O nome da minha coluna é " O Mundo é um Museu”, mas será que condiz com a realidade? Recentemente, no meu projeto de museu no Instagram (@museudeigdoiapi) realizei uma pesquisa, na qual eu perguntava quantos museus os mais de 1500 seguidores tinham visitados em 2019, a resposta que venceu foi zero. O número foi uma confirmação do que já imaginava.


Um dos meus principais objetivos com o projeto de museu no Instagram é levar a Museologia e os museus para dentro da casa das pessoas. Atualmente estou divulgando memórias de pessoas que em sua maioria não visitaram museus em 2019, veja bem, não estou condenando o fato de uma pessoa não ir em museus, longe disso, estou apenas confirmando algo que faz parte da nossa sociedade. Eu mesmo, museólogo formado, até meu ingresso na faculdade havia visitado dois museus em toda minha vida. O primeiro museu que visitei foi o da PUCRS aqui em Porto Alegre e o segundo foi o Museu do Inter (time que torço, como o leitor deve lembrar da última coluna).

Depois do ingresso na faculdade a situação mudou. Descobri participando do finado projeto “Leituras da Cidade”, do qual fui bolsista, que em Porto Alegre temos mais de 50 museus em atividade, e eu só conhecia 2. Claro, com o curso eu conheci boa parte dos museus da cidade, mas nem perto dos 50, além disso, conheci museus em outros estados e cidades, graças à universidade. Aliás, muito me intriga o que escutei em uma aula certa vez sobre o Rio Grande do Sul ser o segundo estado com mais museus, atrás apenas de Minas Gerais (informação esta que não encontrei em pesquisa pela internet). Onde estão esses museus?

Muitos colegas podem discordar, porém museu faz parte de uma rede de entretenimento. Claro que não é apenas um local de entretenimento, é muito mais que isso, não tiro os méritos sobre a educação que ele proporciona, assim como o caráter reflexivo. Entretanto, em um final de semana um porto-alegrense médio tem diversas opções de lazer, e entre essas opções estão os museus da cidade.

Como fazer para vencer essa disputa? A resposta vem por meio da internet e da divulgação. Nunca antes se viu tanto consumo de redes sociais como em 2020, muito em função da pandemia que nos assola. Porém, eu notei como diversos museus brasileiros foram para redes sociais e inovaram, seja com lives ou com novas propostas de conteúdo. Eu me coloco como um deles, desempregado, fui às redes sociais em busca de demonstrar meu trabalho, algo que ainda busco. A criação do Museu de Instagram da Vila do IAPI tem função não só de divulgar o local que foi meu tema de pesquisa na faculdade, mas também para divulgar meu trabalho como museólogo, em que, em menos de um mês, mais de 1.300 contas que entraram em contato com o museu, mais de 500 visualizações em vídeos que produzi sobre o projeto, tudo isso sem nenhum patrocínio e sem gastar nada, apenas levando o museu para próximo do povo, onde ele estava, ou seja nas redes sociais.

O momento atual serve de exemplo para os museus, muitos já faziam ações para fora das paredes, mas vale ressaltar que apenas indo para fora das instituições que teremos um crescimento de público. Locais como Porto Alegre, ou outras cidades que não são pontos turísticos, devem saber usar ao máximo de ferramentas, e com a internet podemos não só mostrar o trabalho realizado, mas também se tornar presente na vida de um número maior de pessoas.

Quando a pandemia passar, os jogos de futebol, os cinemas e os parques serão atrações novamente. Vai caber à cada instituição usar o que aprendeu durante a pandemia. Museu vazio ou com os mesmos públicos de sempre são locais obsoletos, uma renovação deve ser uma das buscas principais em uma militância museológica. E mostrar que não apenas de coisas velhas vive um museu.

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Grande abraço e até a próxima!

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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