A Libertadores corre nas veias do Grêmio. É o torneio que tão bem representa a identidade tricolor. Que preenche os devaneios durante as noites febris de futebol. Que auxiliou o clube a proclamar seu gigantismo como em 1983, a reafirma-lo em 1995. E que, através daquelas duas conquistas, construiu o entendimento do torcedor sobre si e sobre o sentimento pelo clube. Desde o início do século, porém, o gremista precisou admitir uma nova concepção de sua realidade, bem mais penosa. Que, enfim acaba liberta justamente pelo messias de 34 anos atrás, o responsável por encerrar de 22 anos: Renato Portaluppi.

O título da Copa do Brasil havia desatado a consciência de ser tricolor. Para, enfim, se transformar em completo orgulho na noite de ontem em La Fortaleza. Foi um novo Grêmio, moderno, de futebol bem jogado. Mas sem esquecer de seu passado, copeiro, aguerrido. E que, por isso, deu tanto gosto de assistir. Entre a arte e a vontade, o tricolor viveu seu ápice. Demoliu o Lanús com a vitória por 2 a 1 no abarrotado La Fortaleza na grande Buenos Aires,somada ao triunfo de 1 a 0 em Porto Alegre. Feito imponente e cheio de autoridade, que reduz no irrepreensível tricampeonato tricolor. A América novamente é dos gremistas, e o mundial de clubes volta ao horizonte.

O JOGO
Para quem esperava um Lanús ofensivo, pressionando o Grêmio, viu logo nos primeiros minutos justamente o cenário inverso. Aos oito, Fernandinho ficou com a bola após bela troca de passes e bateu cruzado, mas Andrada defendeu. Seis minutos depois, nova triangulação dos visitantes: Ramiro recebeu lançamento de Arthur na medida e ajeitou de cabeça para Barrios, que não pegou em cheio.

A frustração do Lanús era evidente e foi traduzida nos dois cartões amarelos recebidos antes mesmo dos 20 minutos. A superioridade gremista era tanta, que silenciou a torcida mandante. E ela finalmente seria traduzida em gol aos 26 minutos. Foi em um erro argentino que o Grêmio abriu o placar. Após falta afastada pela defesa brasileira, José Gómez tentou recolocar o time argentino no ataque, mas pegou mal e entregou no pé de Fernandinho. Veloz, o atacante arrancou do meio de campo sem permitir a reação do lateral. De frente para Andrada, encheu o pé para balançar a rede. O que já era um domínio claro gremista se transformou em uma aula. A marcação por pressão impedia qualquer ataque do Lanús.

Em compensação, o time gaúcho envolvia o adversário em rápidas trocas de passes, quase sempre capitaneadas por Luan. E em uma delas, Edílson arriscou chute cruzado que parou nos pés de Ramiro, mas o meia jogou por cima. Atordoado, o Lanús voltou a falhar aos 41 minutos. Jaílson recebeu no meio de campo, percebeu o erro de posicionamento da defesa e encontrou Luan sozinho na esquerda. O atacante até perdeu o tempo da bola no domínio, mas mostrou toda sua qualidade para cortar dois marcadores e dar belo toque por cobertura sobre Andrada. Um golaço para apagar de vez o adversário e colocar a mão na taça.Se precisava do resultado, o Lanús deixou o primeiro tempo tendo realizado apenas uma boa jogada, já aos 43 minutos, quando Martínez tabelou com Gómez e bateu de dentro da área, por cima. Mas estava tão fácil para o Grêmio que o último momento seria dos visitantes. Após outra linda jogada de Luan, Lucas Barrios finalizou para fora.


No segundo tempo, o Grêmio tratou de diminuir o ritmo. Até pela impossibilidade física de manter a intensidade, recuou a marcação e passou a lutar por um contra-ataque, o que deu mais espaço ao adversário para criar. Aos 10 minutos, Acosta tabelou com Velázquez e bateu travado. A sobra ficou com Sand, que jogou rente à trave. O duelo, porém, se desenrolava à maneira do Grêmio, sem grandes emoções. Até que aos 25 minutos, em uma rara desatenção da defesa, Acosta girou em cima da defesa e foi derrubado por Jaílson na área. O árbitro marcou pênalti, que Sand bateu com categoria, deslocando Marcelo Grohe, para diminuir. O Lanús até tentou colocar fogo na partida com o gol, mas o Grêmio manteve a calma e conseguiu controlar o ímpeto adversário

Aos 37 minutos, Ramiro se desentendeu com Marcone e foi expulso Só que nem assim os argentinos conseguiram incomodar a meta de Marcelo Grohe. Pelo contrário, foi Luan quem desperdiçou a chance de marcar o terceiro. Mas não faria falta. O título e a comemoração eram tricolores. O nosso Adriano Garcia transmitiu a partida pela WebRádio Gol & Rock (Clique) confira a íntegra da transmissão no canal no YouTube (Clique)



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Gustavo Araujo

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