No último domingo (09/11), o Grêmio parece, finalmente, ter feito as pazes com o seu passado. A atuação grandiosa do Imortal Tricolor no clássico GREnal foi um espécie de redenção e de reencontro com a sua vitoriosa história.

O Grêmio, enfim, fez o que o seu torcedor tanto ansiou durante os últimos anos. Como foi bom ir à Arena e encontrar, finalmente, um Grêmio SEM MEDO do Internacional. Isso foi uma triste tônica dos últimos anos, aonde o Grêmio jogava normalmente contra qualquer adversário, mas quando chegava a vez do clássico, tornava-se um time inseguro, medroso, menor do que realmente é. Isso era uma coisa que magoava profundamente o torcedor, pois a nossa camiseta é tão grande e tão vitoriosa quanto a deles, então não existia uma justificativa plausível para o Grêmio entrar em campo com todo esse medo do seu rival. Por mais que o time seja inferior tecnicamente, GREnal é GREnal, ou seja, as coisas deveriam se nivelar por ser um clássico e não era o que vinha acontecendo. Ganhar e perder faz parte do jogo, mas ter medo, principalmente de um time que não tem nada de extraordinário e que não é maior do que nós, é inaceitável.

Sobre o jogo, o Grêmio mostrou desde o primeiro minuto que daria as cartas. O Inter não conseguia criar e só ameaçava em chutes isolados de fora da área ou em alguma jogada de bola parada. Entrar na nossa área com jogada trabalhada ou com cruzamentos? Impossível, pois a dupla Rhodolfo e Geromel foi simplesmente impecável, ganhando todos os lances disputados contra o ataque colorado. Já o Grêmio impunha o seu jogo, até mesmo de uma forma surpreendente, visto a sua dificuldade durante todo o campeonato de criar oportunidades e, principalmente, de convertê-las em gol. Sendo assim, o primeiro gol tricolor não demorou a sair, após uma boa tabela entre Barcos e Dudu, que foi à linha de fundo, driblou Aranguiz deixando-o no chão e rolando a bola para o meio da área, onde Luan, sozinho e sem goleiro, só escorou para o barbante. Mas se o primeiro tempo já deixou clara a superioridade gremista no jogo, no segundo tempo essa superioridade se transformou em massacre. Logo no começo do segundo tempo, uma enfiada de bola genial de Luan encontrou Ramiro livre na área que, de primeira, só tirou do goleiro Alisson, fazendo o segundo gol. Então, Abel colocou em campo o "glorioso" Rafael Moura (mais conhecido como He-Man) e, na primeira vez que a bola chegou a seus pés, fez o gol colorado na única maneira provável: em um chute de fora da área. Já que entrar na área gremista era impossível, o atacante tentou a sorte e se deu bem, acertando um chute indefensável para Marcelo Grohe. Aí chegou a vez do Felipão colocar em campo Alan Ruiz, que entrou em campo para, em poucos minutos, entrar para a história dos clássicos. No seu primeiro toque na bola, sofreu uma falta ao lado da área, aonde Zé Roberto cruzou e ele, Alan Ruiz, no seu segundo toque na bola, fez um gol de cabeça que os gremistas já nem lembravam mais como era assistir, uma vez que há meses o time não conseguia fazer um gol em uma jogada de bola parada. A festa da torcida gremista já transformava a Arena em uma panela de pressão, quando Giuliano, um ex-vermelho que entrou com vontade de apagar o seu passado do lado de lá, deu um passe primoroso para Alan Ruiz na entrada da área, onde ele tirou o zagueiro da jogada e bateu seco, no canto. Golaço para fechar a tarde de gala de um time que patrolou o seu principal rival. E após esse quarto gol, D'Alessandro e seus companheiros se descontrolaram e partiram para a pancadaria, mostrando o quanto são maus perdedores e jogadores de quinta categoria. E penso que fizeram isso de propósito só para esse Grêmio avassalador não ter tempo de fazer o quinto, o sexto,...

Fazia tempo que uma atuação do Grêmio na Arena não me deixava tão entusiasmado. Saí de lá com a voz imprestável, mas de alma lavada. A torcida do Grêmio precisava dessa vitória, o presidente Fábio Koff não merecia encerrar o seu mandato no final do ano sem obter nenhuma vitória sequer em GREnal. Domingo foi aniversário do nosso comandante Felipão, e acho que não poderia ter havido um presente melhor depois de tudo o que ele passou num passado ainda recente. Tudo o que eu e o resto da nossa torcida cobrávamos era não ter medo do Internacional, e foi exatamente essa a postura do Grêmio em campo. A goleada de 4x1 foi construída exatamente pela CORAGEM que nós pedíamos para o time ter. Ora, se até a Chapecoense goleou esse time, porque nós, o gigante que somos, precisávamos ter esse medo sem sentido? Temos as nossas limitações e muita coisa precisa ser modificada para o ano que vem, mas mesmo com todos os poréns, podemos encarar com altivez a qualquer um. Essa vitória nos colocou na 3ª colocação na tabela de classificação, faltando 5 jogos para o fim do certame. No sábado temos mais um compromisso difícil, contra um Criciúma desesperado e jogando as suas últimas fichas em casa para permanecer na Série A. Porém, vamos com o ânimo revigorado e a confiança nas alturas, o que faz o torcedor gremista acreditar em mais uma ida à Libertadores no ano que vem. O fantasma dos clássicos foi exorcisado. O Inter pagou com juros e correção monetária todos os péssimos resultados que nos impuseram nos últimos 2 anos. Mostramos para eles que nós também podemos ganhar e golear eles. Foi maravilhoso ver o D'Alessandro chilicando porque levou 4 de nós, tentando apitar o jogo e não conseguindo (como já havia virado um hábito nos clássicos), e tendo que engolir o Grêmio tirando o time dele do G4 e entrando no seu lugar.

"Inter, decime que se siente... Levar goleada no GREnal..."

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