Caros leitores, amantes da seleção canarinho, mais um pós jogo do time comandado por Tite aqui nos Jovens Cronistas para falar de mais uma vitória. Desta vez, o Brasil foi à Lima no Peru enfrentar a seleção da casa e saiu com mais um resultado positivo na conta. Porém, o jogo foi muito duro, acredito que foi o mais exigente dentre os seis jogos, desde que temos um técnico de verdade no comando da amarelinha.

Se por um lado o Brasil estava em alta, o Peru queria tirar proveito. Do outro lado tinha um bom técnico, conhecido pelos palmeirenses, Ricardo Gareca. Conhecido por ser ousado, por soltar seus times, marcar em cima e, assim, dificultar a saída de bola adversária, foi assim que começou o jogo. A seleção peruana começou bem compactada em campo e aos poucos foi se soltando a ponto de atrapalhar a saída de bola da seleção brasileira. Muitos "chutões" foram necessários ao time verde e amarelo na primeira etapa. Além dessa dificuldade na saída de bola, o Brasil viu o Peru esbarrar uma vez na trave em chute perigoso, além de ver o Peru explorar a velocidade com o meio-campista Cueva que procurava o centroavante Paolo Guerrero.

O Brasil chegou pouco na primeira etapa, mas quando chegou levou perigo também; em uma ótima jogada de Neymar e em uma cabeçada de Fernandinho em que a bola acabou subindo demais após rebater no chão. De resto, o Brasil procurava controlar a empolgação da seleção local com toques de bola para dar uma esfriada no jogo e poder tomar o controle da partida.

Veio a segunda etapa e o Brasil com a mesma postura de toque de bola, porém, um pouco mais adiantada. Assim, o Peru não chegaria mais tão perto da área brasileira. A seleção contou com outra dinâmica de jogo também; Coutinho passou a se movimentar mais, buscar bola na direita, esquerda, carregar a bola para o centro, ou seja, ser também uma válvula de escape quando Neymar se encontrava bem marcado (três peruanos sempre acompanhavam o jogador do Barcelona). Em uma dessas puxadas de Coutinho, a bola sobrou para Gabriel Jesus que tirou do goleiro Gallese para abrir o marcador.

Gabriel Jesus comemora mais um gol pela seleção (El País)


Ricardo Gareca quis colocar o Ruidíaz (algoz na Copa América, mas obrigado por ter demitido o Dunga!) para lançar o time mais a frente. Mais uma situação confortável para a seleção brasileira que teve o contragolpe a disposição. Neymar, Jesus e Renato desperdiçaram uma arrancada cada um e viram de longe o Peru quase empatar em cabeçada. Mas em outra jogada, Gabriel recebeu livre e serviu Renato Augusto que matou o jogo e acabou com a empolgação peruana. Fim de papo!

Brasil se comportou bem, tomou alguns sustos, mas foi algo dentro do aceitável por jogar fora de casa. Alguns jogadores ainda não jogam o melhor de si mesmos acredito que pela forma física e ritmos de jogo, mas seguem sendo peças importantes para o esquema de Tite. Neymar esteve bem marcado na primeira etapa, assim como Coutinho. Porém, este começou melhor no segundo tempo, buscando mais jogadas e desafogando a criação da seleção: jogador imprescindível na equipe! Apesar de bem marcado, Neymar foi bem, buscou jogadas, Gabriel Jesus oportunista e garçom mais uma vez, etc. O time do Brasil está competitivo, salvo alguns ajustes no sistema defensivo ou saídas de bola, já que Paulinho e Renato não estão com o melhor ritmo de jogo, embora sejam peças fundamentais.

Deixando um pouco de lado o jogo contra o Peru, mas sim analisando o conjunto de trabalho que vem sendo feito desde que Adenor Leonardo Bacchi assumiu a canarinho, é bom a torcida brasileira que queira ir para a Rússia começar a preparar a burocracia para atualizar ou retirar passaporte. Sim, o que era um desespero de estarmos longe da Copa 2018 no começo do ano, agora é uma realidade: matematicamente falta de 1 a três pontos para o Brasil se classificar em 18 disputáveis. Por que chegamos nessa condição confortável?

Desde que Tite assumiu, a seleção possui 6 jogos, 6 vitórias, 17 gols marcados, 1 gol sofrido e não contra apenas seleções sem nome. Fizemos jogos duros e pressionados como contra Equador, clássico contra Argentina, esse mesmo contra o Peru, etc. Porém, a seleção brasileira tem feito boas leituras de jogo também, mudando forma de jogar durante os 90 minutos, algo que não acontecia antes do Tite, pois no comando tínhamos um "distribuidor de coletes". Tite mesclou um setor de marcação experiente para não haver aquela "tremida" com um ataque jovem, rápido e com qualidade. Com isso temos solidez na marcação e um time solto que sai com a bola em direção ao gol adversário; óbvio que seguindo também as características do treinador que conta com as subidas dos famosos volantes surpresas - hora com Paulinho, hora com Renato Augusto.

Próxima partida é contra o Uruguai fora de casa que irá sem seu principal jogador, Luiz Suárez. Será que a papelada do passaporte já fica pronta pra 2018 na próxima rodada em Março de 2017? É cedo para falar, mas pelo futebol, acredito que sim. No restante dessas disputas de eliminatórias, é hora também de pensar nas peças que serão utilizadas no Mundial de 2018. Nunca uma seleção brasileira esteve tão confortável na classificação; agora é ser confortável na Copa ou ao menos se preparar para isso.
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Leonardo Paioli Carrazza

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