Enquanto as Reformas
seguem seu caminho levando tudo que está pela frente, inclusive Direitos, o
presidente aparenta estar feliz e pronto para comemorar 1 ano no comando
Estar em sociedade é estar rodeado de seres vivos, alguns
bilhões de humanos, conflitando incessantemente uns com os outros. Para
especialistas, é dessa relação que se tem o desenvolvimento pessoal de cada um
e os avanços, inclusive tecnológicos, da sociedade de modo geral. Estando em
sociedade, se fazer notório, ser o protagonista é, para muitos, o objetivo e a
única explicação para a existência da vida, já que estes se perguntam por qual
outro motivo estaríamos vivos senão para buscarmos sermos os melhores e
principais deste musical? Em boa parte das produções cinematográficas
estadunidenses, personagens adolescentes, os teens, sonham com esse “ser popular” e, por vezes, terminam por
suicidar-se. No Brasil, próximos de completar 1 ano de Michel Temer no comando,
o nosso presidente parece não se importar tanto com a popularidade porque,
convenhamos, ele pode até não ter muita
legitimidade, mas detém a governabilidade, a mesma ausente enquanto uma
mulher comandava a Presidência da República.
Dono de uma desaprovação de 61% dos entrevistados na ultima pesquisa
Datafolha, o presidente Temer
completa na próxima sexta (12) seu primeiro ano à frente do comando do País.
Após 1 ano, desde às 11:25 do dia 12 de maio do ano passado quando Temer foi
notificado que teria que assumir o lugar da ex-presidente Dilma, ele enfrentou
crises, muitas envolvendo seus ministros, construiu uma agenda antagônica a proposta
por sua Chapa em 2014,e vem promovendo suas Reformas retrógradas e ofensivas a maioria que, neste ultimo ano, foi
marginalizada a minoria, como explicitam bem os inúmeros almoços e jantares com
o setor empresarial e bancário. Completa-se 1 ano de muitos discursos pró
retomada de crescimento, de muitas pautas enviadas ao Legislativo, de indicadores
visivelmente ruins e de muita publicidade.
O País de Temer é o de 14,2 milhões de desempregados, sendo
que esse número chegava próximo de 12 milhões quando assumiu; de aliciamento de
parte da imprensa, aumento ostensivo nas verbas de publicidade em Rádio e TV;
de mudanças no Ensino Médio onde, sem muita infraestrutura, estudantes são convocados
a trocar o teórico pelo imediatismo do profissionalizante; de nítida afronta as
Operações de combate à corrupção; de sucateamento integral da Máquina Pública,
incluindo teto em verbas de investimentos baseados na inflação e a bizarra
veiculação da informação de que os Correios
estariam falindo enquanto o comércio pela internet cresce espantosamente, e
o adendo, a cereja deste bolo, os muitos claros e límpidos, ataques aos
Direitos de trabalhadores, aposentados e pensionistas propostas pelas Reformas enlameadas
e nada debatidas. Eleito como vice, Temer é capaz de retroceder mais em um 1
ano, do que Dória ou Bolsonaro são capazes de proferirem ataques a Lula ou indígenas,
negros e mulheres, respectivamente. É lamentável ver que subestimam um político
com esse potencial. É lamentável.
Sem muita festa, o presidente mantém seu mantra de que em períodos
de impopularidade o governante deve fazer o que considera correto, e vê, apenas
ele, com bons olhos o mais 1 ano e 7 meses que terá pela frente. Com o
acolhimento do pedido por mais tempo as defesas no processo que julga a Chapa
Dilma-Temer, no TSE, único meio de haver um novo impeachment, deixa o
presidente solto e tranquilo, sem ser incomodado, gesticulando, almoçando e
jantando com os seus aliados. Do outro lado, alguns muitos e em crescente continuam
com o seu também mantra de “Fora Temer”.
Tudo indica que ele irá comemora esse e o próximo ano no
Planalto, e nós, simplórios brasileirinhos, devemos questionar mais. Talvez
consigamos responder indagações antigas, entretanto, infelizmente, atemporais
de Ney Matogrosso em A Cara do Brasil
lançada em meio à virada do século.
“Qual a cara da cara da nação? De
quem vê, do Vidigal, o mar e as ilhas, ou quem das ilhas vê o Vidigal?”
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