carteira e, com ela, a rede de seguridade – leia-se benefícios (clique!). O (des)governo Temer também é responsável pela dita intervenção no estado
do Rio de Janeiro, que levou à morte brutal de uma vereadora – há 179 dias, quando da produção deste artigo, sem esclarecimentos de “quem matou Marielle e Anderson?” (clique!) –, quando
observou não ter número suficiente de votos para aprovar sua contrarreforma da Previdência Social (clique!).
Michel Temer, duas vezes denunciado pela Procuradoria-geral da República (clique!) e com problemas jurídicos relacionados ao porto de Santos (clique!), tem de ser
lembrado pelo desmonte do CNPQ (clique!) e pelos cancelamentos, na casa das centenas de milhares, de beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família (clique!), apesar da
pretensão de ser um digital influencer – que, a propósito, não o
garante foro por prerrogativa de função.
A coluna Radar, da
revista VEJA, publicou que os vídeos
são respostas públicas de Temer aos presidenciáveis que o criticam. A
considerar que até mesmo Henrique Meirelles, candidato do MDB – partido do presidente-nosferatu –, tece críticas ao atual
(des)governo, do qual envergonha-se ao ponto de recordar o tempo em que
chefiava o Banco Central durante os governos do ex-presidente Lula e esconder
que recentemente chefiou o ministério da Fazenda, Temer fará vídeos para todos
os candidatos.
A título de curiosidade: são 13 presidenciáveis, o mesmo número de fitas gravadas por Hannah Beker em “13 Reasons Why”.
Pauta sugerida.
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