Olá fãs da velocidade! Estamos de volta num dos domingos mais especiais da temporada 2016 de Fórmula 1: o domingo do Grande Prêmio do Brasil. E não é só por ser em nossa casa, é por ser um dos GPs que mais guarda surpresas na história recente da Fórmula 1. E hoje, não foi diferente. Uma corrida excelente levou a torcida presente no autódromo das vaias aos aplausos, deixou viva a luta pelo campeonato mundial e emocionou a todos com um 'adeus' e um 'olá'. Acompanhe conosco a crônica do GP Brasil de 2016.



A chuva, presente desde cedo no autódromo, fez sua primeira vítima antes mesmo do GP começar! Grosjean bateu na curva do café enquanto levava o carro para o grid de largada, e acendeu o sinal de alerta tanto dos pilotos como da direção de prova. O resultado acabou sendo o adiamento a largada por 10 minutos, até que Charlie Whiting decidiu por dar a partida à prova atrás do safety-car.

Largando em fila indiana, Rosberg foi extremamente cauteloso, deixou espaço para o líder Hamilton e contentou-se em defender o segundo lugar. Exatamente o contrário de Max Verstappen, que já na primeira curva conseguiu a ultrapassagem diante de Kimi Räikkönen.

A chuva seguia molhando o traçado de Interlagos, e as condições de pista eram praticamente as mesmas do início da prova. Alguns carros arriscaram e resolveram colocar os compostos intermediários, porém a escolha não surtiu efeito. Primeiro, Vettel rodou na subida do café e voltou para o meio da pista, quase sendo abalroado por Hülkenberg. Na mesma curva, Marcus Ericsson perdeu o controle do seu Sauber, rodou e bateu forte no muro. Mais uma vez, o bólido voltou para traçado e por pouco Kevin Magnussen não se chocou contra o sueco. O resultado foi a volta do SC por mais algumas longas voltas.

Quando finalmente o safety-car deu sinal para voltar aos boxes, não deu nem para sentir o cheirinho de corrida... Na reta de largada, Kimi Räikkönen aquaplanou, perdendo o controle da sua Ferrari e rodando perigosamente. Kimi atravessou a pista à frente de Max Verstappen e Nico Hülkenberg, que vinham em alta velocidade! Por fim, quase foi acertado por Pascal Wehrlein, que vinha emn um traçado diferente, próximo ao muro. O incidente obrigou a direção de prova à interromper a corrida, acionando bandeira vermelha.

Depois de alguns minutos de espera, os carros voltaram à pista, porém atrás do SC. As voltas passavam e nada da pista melhorar. As condições ruins de visibilidade somadas à Jolyon Palmer propiciaram o momento bizarro da corrida, aonde o inglês acertou a STR de Daniil Kvyat mesmo andando atrás do carro de segurança! Por sorte, Kvyat pôde seguir na prova, enquanto Palmer abandonou. Lance péssimo de Jolyon, que mesmo sendo engolido por Kevin Magnussen nessa temporada, garantiu sua vaga na Renault ano que vem. Talvez seja a prova de que a Renault ainda precisa (e muito) do aporte financeiro de seus pilotos.

Enquanto as condições de pista seguiam dividindo opiniões entre os pilotos do grid, a direção de prova se sentiu acuada pelos acidentes, e mais uma vez optou pela bandeira vermelha, paralisando a prova e provocando a fúria de boa parte das arquibancadas de Interlagos, que vaiaram a decisão. Nesse caso, é importante levar em conta as responsabilidades de cada um dos lados. Enquanto o público quer diversão, a FIA é responsável (e consequentemente culpada) por qualquer acidente que ocorra devido às péssimas condições de pista. Por muito pouco, não tivemos um terrível acidente em "T" com Räikkönen (exatamente como já ocorreu na Fórmula Indy, e resultou por exemplo, na amputação das pernas de Alex Zanardi)! É compreensível que os fãs reclamem, pois com duas horas de evento, apenas 30 voltas haviam sido completadas (mais da metade atrás do SC), porém era visível a aquaplanagem de alguns carros - até mesmo com o pneu de chuva -, o que tornaria até certo ponto irresponsabilidade da FIA liberar uma corrida em tal situação.

Obrigados a relargarem com pneus de chuva extrema, os carros voltaram a pista depois de mais alguns minutos, novamente atrás do SC. Finalmente, na volta de número 32, a corrida começaria pra valer, e com muita, mas muita emoção por vir. Hamilton manteve a liderança, e viu Nico Rosberg ser ultrapassado por um endiabrado Max Verstappen, que assumia a segunda posição. Em quarto vinha Sergio Pérez, que herdara a posição de Hülk após um furo de pneu do companheiro. O mexicano era seguido pelas surpresas Carlos Sainz e Felipe Nasr, que devolviam STR e Sauber à zona de pontuação.

