Vou perguntar algo para você que lê esse texto, você já se pegou perdendo tempo pelas redes sociais e quando viu achou um perfil verificado onde a pessoa tinha mais de um milhão de seguidores e você não tinha a mínima noção de quem era essa pessoa? Eu já, quase que uma vez por semana descubro alguém fora da minha bolha que é super famoso, seja uma instagramer de maquiagem ou fitness ou um humorista superfamoso que faz piada com moradores de rua e foi cancelado, quando chego para ver o sujeito nem sei quem é, mas o número de seguidores dele é impressionante.


Uma das formas de descobrir alguém é quando essa pessoa é “cancelada”, a patrulha do cancelamento da uma grande evidência para pessoas erradas. Onde muitos — eu incluso — perguntam “quem é?” e então começam uma pesquisa de querer saber o quão podre, ou não, é alguém para sofrer o cancelamento.

A internet é tão “conectada” que esquecemos que vivemos em um país com 220 milhões de pessoas e uma boa parte dessas pessoa tem contas em redes e consome conteúdo diferentes uma das outras, podemos chamar esses grupos distintos de nichos ou bolhas. Fato interessante sobre as bolhas é que as redes tentam de tudo quanto é forma nos manter dentro delas, é difícil fazer com que as bolhas entre em conflitos, mas uma atividade interessante para verificar seu nicho de pertencimento é entrar no perfil do político que você mais despreza, a sua bolha vai explodir, sabe aquelas pessoas que passam vergonha na televisão? Isso aquelas mesmas, estão nas redes, e é ainda pior, pois estão de forma mais ampla e protegidas por um falso anonimato.

Meu raciocínio é o seguinte, as pessoas estão cada vez mais viciadas em redes sociais e internet, com isso criam-se bolhas pois os sites não querem a gente fora deles, através disso pessoas são mais ouvidas ou lidas por falar diretamente com outras pessoas que pensam igual a ela, gerando aquela sensação famosa de “torcida de futebol”, onde independente do assunto você tem um lado e com isso vive no meio da sua torcida por vinte quatro horas por dia. Entretanto em determinado momento um anônimo perdido com uma foto qualquer no avatar fala mal do seu ser mitológico favorito, você rodeado dos seus iguais avança sobre o invasor assim como uma manada, protegendo o seu preferido. Pronto, após a ação a bolha continua intacta, sem problemas é como um gol do seu time de futebol.

Fonte:https://www.pexels.com/photo/ball-black-bubble-colorful-35016/

O perigo é que a bolha não vem com botão de desligar, nas raras vezes que a pessoa sai do celular a bolha invisível está lá, essa mesma pessoa que antes era violenta nas redes se direciona da mesma forma fora delas, o ataque persiste, mesmo sem apoio. O resultado é algo conhecido entre especialistas como “partir para ignorância” e xingar, e talvez (bem talvez), pois quem muito atinge na internet teme o mundo de fora, partir para um ataque físico.

A bolha é um espaço confortável, principalmente a digital, são conteúdos falsos sobre notícias e diferentes informações que reforçam nossa convicção sobre a nossa visão única e “verdadeira”. Ficar nela é opcional, cair em notícias falsas normalmente acontece pelo motivo que quereremos acreditar que tal ideia é verdadeira, sendo que na verdade não é. A resposta para aqueles mergulhados na bolha é recorrer para a criação de conspirações midiáticas e de outras vertentes, pois é mais fácil do que perceber as fraquezas de um lado, seja político ou não. A bolha é frágil no fim das contas, ficar dentro dela pode até ser confortável, mas sair dela é libertador.

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Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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