No primeiro episódio do Papo nTailgate, conversei com Fábio Ribeiro, torcedor do Arizona Cardinals. Para o segundo episódio, a conversa foi na tailgate do New York Football Giants 

Bati um papo na tailgate do New York Giants com Lauren Laux, em uma conversa que durou cerca de 10 horas totais e que gerou boas risadas e muitas histórias legais, além de momentos de tristezas que sentimos assistindo ao jogo – como a lesão do J.J. Watt. Separo os melhores momentos da conversa com a gaúcha de 21 anos, estudante de publicidade e propaganda.  

Por que torce para o New York Giants? 
Eu não sei se tem uma explicação, sinceramente. Eu comecei a acompanhar a NFL, de verdade, há pouco mais de dois anos, então não dá para dizer que foi o momento do time. Hahaha. Eu fui assistindo vários jogos e conhecendo várias franquias, simpatizando com vários times e um deles era o New York Giants. Então, um tempo depois, minha irmã foi visitar Nova Iorque e me trouxe de presente uma jersey dos Giants, porque era a que mais tinha lá para vender. Mais ou menos assim, comecei a ir atrás de mais coisas sobre o time. Acho que os Giants incorporaram uma aura de ser "underdog" mas sem ignorar todo o peso que têm na história da NFL e eu me identifico bastante com isso. 

Como surgiu essa paixão por futebol americano? 
Eu era aquela pessoa que só assistia Super Bowl, sabe? Que tinha interesse no esporte, mas não entendia direito e não conseguia ficar 3 horas na frente da TV todo domingo para assistir um jogo apenas. A paixão surgiu mesmo quando comecei a conviver com o meu ex-namorado, que introduziu os conceitos mais básicos para mim. Eu sempre gostei de esportes no geral e já estava acostumada a seguir materiais esportivos no Twitter e outras redes sociais. Assim fui seguindo, moldando meu conhecimento sobre futebol americano e procurando sempre aprender mais. 

Você se considera uma apaixonado pelo New York Giants? 
Levando em conta o quão triste eu fiquei semana passada com o jogo contra os Bucs (pela semana 4), acho que dá para dizer que sou apaixonada sim. Hahaha. Acho que falo dos Giants com um brilho no olho, com carinho mesmo. Mas assim, minha paixão pelo futebol americano como um todo é bem maior. Evito ao máximo trazer aquele sentimento de torcedor que nós conhecemos do futebol para dentro da NFL. Acho que essa é uma característica que o esporte não pode perder aqui. 

Belo gancho. Foram duas derrotas seguidas com field goal nos últimos segundos. Qual foi o momento mais triste que já viveu no mundo da bola oval? 
Não sei se conta, mas o Super Bowl da temporada passada (51) teve uma parte bem triste para mim. Assisti em um pub em Houston com muitos torcedores dos Falcons. Lembro de como eles estavam felizes com aquele 28 a 3, extasiados, sem acreditar. Quando o tempo normal de jogo acabou o semblante deles já era outro. E quando New England ganhou, eles ficaram arrasados. Deu para sentir a dor, sabe? Me marcou bastante, porque já senti aquilo também - e obviamente eu não estava torcendo para os Patriots, então estava meio chateada também.  

E o momento mais feliz? 
O momento mais feliz com certeza foi o dia que entrei no campo do Memorial Stadium, em Austin, e acompanhei das sidelines um treino dos Longhorns. Não consigo explicar a sensação de ver jogadores que eu acompanhava de longe a um, dois metros de distância de mim. De fazer parte daquilo tudo que a gente vê nas transmissões de College. Me marcou muito, não só pela conexão com o futebol americano, mas pela realização pessoal também. 

Com certeza é uma experiência única! Você estudou na Universidade do Texas e certamente fez amigos lá. O que pode me contar sobre o jeito que os nativos veem como o futebol americano cresce no Brasil? Alguma surpresa dos texanos vendo uma brasileira chegando em Austin "quebrando tackles"? 
Eles encaravam com certa naturalidade o fato de que a gente consome futebol americano - e qualquer outro esporte americano, na verdade. Acho que eles só não têm noção do quanto. Na época em que eu estava lá, a questão da queda de audiência da NFL estava sendo bem discutida. Quando eu falei que a audiência do Super Bowl aqui no Brasil cresce a cada ano eles ficaram bem surpresos. 
Teve uma vez, que eu não vou esquecer. Eu estava com amigos meus, de vários lugares do mundo, conversando sobre o time da Universidade do Texas e alguém perguntou para um dos nativos quando os Longhorns tinham ganhado o campeonato nacional pela última vez. Aconteceu que ele não sabia ao certo e aí eu fui lá e confirmei a informação. Ele olhou para mim e disse "Lauren, como é que você, que nem é daqui, sabe dessas coisas?" Hahahaha. Foi bem engraçado! 

É massiva a audiência, mesmo. Bom, seguindo por essa linha: exceto essa história, tem alguma história curiosa ou engraçada sua com o esporte? 
Só consigo lembrar da Lauren de 2012, mais ou menos, entrando na página de futebol americano no Wikipédia para entender as regras, descobrir que existiam regras diferentes pra NFL e para o College, não entender bulhufas e uns 10 minutos depois fechar a página e não ver mais nada sobre o esporte por um ano. Foi traumático. Hahaha. 
Pelo menos dessa história a gente pode tirar duas lições: 1) não mostrar teoria e regra pura para aquele amigo que quer saber mais sobre futebol americano e 2) sempre dar uma segunda chance pra NFL. 

