O título da edição 2014-15 da Liga das Estrelas está próximo de ser decidido. A rodada deste fim de semana deixou o Barcelona, que venceu em casa, prestes a comemorar seu 5º título espanhol nas últimas 7 edições. O Real conseguiu um empate heroico e o Atlético empatou também. Os jogos foram assim:

Barcelona 2 x 0 Real Sociedad

O Barcelona venceu a Real Sociedad com certa tranquilidade no Camp Nou e os catalães, em estado de graça com o time, podem comemorar o título do Campeonato Espanhol na próxima semana, na capital espanhola. Vamos por partes como é de costume.

Um jogo sem o mesmo brilho de quarta-feira, mas também seria um impropério pedir isso. Não houve um drible tão desconcertante quanto o de Messi em Boateng (que rendeu ao zagueiro alemão mais mídia do que aquela conquistada no título da Copa do Mundo).

Ainda assim, o time culé se apresentou com superioridade. No 4-3-3 de sempre, com peças diferentes. Ao todo, foram 5 modificações – só que do meio para trás, pois a trinca de atacantes (Messi, Suárez e Neymar) foi à campo.

O time de Sán Sebástian jogou no 4-2-3-1, que mais parecia um 4-1-4-1, por conta da aproximação de Granero, no trio Rubén Pardo, Canales e Xabi Prieto. Todos eles para dar suporte a Carlos Vela, isolado no ataque.

Na primeira parte, as jogadas criadas foram do lado blaugrana, mas com quantidade reduzida. O goleiro Rulli fez apenas uma intervenção de porte, aos 28 minutos, em chute de Piqué à queima-roupa.

Porém, a técnica se apresentou através de Neymar para tirar o placar do zero, aos 5 da etapa final. O brasileiro completou, de cabeça, na 2ª trave e fez seu gol de número 50 (ou quinquagésimo tento) com a camisa do Barça. 1 a 0.


A Real Sociedad quase não subiu rumo à ilha defendida por seu ex-goleiro Bravo (presente em 237 jogos entre 2006 e 2014 pelo esquadrão basco). Por sinal, sequer me lembro da cor do uniforme do bom goleiro chileno, dada a pouca força ofensiva apresentada pela equipe de David Moyes.

Para fechar os trabalhos, um lance de felicidade incomensurável. Messi cruzou da direita, a bola desviou no defensor da Sociedad e subiu. Pedro Rodrigues, que acabara de entrar no lugar de Rafinha, emendou uma bicicleta perfeita e fez um gol digno de Ferenc Puskas. Nem anotei o tempo de jogo. 2 a 0 e um voto deste autor para o prêmio de gol mais lindo de 2015.

O Barcelona do, outrora contestado, Luis Enrique pode ser campeão tanto no próximo sábado, contra o Atlético de Madrid (no Vicente Calderón), como diante do Deportivo La Coruña (no Camp Nou). O fato é que três pontos selam a campanha vitoriosa culé na Liga BBVA, sem contar a possibilidade considerável (eu diria provável) de ir à Berlim decidir a final da Champions League e a decisão da Copa do Rei, em casa, contra o Athletic Bilbao. Um triplete para coroar seus três imperadores ofensivos, caso aconteça.

Real Madrid 2 x 2 Valencia

A partida do Santiago Bernabéu, a melhor do final de semana na Europa diga-se, foi de tirar o chapéu para quem aprecia um bom futebol. Os torcedores madridistas, no entanto, não devem ter comemorado a reviravolta (improvável) e o empate da equipe – mesmo com o resultado adverso de 2 gols.

Uma decisão para os dois times, pelas posições nas quais estavam Real Madrid e Valencia.

Por isso, força máxima. Os merengues jogaram no 4-3-3, alterado em relação à partida de terça. Destaque para a volta de Sergio Ramos à zaga, pois de acordo com a imprensa espanhola (nada especuladora), Florentino Pérez “pediu” para Carlo Ancelotti devolver o zagueiro ao lugar em que joga melhor. Manda quem pode...

Ramos, aliás, não foi bem em Turim, já que nem protegeu a defesa nem ajudou na construção de jogadas, embora essa função tenha que ser exigida de Toni Kroos.

Os valencianos mostraram consistência na defesa – não à toa, a segunda melhor do campeonato, com 29 gols sofridos – em um 4-4-2 organizado. Nuno Espírito Santo é um treinador com boas noções táticas e merece ser destacado.

A partida começou parelha. Embora o Valencia tenha chegado, de fato, no primeiro minuto. Casillas salvou o Real, depois de saída de bola ruim de Arbeloa.

A trave brecou o time de Madrid em duas oportunidades. Aos 13, Gareth Bale, discreto contra a Juve, cobrou falta da entrada da área e acertou o travessão; Diego Alves, estático, pouco poderia fazer. Cinco minutos depois, Cristiano Ronaldo aparou cruzamento, de cabeça, e acertou o poste, de novo.

A partir dos 19 minutos, a maionese merengue (aliás, tem essa cor mesmo) começou a desandar. 

Os erros defensivos, sobretudo nas laterais - já que Carvajal e Marcelo foram poupados - deram possibilidade para o time amarillo e rojo.

Gayá arrancou pela esquerda e cruzou. Paco Alcácer esticou a perna para desviar a bola, que foi no canto esquerdo. 1 a 0.

Toni Kroos sentiu dores musculares, aos 25, e deixou o campo. Se não tiver condições, o alemão fará uma falta colossal no meio-campo do Real, já sentido com a ausência de Modric.

No mesmo minuto, Javi Fuego aparou cruzamento da esquerda, novamente, para ampliar o marcador. 2 a 0 Valencia.

