Atividade reúne grupo da sociedade civil, corpo de bombeiros e funcionários de parque estadual
Foto: Reprodução / Facebook
O último dia 22 de março marcou o Dia Mundial da Água. Em Mairiporã, cidade da Grande SP, a data foi lembrada com o já tradicional mega mutirão de limpeza na represa Paulo de Paiva Castro, reservatório responsável pelo abastecimento de mais de seis milhões de paulistas e localizado nos limites entre a cidade e o município vizinho de Franco da Rocha. A atividade aconteceu durante toda a sexta-feira e reuniu cerca de 80 pessoas, numa realização conjunta entre a equipe de canoagem stand up paddle Piratas Mairiporã, Sabesp e funcionários do Parque Estadual do Juquery.

De acordo com os organizadores, há a expectativa de que o mutirão deste ano tenha ultrapassado as seis toneladas de resíduos sólidos descartados de forma irregular retiradas ao longo das margens e sobre as águas da represa em 2018.
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Apesar de realizada desde 2014 ao menos duas por ano, a mobilização ainda conta com pouco apoio dos moradores e autoridades da cidade. “Infelizmente não vemos a população de Mairiporã conosco, participando do mutirão com os Piratas”, lamenta Victor Coelho, 32, diretor-fundador do Piratas Mairiporã, grupo criado em 2015 por praticantes de canoagem e stand up paddle. Segundo Coelho, é possível observar dentre os colaboradores do mutirão pessoas da Capital, Franco da Rocha e de outras cidades, “mas não se ver vizinhos e colegas da cidade contribuindo com a atividade cidadã”.

Piratas Mairiporã

Para os atuais 25 integrantes do Piratas Mairiporã, o mutirão é uma realidade anterior a criação do próprio grupo. Sob a bandeira da “liberação da canoagem e stand up paddle com todos os equipamentos de segurança, colete salva-vidas e instruções necessárias”, lembrando que “não estão lutando para que as pessoas se joguem na água sem colete, sem nada”, a equipe, ainda sem autorização da Sabesp – concessionária responsável pelo abastecimento de água e saneamento de esgoto – para usar as águas da Paiva Castro para suas atividades, reivindica maior isonomia na liberação do reservatório para a realização de práticas desportivas.  
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“Não há em Mairiporã nenhum tipo de liberação, por escrito, que permita o uso da represa, isso em todos os seus trechos. Entretanto, o ‘Navega’, programa esportivo da prefeitura municipal e do governo do Estado, tem liberação para exercer suas atividades naquelas águas”, comenta Coelho, que reforça as semelhanças entre os projetos: “o ‘Navega’ envolve caiaque da mesma forma e o nosso grupo não pode desenvolver o mesmo tipo de prática na represa porque falam que não temos permissão. É no mínimo controverso, já que tem pessoas utilizando a água para os mesmos fins”.

Coelho diz ainda que os “piratas”, como são chamados os membros do grupo, defendem uma mudança na forma como se relacionam os moradores de Mairiporã e a Paiva Castro. “A população não tem a cultura de ir à represa, de usá-la para pescaria e piqueniques nas margens. Até porque ela parece ser um bicho papão da cidade, por causa das muitas histórias de pessoas que são encontradas mortas ou somem naquela região, além das lendas urbanas, como a de que existe uma sucuri gigante no fundo da represa. Ainda assim, se for para a prática de esportes, desde que com o colete salva-vidas, é um espaço ótimo”, expõe o diretor-fundador, lembrando que isso só seria possível com o apoio da Sabesp, deslocando, por exemplo, um bombeiro salva-vidas.

Navega SP

Segundo seu site oficial, o Navega SP é uma “ação social da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo que utiliza os esportes náuticos do remo, vela e canoagem como ferramenta de inclusão social para jovens com idade entre 12 e 15 anos estudantes da rede pública de ensino”.

Em Mairiporã, a prefeitura municipal abriu no último dia 19/3 as inscrições para o “Projeto Navega da Família Mairiporã”, com atividades para famílias e atletas de esportes náuticos do programa Navega SP. As aulas serão semanais, aos sábados, das 8h às 13h, a partir de 6/4.

Clique aqui para mais informações.

O espaço da coluna Mais SP está aberto para manifestação da coordenação do projeto em Mairiporã.

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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