Reajuste pra menos no desconto ou aumento efetivo na passagem, afinal o que o Governo de SP tem tentado colocar em prática?  

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 A notícia da semana em São Paulo é o imbróglio envolvendo os reajustes nas passagens dos ônibus intermunicipais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e a “redução no desconto no valor de integração” – versão oficial para a patifaria promovida pelo governo estadual – que os passageiros fazem ao usar o cartão BOM (Bilhete Ônibus Metropolitano) também nas catracas das estações de Metrô e da CPTM. Desde 2011, a EMTU tem sincronizado o seu sistema de cobrança com o sistema do Metrô e CPTM para que os passageiros utilizem o cartão nas catracas, de forma que eles evitem as filas e ainda garantam um desconto no preço do bilhete. E parece que é aí onde há o “esquema” montado pelo governo do estado para sustentar o não aumento das passagens, tão frisado pelo afilhado de Alckmin, João Dória, dentro dos limites da capital. 


No domingo (08), os ônibus da Região Metropolitana, geridos pela EMTU, tiveram suas tarifas reajustadas. De acordo com a concessionária, os aumentos além de serem normais, são baseados na inflação e sempre ocorrem no começo do ano. O fato é que: os reajustes sempre acontecem? Sim, sempre acontece, mas será que o momento é adequado? Será que não daria para eles fragmentarem esse reajuste, para que se aumentasse um pouco agora e mais daqui alguns meses? Enfim, o Governador não quis conversar, não se preocupou – sei que estou sendo simplório demais – com as consequências da atitude e só autorizou o aumento. 


Os aumentos só ganharam notoriedade quando o Governo do estado foi intimado, num pedido da bancada do PT na Assembleia Legislativa ao Tribunal de Justiça de São Paulo, a explicar os motivos para os reajustes, e até que se explicassem o Tribunal despachou um mandado em que ordenava o fim imediato do aumento. Entretanto, no pedido da bancada do PT, eles citavam o Governador e não a Secretária dos Transportes Metropolitanos. E quem encontrava o Alckmin? O Oficial de Justiça chegou a ir ao Palácio dos Bandeirantes, mas nem a Maria Lúcia ou Lu Alckmin ele encontrou.  Mas o curioso é que, mesmo sem ter recebido a notificação, o Governador correu para recorrer. Isso mesmo, recorreu de algo que nem ele mesmo tinha sido notificado. Enfim, quem sou eu para contestar um “santo”.
 

Por fim, hoje, quarta (11), o Governador foi encontrado e assinou o despacho prometendo recorrer da decisão. Até lá os valores devem ser os mesmos aplicados até o dia sete de janeiro, um dia antes do reajuste. 
 
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram)

Estão tentando empurrar com toda força ao povo, especialmente aos moradores da região metropolitana, o custo da promessa de João Dória em manter as passagens da Sptrans nos valores atuais, sem reajustes. O secretario dos transportes metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, tem insistindo em falar que o reajuste, além de não ter sido um reajuste e sim uma “redução no desconto”, ainda frisa que as alterações só afetam 1/3 da população. Talvez o senhor Clodoaldo precise de algumas aulas de matemática. De acordo com dados do IBGE, a Região Metropolitana de SP tem pouco mais de vinte um milhões de habitantes, caso tiremos os paulistanos que não são atendidos pela EMTU, portanto não foram afetados pelos reajustes e que representam pouco mais de doze milhões de habitantes, obtemos mais de nove milhões de habitantes afetados. Não se podem contabilizar os que nem mesmo são atendidos. Torna-se grosseiro usar dos usuários paulistanos para inflar o número e discursar que somente a minoria foi afetada. 


Mesmo que o presente custe o sacrifício dos moradores, trabalhadores, pais de família que residem nas imediações da capital paulista, Alckmin quer, de qualquer maneira, começar o ano presenteando o seu afilhado.
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Claudio Porto

Jornalista independente.

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1 comments so far,Add yours

  1. Tema muito importante amigo. Esse aumento na integração prejudicaria sim a população. Como também prejudica o fim do Bilhete Semanal e sobretudo da cota VT Mensal, onde as empresas proporcionavam ao trabalhador com economia, passagem até para os dias de folga, todos saíam ganhando.

    O que mais assusta nessa coisa da EMTU, além desse discurso ABSURDO que fala em "minoria" afetada, é a questão da COBRANÇA DE TAXA de acesso aos terminais EMTU, descontada diretamente do BOM. Ora, sob QUE ALEGAÇÃO? Isso infringe até o direito de circulação, é como um PEDÁGIO cobrado do cidadão, isso jamais existiu.

    É um modelo de administração cada vez mais nefasto, que inexplicavelmente segue sendo referendado nas urnas.

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