Sebastião Rodrigues de Moura conhecido como: vice-rei da selva, rei do Pará ou Kurt da Amazônia; referência ao personagem do livro coração das trevas, de Joseph Conrad. Com todos esses apelidos, Moura ganhou mais fama por seu apelido “major curió”, nome de um pássaro agressivo que vive na região norte do Brasil.


Na Amazônia curió reina com status de um senhor feudal. A faixa territorial onde major curió habita foi batizada em sua homenagem: Curiónopolis (PA). Território onde curió manda e desmanda.

Foto: Major Curió no Palácio do Planalto

Hoje major curió é apenas um idoso de cabelos grisalhos e com limitações físicas. Mas, o passado de curió é percorrido por histórias sangrentas. Desde o fim da ditadura em 1985, major curió é acusado de ter matado sessenta militantes de esquerda, a maioria dos mortos tiveram suas cabeças decapitadas. Curió, também, é acusado de ter torturado dezenas de militantes na década 1970.

Moura tem seu feudo no Pará, incluindo a famosa Serra Pelada. Seu território tem o nome em seu tributo. No Chile ou na Argentina, assassinos como curió, vivem em presídios, pagando pelo crime que cometeram. Isso nos mostra o quanto nos possuímos uma espécie de amnésia induzida, pela falta de conhecimento histórico. Recentemente, curió se encontrava filiado ao MDB, partido que era oposição a ditadura!

Em março deste ano, Bolsonaro recebeu curió no Palácio do Planalto , já com 81 anos e andando com cadeiras de rodas, o assassino foi recebido como celebridade no atual desgoverno. O senhor feudal de Curiónopolis continua mandando e desmandando em seu território e ganha honrarias do atual governo, mostrando o nível de retrocesso que estamos vivendo, e o povo? Continua sem saber a nossa história...

Sobre a coluna

A coluna Notas do Cotidiano é publicada sempre às sextas-feiras.
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Jonas Carreira

Historiador -- Insta: @profjonascarreira -- Twitter: @jonasmcarreira

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