Hamilton e Max liderariam o pelotão em meio a chuva, se desgarrando dos demais. O holandês vinha arriscando tudo, com um traçado muito diferente do original. Porém, o garoto prodígio seria mais uma vítima da encharcada curva do café. Num lance de pura habilidade, Max domou seu Red Bull, conseguiu endireitar o carro e ainda voltar à frente de Nico Rosberg, mantendo a segunda posição.

Novamente, algumas equipes acreditaram que as condições de pista poderiam melhorar e optaram por uma troca para os pneus intermediários. O problema é que mais uma vez a troca foi apressada, a chuva seguiu castigando o autódromo e acabou por fazer mais uma vítima: o anfitrião Felipe Massa. Em seu último GP no Brasil, Felipe foi aclamado pela torcida e pelos mecânicos em seu caminho para os boxes da Williams, proporcionando uma cena emocionante para todos os amantes de Fórmula 1 ao redor do mundo. Uma carreira de sucesso, que se encerra de uma forma até melancólica, considerando as vitórias que Massa já teve. Porém, que tem um inegável valor, e que jamais deve ser menosprezada.

A questão é que o acidente de Massa provocou mais um safety-car, que voltou a embolar o grid. A pista piorou, e quem havia decidido pelos pneus intermediários teve de voltar aos compostos de chuva extrema, como foi o caso de ambos os pilotos da Red Bull, que voltaram fora da zona de pontuação. Enquanto isso, Hamilton seguia líder, trazendo Rosberg em segundo, e surpreendentes Pérez em terceiro e Carlos Sainz na quarta posição! Felipe Nasr aparecia firme no sexto lugar, à exemplo de Esteban Ocon, que em grande corrida ocupava a oitava posição, à frente do companheiro de Manor, Pascal Wehrlein.

Depois da relargada, o show ficou por conta de Max Verstappen. Na 16ª posição e de pneus novos, o holandês tratou de apertar o pé para recuperar as posições, e as foi ganhando, uma a uma. Como se estivesse jogando videogame no nível iniciante, Verstappen ultrapassou todos os adversários possíveis em 20 voltas, terminando num impressionante terceiro lugar, atrás apenas do vencedor Lewis Hamilton e do segundo colocado Nico Rosberg.

Por mais que Max faça e fale bobagens, é preciso reconhecer o talento absurdo do garoto, que chegou com uma pressão enorme na Red Bull, já venceu corrida e propiciou um espetáculo digno de herói neste domingo. A dupla da RBR é certamente a mais talentosa do grid, e com o regulamento novo ano que vem, promete ser uma real ameaça ao domínio das flechas de prata.


Vivendo E em meio à tantas emoções, não podemos esquecer de outros grandes acontecimentos desse fim de semana: as corridas sensacionais de Carlos Sainz e Felipe Nasr. O espanhol devolveu a Toro Rosso aos pontos, igualando sua melhor posição na temporada (sexto lugar) depois de passar boa parte da corrida no quarto posto. Já o brasileiro marcou os primeiros pontos da Sauber em toda a temporada, terminando a corrida em nono lugar e livrando o time da lanterna no mundial de construtores. À exemplo de Esteban Ocon, da Manor, que terminou em 12º, todos esses pilotos da nova geração demonstraram uma habilidade especial debaixo de condições adversas, o que eleva e muito nossas expectativas para com seus futuros, e claro, os credencia ainda mais para um posto digno de grandes resultados nas próximas temporadas.

A vitória de Lewis deixou o campeonato ainda em aberto, porém nas mãos de Nico Rosberg. O alemão precisa apenas de um terceiro lugar em Abu Dhabi para se sagrar campeão. Já Hamilton precisa vencer e torcer para que Nico acabe de quarto para baixo. Enquanto Ricciardo já garantiu o terceiro lugar no mundial de pilotos, a briga pelo quarto posto segue viva, com Vettel e Verstappen separados por 5 pontos. Räikkönen vem bem atrás, 19 pontos longe do companheiro de Ferrari.

No mundial de construtores, a Red Bull já garante o vice campeonato, enquanto a Force India encaminha a conquista do quarto lugar, terminando este GP 27 pontos à frente da Williams. A Sauber passa a Manor por um ponto, jogando os rivais para a lanterna da classificação.

Confira a classificação do GP do Brasil

Resultado do GP do Brasil (Foto: Divulgação)

A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas para sua decisão final no GP dos Emirados Árabes Unidos, e o Jovens Cronistas seguirá cobrindo a maior categoria do automobilismo mundial. Siga nosso perfil no Twitter e curta nossa página no Facebook. Um grande abraço e até a próxima!
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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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