Em tempos de críticas às universidades, vale destacar a oportunidade que ela me deu. Eu desde pequeno sonhava em entrar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Era lá que via um futuro, onde seria “alguém”. Eu consegui passar pelo ensino fundamental e médio sem repetir o ano. Notas em maior parte médias, mas eu cheguei lá. No meu primeiro vestibular tentei para Jornalismo, não consegui, com 17 anos fiquei arrasado, o que faria agora? Obtive apoio dos meus pais e fiz o segundo vestibular, dessa vez para Ciências Sociais, não fui aprovado, outra chuva de lamentações para um jovem de 18 anos. Então no terceiro vestibular, minha mãe era graduanda em História me falou do curso de Museologia, logo pesquisei e me apaixonei. O resto se tornou história, ou melhor, se tornou acervo do meu museu de memórias.


Ao entrar no curso eu era ignorante em diversos aspectos. Não sabia muito de museus ou de metodologia científica. Semestre após semestre eu fui me descobrindo, em quase todos semestres iniciais eu pensava em desistir. Pensava que o curso não era conhecido o bastante para que eu tivesse oportunidades. Mesmo assim eu era bolsista em projeto de extensão e fui estagiário, ou seja, sempre tive oportunidades com ele, sejam financeiras ou não. Foi com o curso que fui para outras cidades e até mesmo outro estado. Foram 4 anos de muito aprendizado, não apenas sobre museu, mas sobre ser humano.

Eu aprendi o valor de olhar com outros olhos assuntos com conceitos pré-estabelecidos. Diversos paradigmas foram quebrados, assuntos polêmicos eram discutidos em aula, diversas janelas foram se abrindo e minha curiosidade ficou cada vez maior. A universidade me deu muitas oportunidades, participei de eventos e tive acesso a conteúdos que vão além da grade curricular do curso.

Eu desenvolvi meu lado humano quando eu fui no Museu das Ilhas localizado na Ilha da Pintada em Porto Alegre, lá eu conheci uma realidade diferente da minha. No museu de Percurso do Negro eu descobri que Porto Alegre é muito maior que pensava. No Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul e no Centro Cultural da Santa Casa eu percebi o quanto de história um hospital carrega. Foram muito mais as instituições que o curso me apresentou, as que citei foram algumas das primeiras que visitei. Para um jovem de 19 anos ver tudo isso abriu minha mente e, a cada dia mais, quando escrevo um texto seja no Portal dos Jovens Cronistas ou na Revista Pauta eu me vejo lá no primeiro semestre tentando adivinhar o que iria ver em aula, sendo apresentado a diversos pensamentos sobre o mundo e a cidade que vivo, tudo por meio do diálogo e da democracia. Ver que aqueles prédios enormes são muito mais que aparentam e talvez essa seja uma das principais características dos museus, serem mais que aparentam. Digo, o curso foi mais do que imaginei, as instituições também, talvez seja algo comum.

Fonte:https://brechodesaberes.wordpress.com/2015/12/05/museu-de-percurso-do-negro/

Eu devo agradecer por não ter abandonado o curso. Eu depois de cinco meses consegui um emprego na área, mesmo não tendo mais esse emprego hoje, eu consegui. Atualmente eu tento levar a Museologia aonde tenho espaço, seja lá no Instagram (@museudeigdoiapi), seja nas colunas que escrevo ou nos artigos que estou desenvolvendo. Mesmo que no futuro eu mude de profissão, a minha cabeça e o meu ser não serão iguais depois da Museologia. Obrigado.

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Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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