Pedetista é o único candidato negro entre os 12 que disputam o Bandeirantes

Natural de Marília, município do interior de São Paulo, Marcelo de Souza Cândido – Marcelo Cândido na urna – é o candidato do Partido Democrático Trabalhista – PDT e está prestes a completar 49 anos de idade. Formado em Geografia pela Universidade Estadual de São Paulo – UNESP de Rio Claro, Cândido esteve na condição de deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores – PT, de 2002 a 2004, quando deixou a Assembleia Legislativa para concorrer, e ganhar, a disputa pela prefeitura de Suzano, cidade da Grande SP, onde ficou por dois mandatos – de 2005 a 2012.
Foto: Eduardo Azinelli
O hoje candidato ao governo de São Paulo pelo PDT vem de família política. Morto em 2012, José de Souza Cândido, pai de Marcelo, foi vereador de Suzano por três vezes, deputado estadual por dois mandatos, sempre pelo PT, e dá nome à atual câmara municipal daquela cidade. Cândido deixou o PT ao final de sua segunda gestão à frente da administração da máquina suzanense, em 2016, para filiar-se no PDT.

Marcelo Cândido foi presidente do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e da Associação de Municípios do Alto Tietê – atual Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê – CONDEMAT. O candidato foi ainda membro permanente da Associação Brasileira de Municípios – ABM e dirigente da Frente Nacional de Prefeitos – FNP. Apesar do currículo, Cândido acumula acusações na esfera jurídica, inclusive com condenação à perda dos direitos políticos, em julho de 2013, em uma ação protocolada pelo Ministério Público Eleitoral – MPE por improbidade administrativa, sob a acusação de irregularidades na contratação e construção do Corredor Ecológico e Recreativo do Distrito da Boa Vista, que previa obras como campo de bocha, colocação de grama, instalação elétrica e iluminação, banco de concreto, passarelas, colocação de lixeiras. O caso de Marcelo Cândido transitou em julgado e, em tese, ele estaria enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ao lado da candidatura de Edson Dorta (PCO) (clique!), a postulação pedetista também foi barrada pela justiça eleitoral. Apesar da decisão, Cândido segue em campanha e os votos que venha a receber devem ser invalidados pelo Tribunal Regional Eleitoral – TRE-SP. 
Foto: Irandy Ribas 
A candidatura do ex-prefeito de Suzano, que declarou ter 400 mil reais em bens patrimoniais, foi provocada às pressas pela diretoria pedetista, que encaminhava aliança com o candidato do Partido Socialista Brasileiro – PSB, Márcio França, em troca do apoio da legenda pseudosocialista em nível nacional ao presidenciável Ciro Gomes(PDT) – o que não aconteceu (clique!).

Marcelo Cândido defende um programa com 12 pontos – número da legenda – e é a única candidatura negra da disputa. Apesar do aspecto representativo, importante à mesma medida de Lisete Arelaro (PSOL) – única mulher na corrida –, a plataforma pedetista é genérica e pouco aprofundada. Em as “12 propostas básicas da campanha”, documento protocolado junto ao TRE-SP, não há muita descrição de eventuais programas que, em caso de vitória, venham a ser implantados, assim como não especifica as estratégias para cumprir as promessas que seguem a linha de “retomada do investimento na saúde”, “ações preventivas de inclusão social”, “combate a desigualdade social”, “mobilidade urbana e acessibilidade”, “políticas de incentivo”, entre outras pequenas orações protocolares.
Foto: Luccas Balacci
Paralelo a isso, o candidato compromete-se, no mesmo documento, com a revisão das concessões de rodovias e pedágios; a retomada das obras paralisadas do sistema viário; o fortalecimento das controladorias; reformulação do sistema prisional e um plano de carreira para a força policial estadual, que viria a ser aumentada e qualificada em uma eventual gestão de Cândido e de Gleides Sodré Almazan, baiana de Vitória da Conquista e vice da chapa.

A candidatura de Cândido, como aqui já dito, é importante no sentido marcar posição, ser a única candidatura negra no pleito paulista e ser um candidato que teve seus mandatos em Suzano, na região do Alto Tietê, aprovados pela população. Quando questionado sobre as condenações, que devem levar a impugnação de sua candidatura no TSE e consequentemente anulação dos votos a si direcionados, o candidato defende-se atribuindo as irregularidades à gestão anterior, sobretudo na formulação dos contratos supostamente irregulares. 
Foto: Nilton Fukuda

Ainda que o candidato tenha se apresentado como nome interessante e tenha predicados positivos, inclusive em sua gestão, fica a observação a essa falha do PDT, tanto no critério do lançamento de sua candidatura, visto que o processo transita em julgado, independente dos argumentos por ele alegados, que tem o nosso respeito. Bem como também de novos filiados, assim como ele, saídos do PT na região da zona leste e do Alto Tietê, como, por exemplo, o candidato a deputado estadual Luiz Moura. O partido deveria ter um melhor critério no aceite de novos quadros, bem como no lançamento de tais candidaturas.



Por: Claudio Porto e Adriano Garcia.

Para críticas, sugestões ou dúvidas, deixe sua opinião na seção "comentários" logo abaixo ou escreva para: cons.editorialjc@gmail.com

Compartilhe nosso conteúdo nas redes sociais e clique aqui para conhecer a página de Política do JC!

Curta nossa página no Facebook: Jovens Cronistas! (Clique)
Compartilhe:

Redação

Deixe seu comentário:

0 comments so far,add yours