Nos últimos dias eu fui até uma grande rede de supermercados aqui da minha cidade e me surpreendi quando entrei lá e vi uma grande árvore de natal na minha frente. O ano está tão cheio de acontecimentos e mudanças no mundo e na minha vida que pela primeira vez me dei conta que estamos perto do natal, então como a cantora Simone eu me perguntei “O que eu fiz?”



O mundo de 2020 não foi para ninguém como o esperado, acredito que para grande maioria das pessoas foi um ano de médio para ruim, no meu caso foi um pouco de tudo, momentos ruins como uma pandemia mundial e desemprego, até momentos ótimos como a oportunidade de escrever em colunas e publicar o meu livro Gaúchas Negras. Entretanto, tiveram momentos tensos como o medo e a angustia que o Corona vírus trouxe, crises políticas cada vez mais fortes e um caminho incerto para o futuro de toda uma geração. O natal está aí e eu não sei o que fazer.

Pensar em como o ano passou rápido parece uma ação bem corriqueira, ainda mais numa sociedade tão instantânea e frenética como a nossa. A cada dia entramos em uma enxurrada de notícias que nos levam numa conturbada troca de emoções. As redes sociais são reflexo disso, onde a cada movimento do polegar temos uma emoção estampada de forma diferente, seja um vídeo fofo de animal ou o índice de morte de pessoas para o Covid19. Esse ano com certeza não foi fácil, provavelmente os próximos não serão, ainda teremos muitas consequências da pandemia em nossas vidas, com vacina ou não. Podemos lutar para ter aquela vida de 2019, mas o mundo mudou e agora pelo visto já é natal, e o que faremos?

Eu não sinto uma alegria de comemoração. É estranho pensar em uma união entre famílias e vivenciar esses cinco dias entre natal e ano novo, onde tudo parece dar certo e as pessoas são felizes, não sinto isso para esse ano. Não tive nenhuma perda próxima para o vírus, mas parece que quando paramos para pensar temos uma sensação ruim sobre tudo que aconteceu e acontece, pode ser um pouco de medo? Pode, porém o que se esperar de um ano pandêmico?

Muitos caminham tocando a vida, acho que muito dos problemas que enfrentamos se deve a isso, nós agimos com tranquilidade, somos tão domesticados por um sistema que nos educa para pensar ser tudo bem ser exposto a um vírus. O sistema nos cobra isso, sem trabalho não temos comida, casa ou comunicação, se for uma pessoa sem o apoio de outras as consequências podem ser piores. O que resta é tocar a vida, mesmo tendo a sensação ruim de que o mundo deveria parar.

                     
Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

O natal está chegando, eu descobri no corredor de um supermercado. Não sei o que fazer, mas sei que está diferente. Espero que você tenha uma percepção melhor, que seja uma época mais alegre para ti, contudo me parece uma época estranha, pois apesar do que fiz não parece que o ano seja de festividades como essa que se aproxima.

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Sobre a Coluna


A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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