Na noite desta quarta-feira (2) o Congresso arquivou o processo de corrupção contra o presidente Michel Temer no placar de 263 contra 227. Um ano depois de votarem a favor do impedimento da então presidente Dilma Rousseff, a maioria decidiu pela permanência de Temer.

Não foi diferente o que ocorreu na votação do impeachment de Dilma, os deputados fizeram mais uma vez um papelão diante de milhões de brasileiros. Se antes vimos diversos deles falando "por Deus", "pela família", "pelo povo", "pela religião" e "contra o 'comunismo bolivariano'".

Dessa vez escutamos palavras de ordem como: "pela economia", geralmente acompanhada por "estabilidade", "responsabilidade", "avanço" "crescimento" ou "paz". Claro que não faltou os mesmos "pelas" do impedimento da Dilma, com exceção do povo, que nas pesquisas defendia o andamento do processo, teve parlamentar alegando que isso era uma "farsa" com "Abaixo o Datafolha, abaixo o Ibope! Temer é um homem decente, preparado, honesto! Meu voto é sim!". Sem faltar do: "Em homenagem à coragem do presidente Temer em promover as reformas" e "pela liberdade religiosa e pelo fim da ideologia de gênero", lembrando a sessão que autorizou a abertura do impeachment no ano passado contra Dilma Rousseff.


Claro que muitos desses que defenderam a honestidade de Michel Temer foram beneficiados, como a bancada ruralista, que na véspera teve "ajuda" do presidente, criando um decreto  em favor das suas pautas e 68% bancada votou a favor do arquivamento do processo.

Essa votação só mostrou que a velha política exercida na política, continua no país. O toma-lá-dá-cá, afrouxamento fiscal e liberação de emendas parlamentares para deputados, além da injeção de dinheiro em suas bases eleitorais em véspera de ano eleitoral. Nessas contas 88,4 milhões foram liberados em junho e julho e 3,4 bilhões de reais no total, o triplo da venda de Neymar ao PSG. Tudo em troca do votar pelo sim, isso por que há de "cortar na carne", há que "aumentar impostos". 

Com isso, a Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot que transformaria Michel Temer no primeiro presidente no exercício do mandato a ser processado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas isso só poderá ocorrer em 2019, depois do término do mandato, quando ele perderá o foro privilegiado.

O resultado em defesa da permanência de Michel prova que ainda acreditamos na política rouba, mas faz, tantas vezes dita por Paulo Maluf e que vemos em diversos lugares como em clubes de futebol, escolas de samba e até empresas. Muitos deputados citaram que ele pague apenas após o término do seu mandato, lembrando o pequeno crescimento da economia, a retomada do emprego e a aprovação das reformas, tão  defendidas pelo presidente.

Se Dilma foi julgada em seu mandato, Temer foi isento pela maioria daqueles que tiraram a petista. Independente dos crimes que tenha cometido e dos processos que ainda virão, Michel Miguel Elias Temer Lulia segue intacto no comando no país, mesmo sem apoio popular, da crônica internacional e de políticos que fizeram parte da sua base no início do seu "mandato". Claro que para os investidores, a permanência é positiva, mas ainda é muito cedo para afirmar que a economia do Brasil voltará aos trilhos.

Agora o que nos resta é  acompanhar os próximos capítulos do nosso "House of Cards Tupiniquim" ou "House os Paranauês" e até quando Temer sobreviverá utilizando as táticas da velha política para se manter COM O PODER, mesmo sem apoio popular. O que nos resta é aguardar.



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Joseclei Nunes

30 Anos, Carioca, Licenciando em História na Simonsen, amante e pesquisador de Futebol, Política e Carnaval.

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