Entrou em cena um paredão chamado Diego Alves – não fosse o transtorno obsessivo compulsivo, eu colocaria o nome do goleiro com as letras todas em maiúsculo, pois foi assim que ele jogou.

Com o time todo atrás, após os dois gols, Diego fez defesas impressionantes.

Aos 31, em chute de fora da área de Bale, a intervenção foi sensacional.

E aos 46 foi excepcional. 

Pênalti sofrido por CR7, que o próprio bateu. Diego saltou no canto direito para espalmar.

O time de Nuno Espírito Santo (Amém!) se retraiu demais na volta para o segundo tempo, e o de Ancelotti foi para o abafa, com todos os jogadores postados no campo de ataque.

O camisa 1 valenciano voltou a aparecer aos 9, com defesa incrível em cabeçada firme de Chicharito. No lance seguinte, porém, não havia jeito.

Pepe escorou de cabeça, escanteio cobrado por James para, finalmente, vencer o sistema defensivo. Real diminui: 2 a 1.

A pressão, mais que uma atuação convincente, dos madridistas surtiu efeito aos 38 minutos. Em chute lindo de Isco, no canto direito alto de Diego, inapelável. 2 a 2.

Empate arrancado a duras-penas pelo time de Madrid, visivelmente desconsolado ao final do jogo. Porém, que segue vivo na busca da undecima contra a Juventus.

Resultado igual com sabor aceitável para o Valencia, dado o trabalho de seu arqueiro e a chance palpável de alcançar a vaga na Champions League 15-16.

Placar super comemorado pelo Barcelona. E os (observadores) torcedores culés dizem que o Real empatou com um time, cujo uniforme era catalão, por ser vermelho e amarelo, com detalhes azuis.

Levante 2 x 2 Atlético Madrid

Mais uma vez, um horário perfeito para se acompanhar futebol... na Europa e na Ásia, é claro. Ainda bem que as próximas duas semanas, as partidas serão no mesmo horário. Às 7 da manhã, com frio de Outono (em São Paulo), foi interessante ver um jogo disputado no Estádio Ciutat de Valencia.

O Atleti precisou buscar o empate duas vezes contra o Levante para se manter próximo da vaga para a terceira Champions League consecutiva.

No 3-5-2, para dificultar as ações adversárias, os granotes tiveram uma apresentação boa, trocando momentos de domínio com os colchoneros, no 4-4-2.

A forte marcação dos times, aliada ao sol forte que assolava quem estava na cidade de Valencia, deixou a peleja equilibrada até os 30 minutos. Momento em que Morales inverteu a bola - da esquerda para a direita -, Miranda escorou mal para o lado, Iván Lópes cruzou e Barral - livre, e na minha visão, impedido - cutucou para o fundo do gol. 1 a 0 Levante.

A festa local durou 4 longos minutos. A defesa blaugrana afastou mal a bola da área, Tiago dominou e cruzou. Guilherme Siqueira, como um homem de área, bateu de puxeta, no canto direito baixo de Mariño para igualar o marcador. 1 a 1.

O segundo tempo foi mais franco. O jogo foi de contra-ataques, não houve organização de jogadas. Aos 17 minutos, já neste modelo, Uche aparou novo cruzamento de Iván Lópes e venceu Oblak. 2 a 1 Levante. 

Este parágrafo é dedicado a Mario Mandzukic. O croata não marca desde 21 de fevereiro, quando balançou a rede do Almería, na vitória por 3 a 1. O camisa 9, que vive de gols, não consegue apurar seu faro de artilheiro. Nesta partida, foram duas chances: uma defendida com os pés pelo goleiro Mariño e a outra, foi impugnada por impedimento. Segue o jejum do Madruque, como diria Carlos Alberto Parreira. Torres entrou.

A bola ficou mais nos pés colchoneros, com uma troca de passes mais organizada. Aos 35, a recompensa. 

Escanteio pela esquerda, Koke cruzou no 1º poste e El Niño Torres, para sofrimento pessoal de Mandzukic, mandou para a rede. Empate merecido, 2 a 2.

Dois minutos depois, Gimenez teve a bola para virar o jogo no pé direito. O arqueiro Mariño, porém, não concordou, espalmando o terceiro gol do Atleti.

A vaga para a Champions League para o Atlético de Madrid está quase assegurada. Uma vitória em dois jogos (ou contra o Barcelona em casa ou contra o Granada, fora), garante o carimbo no passaporte.


Destaques: Com o pênalti defendido, Diego Alves entrou para a história. Foi a primeira vez que um arqueiro parou CR7, por duas vezes, na marca da cal.

Vamos Granada! O meu primeiro time no Rumo ao Estrelato, anos atrás no Pro Evolution Soccer, foi o único a vencer duas partidas seguidas nos últimos cinco jogos (entre os possíveis rebaixados). Mas, para se livrar da Liga Adelante, o time rojiblanco precisará vencer os dois últimos jogos contra Real Sociedad e Atlético de Madrid.

Em Valencia, o Atleti não vence o Levante desde 2007.


Classificação da 36ª rodada, com uma partida para ser disputada, entre Rayo Vallecano e Getafe (caso vença, o time azul está matematicamente salvo do rebaixamento):

Resultados 36ª rodada
Eibar 0 x 2 Espanyol (Sexta-feira)

Granada 2 x 0 Córdoba (Sábado)
Barcelona 2 x 0 Real Sociedad
Real Madrid 2 x 2 Valencia
Athletic Bilbao 1 x 1 Deportivo La Coruña

Levante 2 x 2 Atlético de Madrid (Domingo)
Villarreal 1 x 0 Elche
Almería 1 x 2 Málaga
Celta de Vigo 1 x 1 Sevilla

Rayo Vallecano 2 x 0 Getafe (Segunda-feira)




*Imagens: Mundo Deportivo

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