Olá amigos, voltamos com o último texto da Liga Espanhola, desta vez será um pouco diferente, não falarei diretamente dos jogos, mas sim trarei o resumo final da temporada dos sete primeiros colocados e sobre os times rebaixados. 



Real Madrid, o campeão com todos os méritos 


Uma geração premiada que mesmo com o passar do tempo continua dando frutos - Crédito:  Twitter Oficial Real Madrid C.F

Com um início muito irregular na temporada, não em questão de resultado, mas no desempenho da equipe, o receio era que nem Zidane daria jeito no time experiente do Real, já que o setor defensivo não se encontrava nos primeiros jogos. Nas cinco partidas iniciais disputadas foram 6 gols tomados, para adversários inferiores tecnicamente, as críticas eram justas principalmente ao setor esquerdo, que não se acertava nem com Marcelo e Mendy, assim como, Militão e Varane não se posicionavam corretamente.  

Mesmo com o péssimo comportamento defensivo, os merengues conseguiram ganhar os jogos passando por muito sufoco, pois o placar não correspondia ao que o time estava rendendo dentro de campo.  A equipe começou a ganhar forma mesmo e merecer o resultado a partir da 10° rodada no jogo contra o Leganés, em que o Real ganhou por 5 a 0, este momento coincide com a melhoria de desempenho na Champions League. Zidane optou por poupar o necessário, o que deu muita rodagem em campo ao elenco principal. 

Paralelamente ao desempenho bom, a equipe do Real conseguiu ir se desgarrando do bloco de times que iniciaram bem a campanha no campeonato, a vantagem só não foi maior por conta de cinco empates até a 15° rodada. Rodada essa em que a briga pelo título começou, viramos para 2020 com Real e Barcelona empatados em 40 pontos.  

A rodada 26 foi essencial, já que era o clássico contra maior rival e atual primeiro colocado, um 2 a 0 objetivo e a liderança retomada, aqui ressaltamos o modelo que marcou o time nos 12 jogos seguintes. O Real encarou cada jogo como uma decisão, mesmo vivendo momentos de oscilação, como foi o caso da rodada seguinte ao clássico, em que o Betis ganhou o jogo, mas teve muitas dificuldades para segurar os merengues. 


Sergio Ramos caminha para se tornar uma lenda no clube merengue - Crédito:  Twitter Oficial Real Madrid C.F


O jogo contra o Betis foi o último antes da parada por conta da quarentena imposta na Espanha em virtude do Coronavírus. Zidane conseguiu nesses 100 dias cuidar do psicológico dos jogadores e encaixar o time de forma que a consistência e o poder de ataque fossem prioridades. O elenco entrava em campo com garra, querendo bons resultados. O treinador soube aproveitar a nova regra implantada de 5 substituições e ganhou muito em qualidade e variação tática durante o jogo. 

A rodada 30 definiu uma nova mudança na tabela, já que os merengues se consolidaram na primeira colocação e manter-se concentrado pelo proposito do título, daí em diante as atuações foram impecáveis e resultados objetivos que desestabilizaram o Barça. 

Vini Jr sendo um dos destaques da temporada - Crédito:  Twitter Oficial Real Madrid C.F

Em termos individuais de jogadores, destaques positivos para as jovens promessas Vinicius Jr e Rodrygo e Valverde, que deram um animo extra ao time, ajudando Zidane a variar o time. Mendy conseguiu se recuperar e substituir Marcelo, que se lesionou e não conseguira atuar mais nesta temporada, com um grande nível de atuação. Benzema e Sergio Ramos foram os grandes líderes em campo, tanto nas dificuldades defensivas, como nos momentos decisivos de ataque. Em bolas paradas e cobrança de pênaltis, Ramos foi importantíssimo. 

Já os destaques negativos foram Bale, Hazard e Jovic. Os dois primeiros foram titulares em boa parte da primeira metade do campeonato, e tiveram péssimos desempenhos tanto taticamente, como fisicamente. Hazard ainda não se adaptou plenamente ao esquema de jogo que Zidane exige, por conta disso recebeu muito tempo em campo, mas não agradou. Bale tenta uma transação forçada e não consegue sair de Madrid, por isso menospreza qualquer ação do clube, o treinador tentou por toda a temporada incluir, trazer o atleta para o elenco, mas o galês não fez por onde e retribuir esse apreço, o ponta agora fica encostado e aguarda o que acontecerá no futuro. 

Jovic mostrou que ainda não está totalmente pronto para atuar no Madrid, a camisa e a pressão pesaram muito, uma realidade totalmente vivida em Frankfurth,  em que o jovem atacante era a estrela e se incluía melhor no time. Em Madrid a realidade é outra, o preço que foi pago e a necessidade por um novo centroavante para substituir Benzema em mesmo nível, isso prejudicou o desenvolvimento do atleta e a integração ao time titular. A decisão da permanência fica nas mãos de Zidane, que poderá escolher entre um nome pesado para o ataque ou preparar uma nova era para o time merengue. 





