Quando eu tinha 16 anos me perguntei qual seria meu lugar no mundo? Eu então respondi que queria fazer algo grandioso, que fosse mudar o curso da humanidade. Queria então fazer um curso superior de Astrofísica, e assim mudar o mundo através da ciência espacial! O único problema era que sempre fui mal em Matemática e também em suas irmãs exatas, então como seria um astrofísico?


Eu tinha a errônea imagem que apenas com um grande feito eu estaria marcado na história. Tinha como exemplo os grandes cientistas como Einstein, Newton e Stephen Hawking, figuras excepcionais, que são marcantes em suas áreas. Para um jovem de 16 anos como eu, eles eram o sucesso. Vale ressaltar que também era um ávido leitor de ficção cientifica e um fã do seriado Jornada nas Estrelas, assim estava se consolidando meu futuro como um cientista espacial e quem sabe um astronauta. Eu levei em frente aquele sonho, antes disso, queria ser jornalista, mas por volta de 8 meses eu quis ser astrofísico, e ir audaciosamente aonde ninguém foi.

Eu pensava que a vida era muito curta e deveria me esforçar ao máximo para ficar marcado nela. Com o tempo essa ideia grandiosa de mudar o mundo foi caindo por terra, eu realmente não era bom em ciências exatas, as aulas de Geografia e História me encantavam muito mais do que as de físicas e suas fórmulas. Então, o ano do vestibular chegou e eu não fiz o vestibular para Astrofísica, a escolha foi Jornalismo, paixão da minha pré-adolescência e por uma boa parte da minha adolescência. Eu não passei no meu primeiro vestibular, e por um tempo, minha sensação era que não havia um lugar no mundo para mim. Não me sentia bom o bastante para exatas e a única coisa que gostava (Jornalismo, no caso) havia me reprovado.

Eu acabei indo para um local muito diferente do que havia planejado, no meu terceiro vestibular eu fui para Museologia. Foi um desafio, e ainda é, pensar que existem tantos problemas na área dos museus e na cultura, eu pretendo me esforçar para mudar isso. Outro lugar no mundo que encontrei foi com a escrita, uma área nova que por vezes fui convencido a desistir através de críticas e piadas. Porém, esses são os meus lugares no mundo atualmente, a Museologia e a escrita, são atividades que gosto de fazer e de estudar. Não sei como será o dia de amanhã, porém me vejo feliz aonde estou e ainda mais empolgado para onde quero ir.

Fonte: ccvalg.pt

O lugar no mundo e toda essa importância que buscamos é muito relativo. Meus pais, irmãos e parentes são importantes para mim, eles têm seu lugar no mundo, assim como eu acredito ter meu lugar no mundo com eles. Até mesmo aquele que for sozinho, mas souber reconhecer sua importância para si mesmo, verá que tem seu lugar junto a si.

A importância é relativa, ser grandioso também. Esse é um texto que gostaria de ler com 16 anos, talvez até hoje com 25 deveria colocar isso na minha cabeça. A vida é grandiosa, cheia de pessoas boas e momentos bons, não vale tanta cobrança e stress, muitas situações merecem a luta, mas algumas são apenas inúteis. Todos temos nosso lugar no mundo, nossa história e importância, você que lê essa coluna, meus sinceros agradecimentos.

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Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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