Hahahah. Se eu te contar que o Lemos de 2011/12 achou um Madden 06 no PS2 e jogou 2 jogos até cansar e desistir... Ok Lauren, acabou a parte feliz da entrevista. Vamos falar sobre o Big Blue em 2017... Já conversamos sobre o assunto off-the-record. Agora, para entrevista, o que você es achando sobre o futebol dos Giants? Parece que poucos se salvam por lá. O que tem a dizer sobre o início de temporada com 5 derrotas? 
Essa 5ª derrota, mesmo sendo contra os Chargers - que vinham de quatro derrotas seguidas -, eu meio que já esperava, para falar bem a verdade. O que me surpreendeu negativamente nessa temporada foi a defesa mesmo. Achei que o bom trabalho feito ano passado teria continuidade. De um modo geral, acho que o time es desorganizado. Na off-season eu já não acreditava que o ataque seria muito diferente do que foi em 2016, com uma linha ofensiva ruim e basicamente sem jogo terrestre. O que me deixa bem triste mesmo é ver o Eli Manning jogando o melhor dele nas últimas temporadas e ver todo esse esforço sendo em vão. 

Parece que a luta por pós-temporada acabou para New York Giants, mesmo que na NFL tudo seja possível. Na NFC East, você  algum time com chances claras de Super Bowl? 
A NFC é sempre mais complicadinha de prever, né? Tem vários times jogando bem, mas nenhum realmente convence. Na NFC East em específico, eu colocaria Dallas levemente acima de Philadelphia, mas não acho que nenhuma das franquias é candidata clara ao Super Bowl. 

Está ficando tarde e essa entrevista está ficando um pouco mais longa. Podemos ir para o Quebrando Tackles já, se quiser.  
Estou por ti. Na real, se deixar, eu falo "afu" (demais).  

Eu me empolgo falando, acho que tu também. Deve estar ansiosa para o dia 17. Conta aí o que vai rolar! 
Sim, muito ansiosa!! Essa foi uma ideia meio maluca que tive durante o meu intercâmbio. Eu viajei para estudar pela UFRGS, né, então a gente é incentivado a dar algum retorno para comunidade acadêmica na volta. 
Eu estudei comunicação voltada para esportes lá na Universidade do Texas (eles têm um programa dentro do curso de Publicidade específico para esportes) e sei que, assim como eu, tem muita gente dentro da minha faculdade interessada no assunto. Como eu conhecia alguns dos membros do diretório do curso de Comunicação Social que organiza a Semana Acadêmica, me coloquei à disposição para falar sobre em algum momento. 
Fiquei muito feliz quando aceitaram a proposta e me convidaram de fato para participar. Eu não sou a maior expert em futebol americano quando o assunto é estratégia de jogo, tática, playbook, rotas e etc., mas estudar a estrutura da NFL e de outras ligas americanas como "business" e pensar como esses esportes se posicionam para lucrar mais e, consequentemente, fortalecer o próprio esporte, me fascina 
O painel vai tratar justamente disso, de pessoas que como eu trouxeram alguma paixão para dentro da sua área de formação - ou vice-versa, como preferir. HahahaVai ser dia 17 de outubro, às 18h30, na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS (FABICO), em Porto Alegre. É necessário fazer a inscrição.

Legal! Fica o convite para os fãs de esportes norte-americanos de Porto Alegre e região. (Clicando aqui você pode conferir o evento e clicando aqui você pode se inscrever). 

"Deu merda" no Sunday Night Football – no momento em que Watt se lesiona. Hoje, em termos de lesão, es pior. Teus 3 recebedores... Jesus, vi antes o TD do Odell. A jogada do Manning é o motivo para ainda ter 1% de esperança. Falando nisso, quais são teus principais ídolos no esporte? 
Sim, que domingo... O Eli definitivamente não é o problema desse time. Hahaha. Eu sempre digo isso! Bom, dos que vi jogando, Eli e Peyton Manning. Figuras gigantes dentro e fora de campo. Eu sou 100% fã do Eli Manning e vou defendê-lo sempre. 

Estou contigo nessa. Família Manning é minha família e TD não me faltará. Vamos ao Quebrando Tackles? 

Campeão da NFC, AFC e Super Bowl? Vou seguir o que o meu coração diz: Packers na NFC, Broncos na AFC e aí Packers no Super Bowl. 

Que teu coração esteja errado só no Super Bowl, amém. Brady, Manning ou outro: quem é o GOAT? Com o meu histórico, certamente "ziquei" os Broncos. Brady, toda vida, especialmente depois do que aconteceu em Houston. 

Está bem, não escute seu coração nessa: time pick 1 no Draft de 2018? Niners? Eu ainda não assisti nenhum jogo deles ou dos Browns, mas eu preciso acreditar que algum deles es pior que os GiantsHahaha. 

MVP da temporada? Alex Smith es se superando em números nessa temporada e acho que tem grandes chances, se os Chiefs continuarem nesse ritmo. Difícil pensar assim na semana 5. Hahaha. Ainda mais numa temporada maluca como essa... 

Melhor jogador de ataque, nos GiantsOdell Beckham Jr. 

Pior jogador de ataque? Ereck Flowers. 

Melhor jogador de defesa? Landon Collins. 

Pior jogador da defesa? Eli Apple? Difícil.  

Bom, acho que é isso, "Miss Laux".  Foi muito boa a entrevista. Curti bastante também!! 

O papo com a Lauren começou cedo na tarde e terminou tarde na noite. "Off-the-record" trocamos muitas ideias interessantes sobre o que acontece no mundo da bola oval e sobre como ela está feliz por apresentar esse painel. Definitivamente foi um dos melhores papos na tailgate que teremos por aqui. Uma menina cheia de histórias para contar e que as conta como a menina mais feliz desse mundo. 

A paixão pelo esporte que foi do Rio Grande do Sul até Austin, no Texas e só aumentou. A tendência é aumentar e se apaixonar mais a cada domingo. 

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