Figurantes neste
enredo sórdido da Política nacional, o povo parece não entender que as coisas
estão feias, e feias para ele
Geddel Vieira Lima foi ministro da Secretaria de Governo de Temer, e saiu após uma crise com o então ministro da Cultua, Marcelo Calero, quando usou de seu cargo para exigir e ameaçar o ministro Calero, assim que ele não interveio na construção de um condomínio de luxo, onde Geddel tinha comprado um apartamento no 23º andar, em uma área tombada pelo Patrimônio Histórico, em Salvador.
É de impressionar o ineditismo dos últimos dias. Direitos foram cortados, quando a luta é, notoriamente, inversa: por mais
direitos; um ex-presidente da República condenado por ser ou não proprietário
de um apartamento tríplex, e o presidente em exercício, Michel Temer, lutando
com todas as Emendas Parlamentares possíveis para escapar de um processo por
crime de corrupção passiva no Congresso e Supremo Tribunal Federal. São dias fora da curva, históricos por si só. Questiona-se
como estes dias serão definidos, tratados, interpretados e analisados num
futuro próximo. Como esta gente que, hoje, desenvolve suas análises sob o
aspecto do velho “oba oba” e que condena tudo que venha do contraditório,
chegará neste mesmo futuro próximo. Estes que hoje, ou na quarta (12), se deixaram
levar pelas “comemorações” por conta da condenação de um ex-presidente da
República, e não se atentaram a aprovação da reforma que precariza as relações
de trabalho, um dia antes, na terça (11), e a manobra de Geddel Vieira Lima,
ex-ministro de Temer, preso por obstrução da justiça que cumprirá pena
domiciliar, são os mesmos que pregam “passar o Brasil a limpo” e idolatram os
reis de falácias minimamente construídas. Os discursos são vazios, abaláveis e,
aparentemente, a opinião pública, em sua maioria, sente-se no nível de não questionar
e deixar acontecer.
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter |
Geddel Vieira Lima foi ministro da Secretaria de Governo de Temer, e saiu após uma crise com o então ministro da Cultua, Marcelo Calero, quando usou de seu cargo para exigir e ameaçar o ministro Calero, assim que ele não interveio na construção de um condomínio de luxo, onde Geddel tinha comprado um apartamento no 23º andar, em uma área tombada pelo Patrimônio Histórico, em Salvador.
Percebe-se que não é de hoje que os “parceiros” de 1º
escalão de Temer não são lá essas coisas. Geddel, de longe, não é o mais
perigoso nessa epopeia. Há uma conjuntura alimentada por Emendas Parlamentares
e cargos em ministérios que não permite definir o “melhor” da classe. Neste
aspecto, o sistema é democrático, entrega-se as Emendas e em troca os votos,
desconsiderando qualquer tipo de prova ou evidência que prove o contrário do
combinado. O escracho é tamanho que as
inúmeras trocas na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara Federal (quando
o presidente Temer, o denunciado, ordenou que se alterassem as peças na
Comissão para a aprovação de um relatório desfavorável ao pedido de denúncia,
contra ele mesmo, enviado pela Procuradoria
Geral da União) aconteceram às claras, havia repercussão e pouco se comentou
sobre. E lamentavelmente deu certo.
Presidente Temer conseguiu aniquilar o relatório favorável à
admissibilidade da denúncia, de autoria do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ),
execrado pelo seu posicionamento contra o presidente durante todas as sessões
da Comissão. Pelo placar de 40 votos a 25, a Comissão decidiu por rejeitar o
relatório de Zveiter e, em uma segunda votação, já com um relatório favorável a
Temer, os deputados aprovaram o parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)
pela rejeição da denúncia contra o presidente da República. O deputado tucano era
o único do partido apoiando o presidente Temer e contra a denúncia.
Esta fase, tanto na Comissão como no plenário da Câmara, serve
apenas para permitir ou não ao denunciado, no caso o presidente Temer, que seja
julgado, com a ampla defesa e contraditório, por um colégio mais justo, quando
comparado a tentativa desastrosa de se fazer justiça dos parlamentares. Os integrantes,
boa parte manipulados pelo Governo, da Comissão decidiram por aprovar um
relatório contrário ao prosseguimento da denúncia. Nesta votação o placar foi
de 41 votos a 24 pelo arquivamento da denúncia.
Na primeira das batalhas, Temer, o denunciado, por meio de
distribuição indiscriminada de Emendas, saiu-se exitoso já planejando os próximos
passos no plenário da Câmara. A nós, resta-nos acompanhar mais ativamente o
conturbado momento Político. No dia em que a reforma trabalhista foi sancionada,
recebemos mais uma oportunidade de questionar e, se preciso, lutar para não
chegarmos inertes no futuro próximo.
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