Meus amigos, dando complemento ao fantástico texto de Deny Freitas: Dunga: Renovação ou Retrocesso? (Clique) que abordou de forma ampla, todos os aspectos da chegada de Dunga à Seleção, vamos aqui falar um pouco da questão tática, o ultraje (e não o que faz música, pois esse é coisa boa) que foi a chegada de Dunga, após tanto se falar em Renovação, em mudança de pensamento do futebol Brasileiro, em resgate da identidade da Seleção. Mas definitivamente ele não é indicado para tal, e UM DIA pode vir á ser um grande treinador, creio nisso sim, potencial ele tem, mas o atual momento não permite laboratórios, é mais uma tentativa de consertar um erro, cometendo outro ainda maior, esses e outros aspectos abordaremos aqui.

Um dos aspectos que mais incomoda, é que os três últimos treinadores da Seleção tem como característica não saber propôr o jogo, não saber o que fazer quando o time tem a bola, os times de Dunga, Mano Menezes (o qual "convivo" também em clube) e Scolari, são times bem postados, sim, que conseguiram alguns importantes resultados nesse sentido, mas que tem sérias dificuldades em propôr o jogo, e como eu não sou da "Geração PVC", não vou ficar aqui falando de números, isso é pra jacu, vou aqui falar de desempenho, de como cada time se postava em campo, e que por tal razão, temo que o Brasil nade até que bem, como nadou com Dunga até 2010, mas que morra na praia, ou melhor dizendo, na falta de criatividade.

Não há muito segredo para falar da primeira passagem de Dunga pela Seleção, foi uma passagem que os matemáticos diriam ser quase ideal sim, bom aproveitamento, resultados importantes no ciclo de Copa, inclusive contra rivais, classificação folgada nas eliminatórias. Porém, se analisarmos desempenho, de uma forma fria, no fundo sabíamos que quando precisássemos atacar uma equipe tão ou mais forte que a nossa, quando tivéssemos a necessidade de propôr o jogo, seria nosso fim, e foi o que aconteceu diante da Holanda, um time inerte ofensivamente, o psicológico atrapalhou naquele jogo por que o time sabia disso também, não só por conta da falha de Júlio César e Felipe Melo, o time de Dunga não tinha jogadas.


Mano Menezes não entrou com uma missão fácil na Seleção, teve sua chegada facilitada por ser aliado de Andrés Sanchez, pegou um Corinthians muito forte e conseguiu notoriedade, uma notoriedade maior do que ele poderia suportar. Demorou demais para conseguir um bom padrão, teve derrotas importantes, e caiu quando parecia começar á estabelecer uma Seleção, um elenco, após infeliz jornada Olímpica, perdendo para um México que presenciamos ao longo do ciclo de Copa que não tem absolutamente nada de especial, muito pelo contrário. É claro que a queda de Mano se deveu também a questão Política, ninguém aqui é idiota, qualquer resquício da presença de Sanchez na CBF tinha de ser apagado, até mesmo por uma tentativa de se desvincular da imagem de quem realmente manda até hoje, que é Ricardo Teixeira, mas a decisão de demití-lo tem sim um componente técnico e não é pequeno, a Seleção demorou demais para encaixar, se é que encaixou, e tinha pouquíssimas alternativas, nem mesmo Neymar conseguia render.

Eh dupla, muita gente já disse, o pessoal da ESPN disse, os espetaculares do EI disseram, até os humoristas da BAND disseram, que esses que aí estão, vieram como escudos para "salvar" a cúpula da CBF por um fracasso em casa, caras vencedores, carismáticos, GLOBAIS, enfim. Felipão infelizmente está desatualizado, é um treinador que parou no tempo, que não sabe dar alternativas quando o time tem a bola, que joga atrás da linha da bola, Felipão é um grande motivador, mas mesmo isso somente não funcionaria, e a motivação que sempre foi o seu forte, não foi o suficiente para evitar que os atletas chorassem e sujassem as fraldas de medo (desculpem, mas foi o que aconteceu, emoção uma ova, o que vimos foi medo) o medo de perder tirou a motivação de ganhar, evidente que a obrigação e a mão na taça só existiam nas suas mentes fantasiosas, e em algumas Murtosas, ops Donas Lúcias, que não entendem nada de futebol, o Brasil em matéria de desempenho somente foi superior à um adversário na Copa, somente agradou de fato diante de Camarões, e ainda assim tomou calor, tomou calor antes da Copa contra times fortes, tomou calor até do Sub-20 do Fluminense. E na Copa das Confederações, se enganou ao vencer Seleções mancas, mas ainda assim não era motivo algum para vangloriar-se, Uruguai e Itália, mortos pela Costa Rica, deram sério calor na nossa Seleção, do hexa que vinha aí, mas veio Tetra para a Alemanha, da "mão na taça", que virou sacolada no lombo, de um Brasil de uma geração fraca, sim, é verdade, mas que não soube ser Brasil, que perdeu com medo, que chamou os Alemães pra dentro e tomou de sete.


Por fim, voltamos à Dunga, e sua nada merecida segunda chance. Como já dito, o time dele basicamente era de contra-ataque, um tanto ultrajante para o Pentacampeão, o país do futebol jogar assim. Mas e se aceitarmos que é essa a necessidade? Eu não aceito, apesar de reconhecer o momento ruim, a safra fraca, acho que é preciso saber o que fazer quando se tem a bola, aliás era a minha proposta ao enfrentar a Alemanha, ao sugerir Hernanes na meia. E Dunga parece não ter aprendido a lição, o mesmo Dunga que na coletiva disse que não ficou parado por 3 anos, que fez estágios com grandes ícones do futebol, veio com a conversa de que "As grandes seleções jogaram atrás da linha da bola e fizeram muitos gols, e vocês diziam que isso era defensivismo". O que tu está dizendo CARA PÁLIDA? Que grandes seleções que tu viu jogando atrás da linha da bola tchê? Argentina, para eles isso deu certo, mas eles sabiam o que fazer com a bola. E o nosso Brasil, que eu não posso dizer que deu certo, futebol pífio, que poderia ter caído já nas Oitavas, e que teve sérias dificuldades contra México e Croácia. Alemanha, Holanda, França, Bélgica, Chile, Colômbia, todas essas seleções sabiam o que fazer com a bola, sabiam controlar a partida, tinham jogadas. Esse discurso é FURADO. Vai ao contrário de outras frases, vai ao contrário de qualquer tentativa de evolução tática. É meus amigos, o cenário é alarmante.

Mesmo com um grande treinador, como Tite, Abel Braga, em se falando de Brasil, ou Guardiola, Simeone, Sampaoli, Bielsa, Pellegrini e tantos outros da Europa que se poderia trazer, a situação já seria difícil por conta da safra, mas optamos pela arrogância, por não aprender com os erros cometidos, por trazer quem crê que a eliminação foi por conta do azar, de uma bola, que não sabe olhar para o merecimento do adversário e para sua inércia ofensiva, optamos pela estagnação no tempo, mas enfim, o que esperar das MÚMIAS da CBF, encabeçadas por Ricardo Teixeira?

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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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