A manipulação das grandes massas é um assunto que tem ganhado muita notoriedade nos últimos tempos. Talvez, um dos momentos marcantes do tema seja em 2016 com a eleição de Donald Trump nos EUA, nela se popularizou a utilização do termo "Fake News". As notícias falsas tem se espalhado pelos nossos cotidianos. Recentemente eu vi o filme “Rede de ódio”(2020), o filme polonês aborda os riscos e as possibilidades da produção das notícias falsas e como é fácil manipular pessoas que buscam o pertencimento.


Eu já espalhei notícias falsas, isso foi há pouco tempo, eu recebi um áudio em um aplicativo de mensagem. Nele uma pessoa em prantos falava sobre o risco da pandemia, se falava que já estavam escolhendo quem vivia e quem morria em relação a falta de equipamentos. Se o áudio fosse lançado no mês de julho eu provavelmente acreditaria que fosse real, porém o áudio era de março de 2020 e com severos erros de localização. Eu espalhei esse áudio em grupos da família e em grupos de amigos. O áudio causou em muitos o sentimento de medo e pavor. Claro que a pandemia ainda é um terror e provavelmente o áudio que repassei tornou-se realidade em algum ponto, mas naquele momento era falso. Após a descoberta fui atrás de me desculpar e informar que o áudio não era verdadeiro, mas o estrago já tinha sido feito.

Hoje temos um vasto meio de comunicação. O principal, a internet, nos torna não apenas receptores, mas também difusores de notícias. Viemos de uma geração que cresceu com a televisão como autoridade máxima, claro que existiam jornais e revistas, mas a grande massa utilizava da televisão para se informar. Isso foi transmitido à internet, local onde temos acesso aos mais diversos conhecimentos e assuntos, porém qual é o risco disso? Um texto mal intencionado pode ser compartilhado várias vezes em aplicativos sociais, assim como um vídeo pode ser editado com tamanha facilidade e com isso gerar revolta e medo em uma população. Os áudios, como informei no parágrafo anterior, são ainda mais perigosos, sendo eles a causa de muitos problemas.

No filme Rede de ódio (2020) vemos os danos que uma notícia falsa causa na vida alguém. Como se pode manipular e movimentar a mente de um indivíduo contra um grupo ou uma pessoa. São os dados e fontes inexistente pais da injustiça e do cancelamento. Ao criar uma noticia falsa a pessoa joga normalmente com as emoções dos outros. Me recordo de uma aula na faculdade onde uma professora trouxe um vídeo nazista que filmava judeus em enquadramentos que remetiam a ratos, tornando aqueles não apenas inferiores como também repulsivos. Os exemplos são diversos nas táticas de criar inimigos, sejam mentiras sobre economia ou sobre ideologia, essas notícias visam criar o ódio contra o diferente.

Fonte: Netflix/divulgação
Vivemos hoje um preconceito contra pessoas chinesas. Muito se associa o fato de o Covid19 ser de lá aos hábitos alimentares de alguns dos nativos. Isso é uma grande ignorância sobre um povo. Vejamos o Brasil, país com menor numero de população e também muito diverso em hábitos, o que faz que acreditamos que a China, muito maior do que nós, seja igual em todo seu território? Não seria apenas a ignorância em conjunto com o medo? Esse é apenas um dos exemplos de “notícias” criadas contra a China. O que vemos são uma grande rede alimentada com o medo que no fim gera o ódio.

Precisamos dialogar e buscar conhecer mais sobre o mundo. As notícias falsas e as manipulações continuarão. Cabe a nós usuários da internet saber tirar das redes o melhor possível. Devemos popularizar os sites e plataformas que buscam investigar as notícias duvidosas. Buscar ver novos olhares e de uma forma mais abrangente ir de encontro, o mais próximo possível, do que consideramos ser a verdade, mesmo ela sendo relativa. Assim teremos menos ódio e conseguiremos rasgar a rede que nos aprisiona.

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Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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