 Barcelona em crise e o final de uma era 


Preocupação com desempenho, polêmicas internas, um Barcelona irreconhecível na temporada - Crédito:Twitter Oficial F.C Barcelona 


A expectativa para a temporada do Barça era enorme, nomes como De Jong e Griezmann eram aguardados como uma esperança para qualificar o elenco. O início da competição foi totalmente conturbado, em cinco jogos foram duas derrotas, duas vitórias e um empate. Após esse período negativo, os catalães engataram uma sequência de seis vitorias consecutivas que ajudou o time disparar na primeira colocação e a partir da 15° rodada travar uma briga ponto a ponto pela liderança. 

Depois de episódios e polêmicas internas, o elenco do Barça simplesmente rachou em meados de dezembro, entre os que apoiavam o treinador Valverde e aqueles que se aliaram a Messi, que queria um perfil de futebol que demonstrasse mais brilho e qualidade técnica.  A pressão do camisa 10 argentino foi tão intensa que forçou a diretoria a demitir o técnico em janeiro, para a vaga foi contratado o questionado Quique Sétien, que com currículo enxuto nunca treinou um time de ponta de tabela, o espanhol fez o Betis crescer de 2017 até 2019, quando saiu por não conseguir extrair mais todo o potencial do elenco. 

O início realmente surpreendeu, foram cinco vitorias e apenas uma derrota com o time jogando um alto futebol e muito ofensivo. Tudo mudou quando o segundo jogo contra o Real se aproximou, internamente o vestiário começava a borbulhar novamente, agora tendo as cobranças sobre Arthur o principal protagonista, a derrota por 2 a 0, escancarou que o time do Barça não estava com inteligência emocional suficiente para ganhar os jogos decisivos.  

Com a parada para a quarentena, o ambiente ficou no mínimo estranho, e o durante 100 dias foi desenhada a saída de Arthur para a Juventus e uma polêmica chegada de Pjanic para o Barça, a pressão sobre Setíen aumentou ainda mais, pois como se pensa numa reformulação e contrata-se um jogador de 30 anos? 

O jogo que decretou a implosão da era vitoriosa do Barça, foi justamente na rodada 30, num empate contra o Sevilla, em que Messi estava transtornado e muitos jogadores insatisfeitos com às alterações durante os jogos e com o resultado, o Real assumiu a liderança definitiva do campeonato. Nas rodadas seguintes o ambiente pesou e a chance de retomada foi dizimada após um empate por erros defensivos contra o Celta e o vexame contra o Osasuna, que pressionou muito mais todo o planejamento catalão e fez com que o clube perdesse a temporada 2019/2020.  

A incógnita sobre o futuro é grande, já que Messi expôs toda a insatisfação e deu a entender que Setien não tem mais o controle do vestiário, além disso, o craque argentino pensa em abandonar o clube por estar cansado de ser sempre o culpado pelo péssimo planejamento da diretoria catalã.  Por outro lado, Grienzmann deseja mudar de clube e provavelmente jogue na França e finalmente Neymar pode voltar ao Barça. 


Messi ajudando os garotos a crescer dentro do clube - Crédito:Twitter Oficial F.C Barcelona 


Entrando no aspecto individual, Messi e Ter Stegen foram muito acima da meta, enquanto um realizava defesas milagrosas, o outro encontrava gols sobrenaturais para dar sobrevida a uma das melhores disputas de títulos.  Griezmann não conseguiu se adaptar a um esquema ao o coletivo tem que ser priorizado e viveu de lampejos, transformando essa temporada em algo para se esquecer. As promessas surpreenderam, Fati entrou com intuito de resolver e fez grandes partidas, Puig tornou-se peça fundamental da reta final e se destacou por se assemelhar às características de Messi em seu início de carreira. 





Superação de duas forças 


A terceira e quarta posição foram preenchidas por Atlético de Madrid e Sevilla respectivamente 


Mesmo sem torcida, o Atlético seguiu pulsando e com o espirito colchonero- Crédito: Twitter Oficial Atlético de Madrid


O time colchonero conseguiu o terceiro posto após muita luta para se reencontrar na competição, foram apenas quatro derrotas, mas o que prejudicou o Atlético foi o alto número de empates, causados principalmente por uma oscilação do elenco em diversos momentos da primeira metade. 

O cenário começou a mudar após o time eliminar o Liverpool na Champions League, o Atleti teve uma crescente de desempenho que se manteve mesmo após o período de quarentena. Simeone conseguiu se reinventar com um time mais ofensivo e que se tornou objetivo no ataque e recuperou a solidez defensiva, o incentivo psicológico foi essencial, pois evitou erros e elevou a visão de qualidade de passe. 

Não podemos destacar um jogador individualmente, mas o coletivo por um todo, as contratações feitas pela diretoria colchonera foram totalmente assertivas, todas as peças conseguiram se encaixar perfeitamente e entender a ideia de Simeone, com isso, o Atleti se fortaleceu e se tornou um dos grandes candidatos para terminar a Champions League em uma ótima posição e esperanças para a próxima temporada.  



