Caros palestrinos, mais um papo de torcedor do verdão aqui, em tom de decepção. Empate em 1x1 com o Flamengo no confronto direto foi o menos pior que podia acontecer, já que o time deveu e muito na atuação; coincidência ou não, desde que Cuca falou que ia para a China o time desanda em campo, se desorganiza, erra jogadas que não costuma errar, há certo descompromisso em recompor após as jogadas, etc. Só que do outro lado tinha um time de qualidade que poderia muito bem ter saído com a vitória, mesmo jogando com um a MENOS desde os 40 minutos do primeiro tempo. Vamos ao jogo.

Palmeiras recebeu o Flamengo neste 14 de setembro de 2016 pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro 2016. Cuca contou com força máxima, inclusive com o "suspense" de Gabriel Jesus. Mas quem mostrou as cartas logo de cara foi o Flamengo que criava jogadas e dominava a intermediária ofensiva. Palmeiras não tinha saída de bola para o contra ataque. Arão e Márcio Araújo não davam a liberdade que Tchê Tchê e Moisés costumam ter, portanto, a criação ofensiva do Palmeiras ficou bem debilitada.

O Palmeiras começou a melhorar na partida depois dos 20 minutos em jogadas explorando os lados de campo, principalmente com o "ponta" Roger Guedes. Mas faltava capricho, faltava aquela bola na medida para alguém mandar para as redes. Flamengo, no entanto, explorava os contragolpes pelo mesmo setor; hora com Jorge nas costas de Jean, hora com Gabriel nas costas de Zé Roberto. Aos 40 minutos do primeiro tempo, Marcio Araújo mostrou que "não saiu do Palmeiras" e tomou o segundo amarelo. Zé Ricardo tirou Diego e colocou Cuellar para reforçar a marcação.

Veio o intervalo e a proposta do Flamengo estava clara; recompor a zaga para encurtar os espaços do Palmeiras e explorar o contragolpe. O Palmeiras mexeu e colocou Lucas Barrios no lugar de Gabriel, visto que não precisaria mais marcar tanto. Mas parece que quem entendeu que não precisaria mais marcar era Zé Roberto que deixou uma avenida, ou melhor, um terreno baldio inteiro aberto para Alan Patrick fazer o 1x0 para o Flamengo e passar o desespero para o lado do Palmeiras.

Cuca então resolveu mexer, colocando Cleiton Xavier no lugar de Roger Guedes. Pouca coisa mudou. Palmeiras muito mais na base da correria e do desespero do que como costumava jogar em casa no campeonato brasileiro; Flamengo por outro lado, gastava o tempo tocando a bola. Damião pegava a bola no ataque e fazia de tudo para "comer o tempo". Palmeiras, por outro lado, estava desnorteado. O time organizado do primeiro turno deu lugar a um time que marca em um bloco na intermediária, sem organização e na base da alma tentar alguma coisa.

Falando em alma, nada melhor do que Jesus para lavar almas. Em um jogo em que o Palmeiras havia chutado apenas UMA bola ao gol de Alex Muralha até os 38 do segundo tempo, Jesus chutou a segunda bola que bateu na trave e caprichosamente morreu nas redes do Flamengo. Desde então, o Palmeiras se lançou ao ataque e teve ao menos duas outras boas chances de marcar o gol; uma com Dudu e outra com Moisés que acertou belo chute de longe, mas Muralha evitou. Fim de papo.

Conforme falei no início do texto, desde que o Cuca falou que ia para a China, o Palmeiras está devendo futebol. Muitos problemas técnicos e táticos, de jogadores que até então vinham sendo chaves para o time; Tchê Tchê, Cleiton e principalmente o Zé Roberto. Contra o São Paulo tivemos a oportunidade de ver a zaga brilhar e decidir, porém, quando o adversário também tem qualidade, o famoso "jogar pro gasto" só serve para ganhar resultados na base da sorte. Pouca produção ofensiva, pouca comemoração.

Cuca faz o que pode mudando, mas parece que os adversários também sabem como segurar o Palmeiras. Stival se virou bem sem um meia de criação no campeonato soltando os volantes, mas como agir quando eles são "presos" em campo pelo adversário? Sei que vai dar trabalho, mas Cuca precisa arranjar um meio de sair disso.

No fim, Palmeiras saiu no lucro com o resultado. Mas o campeonato segue longe de ser decidido. Não podemos deixar acontecer outro 2009. Tem que resolver logo esses problemas.
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Leonardo Paioli Carrazza

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