São 106 anos de fundação três semifinais perdidas, mais de 60 anos de espera e ainda agüentar gozações de ser o único clube grande da Argentina sem a libertadores. Esse tabu foi quebrado na noite de 13 de agosto de 2014, uma quarta-feira inesquecível.

O caminho não foi fácil. Essa taça foi iniciada há dois anos, quando o clube de Boedo brigava para cair e depois da eleição de Matías Lammens, o time voltou a se encontrar. Campeão Argentino no torneio inicial do ano seguinte, fez do Ciclón garantir a vaga para o torneio sul-americano e poder buscar a tão sonhada taça. 

O planejamento foi médio, mas talvez o suficiente. Com a perda do técnico Pizzi para o Valencia, o Ciclón trouxe Bauza, campeão pela LDU e Nicolas Blandi, que veio do Boca Juniors. Esse seria o plantel para a Libertadores. 

Caindo em um grupo teoricamente fácil, o Ciclón sofreu, mas se classificou para as oitavas no saldo de gols. Se classificando como o sétimo melhor segundo, teve o Grêmio pela frente, mas eliminou a equipe gaúcha fora nos pênaltis. Depois veio o Cruzeiro e com um gol no inicio do primeiro tempo no segundo jogo e com as boas defesas do goleiro Torrico, a equipe de Boedo estava em mais uma semifinal da história. Após o recesso da copa, o Ciclón veio desfalcado, no o primeiro jogo com uma vitória de 5x0 sobre o Bolívar, garantiu a primeira classificação para final.

Agora veio o Nacional, na primeira partida, no Paraguai, a equipe jogou bem, mas deixou eles empatarem segundos antes de terminar. Agora dependeria de uma vitória simples, para enfim, conquistar a taça tão sonhada.

O Jogo

A partida começou com o Nacional buscando o gol, o San Lorenzo, jogando em casa estava nervoso e não conseguia controlar a parte emocional. O Nacional começou assustar já nos dois minutos com Orue que colocou a bola na rede no lado de fora. O Ciclón não conseguia furar a defesa do time paraguaio, enquanto o Nacional tentava nos chutes de fora da área para chegar ao gol.

Com dificuldades, o San Lorenzo tentava buscar o gol, mas ele só veio após o toque de mão do Coronel, que foi dado o pênalti, marcado pelo volante Ortigoza.

O segundo tempo, o Ciclón melhorou e o Nacional atrás do placar, deixou de lado a parte tática e foi para o emocional para conseguir o empate, deixando muitos espaços na parte defensiva. O San Lorenzo teve bons momentos para chegar ao segundo gol e sacramentar a partida, mas errava nos passes finais e no chutes de fora da área, o Nacional teve a melhor chance com Bareiro, aos 32 minutos, mas foi travado pela defesa do Ciclón. 

Nos dez minutos finais, o San Lorenzo passou a tocar a bola, apesar de ter algumas chances, mas nada além disso e nem mesmo com os quatro minutos de acréscimos, tirava a alegria da torcida que estava presente no Nuevo Gasômetro e após o apito final, o San Lorenzo conquistava seu primeiro título da Libertadores e o apelido de “Clube Argentino sem Libertadores da América” terminava às 23:20 no dia 13 de agosto de 2014, onde todos os Cuervos poderiam enfim gritar é campeão.

Apesar do titulo da libertadores, o time terá muito trabalho esse semestre, já que esta classificado para o mundial de clubes. Com a perda de Angel Correa para Atletico de Madrid e em recuperação de uma retirada de tumor, do Piatti, principal jogador do clube na Libertadores para o Montreal, pode também perder Buffarini e o técnico Bauza, especulado para treinar a seleção do Equador, mas agora não é momento de pensar e sim comemorar a taça tão sonhada, já que tudo esta a favor do Ciclón, que em breve voltará ao seu antigo estádio, um lugar onde nunca deveria ter saído. Parabéns Cuervos.

FICHA TÉCNICA

SAN LORENZO 1X0 NACIONAL-PAR

Local: Estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires (ARG)
Data-hora: 13/08/2014, às 21h15 (de Brasília)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (BRA)
Auxiliares: Emerson de Carvalho (BRA) e Marcelo Van Gasse (BRA)
Gols: Ortigoza (35'/1ºT)
Cartões amarelos: Mercier (SLO), Coronel (NAC), Benítez (NAC), Mendoza (NAC)

SAN LORENZO: Torrico, Buffarini, Cetto, Gentiletti e Más; Mercier, Ortigoza, Villalba (Kalinski, 36'/2ºT) e Romagnoli (Kannemann, 42'/2ºT); Matos e Cauteruccio (Veron, 20'/2ºT). Técnico: Edgardo Bauza

NACIONAL-PAR: Don, Coronel, Piris, Cáceres e Mendoza; Melgarejo (Luzardi, 42'/2ºT), Torales, Riveros e Orué (Montenegro, 11'/2ºT); Benítez (Santa Cruz, 40'/2ºT) e Bareiro. Técnico: Gustavo Morinigo 

Curta nossa PàginaJovens Cronistas! (Clique)

Texto e Edição: Joseclei Nunes

Foto: EFE
Compartilhe:

Joseclei Nunes

30 Anos, Carioca, Licenciando em História na Simonsen, amante e pesquisador de Futebol, Política e Carnaval.

Deixe seu comentário:

1 comments so far,Add yours

  1. É difícil pra dedéu a parada em Marrocos, pelo que você já expôs. Não sou hincha do Ciclón, e não sabia desse estado do Correa. É triste, desejo a melhor recuperação a ele.

    No entanto, torcerei pelo San Lorenzo nesse Mundial. Como você disse, o momento é de festejar. Isso, poucas torcidas sabem fazer como a do Ciclón.
    Já em dezembro, será: - Bica eles, Cuervo!

    ResponderExcluir