Time entrosado e jogando coletivo, esse foi o Sevilla na temporada- Crédito: Twitter Oficial Sevilla Fútbol Club


A quarta posição foi ocupada pelo Sevilla, que seguiu um roteiro de recuperação tanto na posição de tabela, tanto no vestiário, Lopetegui chegou para organizar a casa novamente e aceitar um novo desafio em sua carreira após os problemas nas últimas temporadas. Em questão de elenco várias peças chegaram para o time e tornaram o time sólido. 

A campanha também não foi melhor pelos 16 empates e seis derrotas em jogos contra times tecnicamente inferiores. A base para a próxima temporada já está preparada, mas é necessário que a equipe tenha mais consistência e ritmo de jogo ofensivo. 







Europa League lá vamos nós 


Villarreal e Real Sociedad terminaram na quinta e sexta colocação 



Cazorla se despediu do clube, mas deixou seu legado na equipe- Crédito: Twitter Oficial Villarreal F.C


O Villarreal entrou na competição para brigar por um objetivo mais singelo, o planejamento não incluiu grandes contratações, na verdade o time só precisou de uma para organizar o setor de meio campo, Santi Cazorla chegou com desconfiança após mais de dois anos sem jogar, e como uma fênix ressurgiu e topou o propósito de devolver o time a uma competição europeia após anos difíceis e um rebaixamento.


O técnico Calleja conseguiu organizar um time ofensivo e sólido ofensivamente, que se destacou muito na primeira metade da competição e naturalmente com o destaque das peças o time caiu de desempenho. Assegurando a vaga direta para a Europa League, será possível contratar mais peças para repor qualidade e aumentar a rodagem de jogadores. Cazorla sai recuperado e não precisa provar a mais ninguém da sua qualidade e vira ídolo do submarino amarelo. 


O Real Sociedad pensando já na proxima temporada começa a renovar com seus bons jogadores- Crédito: Twitter Oficial Real Sociedad Fútbol


A Real Sociedad conseguiu sua vaga na luta e com uma pitada de sorte, o bom desempenho da primeira metade de campeonato passou muito pela ascensão de Odegaard, o jovem emprestado pelo Real Madrid, chegou organizando o vestiário e trouxe qualidade ao setor ofensivo. A reta final de campeonato não foi boa, e a sorte bateu na porta, já que os rivais Getafe e Valencia tropeçaram muito na volta da pandemia e permitiram que na última rodada os Erreala entrasse na vaga de Play Off da competição europeia. 





O Estreante 

Felicidade por um sonho realizado- Crédito: Twitter Oficial Granada F.C

Com o acordo entre Real Sociedad e Athletic pelo adiamento provisório do jogo final da Copa do Rei, a Federação Espanhola decidiu que a vaga para a Europa League seria concedida os 7° colocado. Sendo assim, o Granada comemorou muito a classificação para sua primeira Europa League. Foi a melhor temporada dos El Grana em La Liga e em um momento muito especial, a equipe subiu de divisão nesta temporada e conseguiu desbancar forças apresentando um bom futebol, que já seria premiado somente com o sétimo lugar, mas com um pouco de sorte a temporada terminou de maneira mágica.








 Os rebaixados  




O Leganés ficou na 18° posição e refletiu o que já era previsto nas últimas temporadas, com elenco limitado e sem muito dinheiro para contratar o time não engrenou, conseguiu até ser organizado taticamente e conseguir empates importantes como o Real na última rodada. No duelo contra os times menores e adversários diretos na luta pelo rebaixamento o time não foi bem, mas conseguiu lutar até a última rodada pela permanência.

Na 19° posição ficou o Mallorca, que foi o time mais inconsistente do campeonato, com nove vitórias e incríveis 23 derrotas, a equipe não encontrou um bom ritmo de jogo e não manteve a base que subiu da segunda divisão em 2018/2019. Vivendo com jogadores emprestados, nada deu certo e a principal promessa em Kubo, jovem japonês contratado pelo Real, fracassou e o time se afundou em péssimas atuações e agora terá muito trabalho para reorganizar o elenco. 

O lanterna foi o Espanyol, uma grande surpresa, pois além de manter um investimento pesado, a equipe terminou a última temporada na sétima colocação. Sem conseguir a base do time, a opção foi por contratar peças de valores menores e fazer empréstimos de jogadores. Abelardo não conseguiu vingar o sistema tático e a equipe colecionou 23 derrotas e ficou com apenas 25 pontos. 






Classificação Final 



Fonte: FcTables.com




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Victor Ricardo

Apaixonado por esporte. Adoro ler,assistir e escrever. Minha maior satisfação é levar conhecimento sobre o futebol para você, meu caro amigo. Curta o nosso trabalho e estou à disposição para qualquer dúvida, elogio ou crítica. Forte abraço!

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