Confesso que a derrota do Marcelo Freixo me decepcionou, mas de maneira alguma me surpreendeu.

A transformação de um bispo em prefeito do Rio é resultado de um processo de quase 40 anos, no qual, diuturnamente, é realizado pela Universal um trabalho político nos bairros pobres, favelas e espaços das classes trabalhadoras, ou seja, em qualquer rua de terra batida, morro ou buraco - mesmo que em um recinto ainda no tijolo - A IGREJA CHEGA E A ESQUERDA NÃO.

Por meio da teologia da prosperidade, tal metodologia cooptou milhões de seguidores, o que viabilizou até a construção de todo um aparato midiático.

Também faz-se necessário lembrar que Crivella, antes de eleger-se neste ano, havia perdido duas eleições a prefeito e mais duas a governador. Por sua vez, Freixo conquistou seu primeiro cargo político há apenas dez anos, através de um partido recém-criado. Esse último pleito municipal foi sua segunda tentativa de se tornar prefeito da cidade maravilhosa, mais uma vez frustrada após não conseguir ampliar seu curral eleitoral para além do eixo Zona Sul-Centro.

Tendo isso em vista, fica claro, que não só o PSOL, mas toda a esquerda deveria, logo depois da apuração das urnas no domingo, ter começado a fazer uma série de autocríticas.

Deixar de atuar somente no campo universitário e reiniciar um trabalho de construção de base popular é a única saída para evitar que o plano de poder da bancada evangélica venha a se concretizar.
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