Sublime, por vezes poço de gentileza, meiguice,
sinceridade, delicadeza, elegância, contrariedade e inconstância, a figura feminina é exemplo quanto à simplicidade em exalar sem medo ou preocupação seus sentimentos e angústias. Seis letras, duas vogais e
quatro consoantes, escrevem aquela que desconhece a vergonha e, destemida e corajosa, guia grupos sociais pelos trilhos obscuros da arcaica, porém
presente, repressão e opressão advinda do outro lado.
O Brasil, 50º pior país para se nascer mulher (clique!), como apontou levantamento da ONG Save The Children, em outubro de 2016, e que sustenta uma das maiores taxas de feminicídio do mundo, ao menos reconhece, através de compositores, artistas e dos mais singulares poetas, o papel protagonista da mulher na vida social. Bandeira, um apaixonado, em Para querer bem, apresentou Irene, Sacha, Maria, Eduarda, Francisca, Joanita, Márcia, Marisa, Rosa e Rosalina como mulheres que, em determinado tempo e local, tocara seu coração. Tomo a liberdade, e acrescento a esta lista nomes que podem não ter tocado o coração de Bandeira, mas certamente já promoveu em alguém, sem discriminação, alguma sensação de bem estar, afeto, carinho, companheirismo: Ana, Noemi, Claudia, Isabela, Deborah, Rebecca, Julia, Eva, Bruna, Claudia, Ana, Giovana, Carolina, Barbara, Cinthia, Leticia, Janete, Jandira, Lucia, Aparecida, Alessandra, Bianca, Larissa, Josiane, Suiane, Ingrid, Camila, Andressa, Taís, Marina, Janaina, Mireli, Emily, Beatriz, Raquel, Nicole, Aline, Fernanda, Daiane, Lorena, Helena, Sophia, Yasmin, Juliana, Celuta, Vanessa, Deca, Maura, Clarinda, Paula, Marcela e por aí vai se estendendo aos mais de 80 mil nomes femininos usados pelas 105 milhões de brasileiras, segundo o IBGE.
O Brasil, 50º pior país para se nascer mulher (clique!), como apontou levantamento da ONG Save The Children, em outubro de 2016, e que sustenta uma das maiores taxas de feminicídio do mundo, ao menos reconhece, através de compositores, artistas e dos mais singulares poetas, o papel protagonista da mulher na vida social. Bandeira, um apaixonado, em Para querer bem, apresentou Irene, Sacha, Maria, Eduarda, Francisca, Joanita, Márcia, Marisa, Rosa e Rosalina como mulheres que, em determinado tempo e local, tocara seu coração. Tomo a liberdade, e acrescento a esta lista nomes que podem não ter tocado o coração de Bandeira, mas certamente já promoveu em alguém, sem discriminação, alguma sensação de bem estar, afeto, carinho, companheirismo: Ana, Noemi, Claudia, Isabela, Deborah, Rebecca, Julia, Eva, Bruna, Claudia, Ana, Giovana, Carolina, Barbara, Cinthia, Leticia, Janete, Jandira, Lucia, Aparecida, Alessandra, Bianca, Larissa, Josiane, Suiane, Ingrid, Camila, Andressa, Taís, Marina, Janaina, Mireli, Emily, Beatriz, Raquel, Nicole, Aline, Fernanda, Daiane, Lorena, Helena, Sophia, Yasmin, Juliana, Celuta, Vanessa, Deca, Maura, Clarinda, Paula, Marcela e por aí vai se estendendo aos mais de 80 mil nomes femininos usados pelas 105 milhões de brasileiras, segundo o IBGE.
Drummond, em sua Antologia
poética, mais especificamente na 4ª estrofe de Amar, infelizmente retrata o tratamento por vezes recebido
pelas mulheres. Quando o mestre mineiro de Itabira diz que o destino é o “amor sem conta, distribuídos pelas coisas
pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão”, ele
evidencia a total desconsideração com que nós homens, às vezes por motivos
banais, nos prendemos e repulsamos ao carinho utilizando da ingratidão. O fato de
não sermos mais o chefe da família, o famigerado Macho alfa, incomoda, é dolorido e nos faz temer, já que quebra a
estrutura patriarcal com que estávamos acostumados.
Por ser dolorido e perturbador perder, a
força em lutar por um espaço, não exagerado, mas de igualdade, lançado pelas
primeiras marchas feministas que, como mães, à época abraçavam todos os tipos
de causas de injustiça, e agora retomado um pouco mais radical, é tratada como
iminente ameaça e como tal, infelizmente, tem sido levada à serio.
Diferenças salariais exorbitantes, direitos distantes da igualdade, tratamento como objeto ou mercadoria, a falta de parceria vendida e sustentada pelo patriarcalismo, e a necessidade de ter no homem o chefe e zelador da família, principalmente em relação a ser pai, de repente desaparece.
Diferenças salariais exorbitantes, direitos distantes da igualdade, tratamento como objeto ou mercadoria, a falta de parceria vendida e sustentada pelo patriarcalismo, e a necessidade de ter no homem o chefe e zelador da família, principalmente em relação a ser pai, de repente desaparece.
Diante de toda a complexidade, essas que, geneticamente ou
não, fazem parte do gênero feminino demonstram ter força suficiente para
driblar ciúme possessivo, violência doméstica, assédio sexual e até mesmo
estupros coletivos. Entretanto, se não houver ação efetiva de políticas públicas de igualdade e de combate à violência contra a mulher, que venha de cima, ou seja, do Poder Público, essa força corre o risco de não durar por muito tempo.
Apesar de ser clichê, vocês, mulheres, guerreiras admiráveis,
merecem receber homenagens todos os dias do ano, mas hoje, simbolicamente, detêm 24 horas dedicadas à homenagens e, principalmente, à luta pelo debate necessário sobre, sim, a implementação de medidas
igualitárias entre os gêneros. Como bem disse outrora o professor de história
da UNICAMP e filósofo Leandro Karnal, a luta do bom feminismo, se exitosa, trará benefícios
para as mulheres que, enfim, terão mais espaço, direitos assegurados e
respeito, e também para os homens que deixarão de ter o peso ser o Macho alfa, que se reprime em não poder errar e jamais demonstrar fraqueza.
Eu assumo que, com falhas, tento compreende-las e, felizmente, estou na luta por mais igualdade.
O mínimo que posso fazer é desejar um Feliz dia Internacional da Mulher, que é avó, mãe, tia, irmã e só não é "melhor" por pura malandragem das vogais.
O mínimo que posso fazer é desejar um Feliz dia Internacional da Mulher, que é avó, mãe, tia, irmã e só não é "melhor" por pura malandragem das vogais.
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