Olá fãs da velocidade! Voltamos nesse domingo para comentar o GP do Bahrein, a segunda corrida da temporada 2019 da Fórmula 1. E meus amigos, que corrida! Num domingo de muitas reviravoltas, Lewis Hamilton mostrou ser o homem certo no lugar certo para abocanhar sua primeira vitória na temporada! Apesar da dobradinha da Mercedes, os holofotes ficaram todos em cima de Charles Leclerc, o menino prodígio da Ferrari que teve sua primeira vitória na categoria adiada graças a uma crueldade do destino. Com vocês, o relato da prova:

Foto: Getty Images

Largando da pole position, a expectativa em cima de Charles Leclerc era das maiores já na largada. Porém quando as luzes vermelhas se apagaram, o monegasco não tracionou bem e patinou nos primeiros metros, deixando caminho livre para Sebastian Vettel assumir a liderança do GP. Bottas também largou forte e assumiu a segunda posição ainda na primeira volta, enquanto Hamilton quase tocou no pneu da Ferrari #16 ao dividir curva com Charles. Mais atrás, há de se destacar o grande trabalho de Carlos Sainz, que já aparecia no sexto lugar ao final do primeiro giro.

Na segunda volta, a ação seguiu a toda velocidade no Bahrein. Bottas errou na curva 1, o que deu a possibilidade de Leclerc colocar por dentro e reassumir a segunda posição. Mais atrás, Hamilton foi inteligente e veloz para aproveitar o DRS na segunda reta do circuito e ultrapassar o companheiro de equipe, voltando a figurar no pódio. Mais atrás, outro lance importante da prova: Com um rendimento excelente, Carlos Sainz viu sua McLaren mais rápida que a Red Bull de Max Verstappen e tentou fazer a ultrapassagem. O espanhol colocou de lado, mas calculou mal a distância e acabou tocando no bico do holandês, furando seu pneu dianteiro direito. Como resultado, caiu para as últimas posições e teve a corrida completamente comprometida. Sobre o acidente, não há muita especulação: típico acidente de corrida.

Com o passar das voltas, Vettel, Leclerc e Hamilton iam se desprendendo do restante do pelotão, com destaque para Charles, que demonstrava um ritmo mais consistente do que Vettel. O monegasco se aproximava num ritmo muito forte, e não demorou muito para conseguir a ultrapassagem, ainda antes da volta 10. Com um carro perfeitamente acertado e na liderança, Leclerc abriu boa vantagem para o companheiro de equipe, que teve de começar a se preocupar com a presença de Hamilton, na terceira posição. Olhando um pouco mais para trás, pode se destacar o desempenho ruim da Haas! O time norte-americano. que mais uma vez foi muito bem no sábado, teve uma corrida para se esquecer! É bem verdade que Grosjean teve pouca culpa no lance com Stroll, que acabou por comprometer todo o seu grande prêmio.
Porém, Kevin Magnussen não teve nenhum toque ou dano aparente e jamais se encontrou com seu bólido. Largando de um ótimo sexto lugar, o dinamarquês logo despencou na tabela de classificação e a essa altura já se encontrava fora da zona de pontuação. Uma pulga atrás da orelha, que mostra que a Haas não é o "bicho-papão" que as demais equipes intermediárias costumam pintar. Vamos ver como os americanos reagem em Shanghai, pista parecida em alguns aspéctos com o circuito barenita. Uma verdade parece ser mesmo inquestionável: a briga no meio do grid está mesmo frenética!

Já batendo a casa das 15 voltas, chegamos na primeira rodada de pits da corrida. Verstappen surpreendeu ao parar cedo para pneus médios, e logo acabou seguido por Bottas. O finlandês perdeu tempo na volta a mais que ficou em pista, sendo ultrapassado pelo holandês, que voltou poucos metros a frente no quarto lugar. Valtteri sabia da importância de se manter à frente de Max, e partiu ao ataque para recuperar o posto perdido. Com um carro visivelmente superior à Red Bull, Bottas conseguiu a manobra, voltando à busca por Lewis Hamilton.

Porém o inglês da Mercedes estava em um dos seus dias inspirados. Hamilton seguiu forçando na terceira posição até parar na volta 14, juntamente com Charles Leclerc. Enquanto a Ferrari fez a escolha lógica, optando por pneus médios para o monegasco, Hamilton regressou a pista com pneus macios! Uma estratégia arriscada, mas que rendeu frutos num primeiro momento. Mais rápido na volta após o pit, Hamilton se aproveitou da parada tardia de Vettel para assumir a segunda posição, apenas 3 segundos atrás líder Leclerc. Era a hora do inglês mostrar o seu valor!

Enquanto Hamilton tentava alcançar Leclerc, destaque para os carros da Renault, que finalmente mostrava suas caras. Nico Hülkenberg fazia uma corrida fenomenal, saindo do décimo sétimo para o sétimo lugar, enquanto Daniel Ricciardo seguia sem fazer nenhum pit stop na sexta posição. Com a McLaren de Lando Norris também apresentando bom rendimento, é possível dizer que o motor Renault estava entregando o que era esperado, restava agora aos pilotos da escuderia francesa lidarem bem com os pneus e levarem os carros a poisção que o time almeja no mundial de construtores.

Pois é, mas vocês lembram que hoje era o domingo das reviravoltas? Então, quando todos os sinais apontavam que Hamilton ia pressionar Leclerc, o inglês acabou perdendo rendimento com seus pneus macios e foi ultrapassado por Sebastian Vettel! Enquanto isso, Leclerc já abria quase 10 segundos na liderança da corrida! Tudo isso, aliado a decadente estratégia da Mercedes, levava a crer num dia fantástico para a Scuderia!

Outra equipe que sai do Bahrein com motivos para comemorar é a McLaren. Apesar do problema de Sainz nas primeiras voltas, Lando Norris fez uma excelente corrida! A essa altura, o inglês aparecia em oitavo, porém colado em Hülkenberg e na janela de Daniel Ricciardo, que fatalmente voltaria atrás após sua parada. O motor Renault parece potente o suficiente, e o carro mostrou-se bom, alcançando o Q3 tanto na Austrália como no Bahrein. 2019 se apresenta como o melhor ano da McLaren desde a troca para os motores Honda em 2015, vamos esperar pra ver se as expectativas se confirmam!

Com mais da metade do GP transcorrido, era hora da segunda rodada de pits. Como ainda restavam quase 20 voltas para o fim da prova, a maioria dos pilotos optou pelos pneus médios para o terço final de corrida. Dessa vez com pneus mais duros, o carro de Hamilton pareceu se comportar melhor na pista, proporcionando ao inglês a chance de diminuir a diferença para Vettel e lutar pela segunda posição. Com pneus idênticos e com a mesma idade, Hamilton não hesitou e colocou pressão em Seb! E (mais uma vez) Vettel cedeu a ela...

Hamilton usou o vácuo da reta principal para se aproximar, tracionou bem na saída da curva 2 e colocou de lado na aproximação para a curva 3 (exatamente a mesma manobra que havia feito na volta anterior). Vettel manteve o lado de dentro da curva, deixou espaço para o britânico no lado de fora, mas na hora de tracionar parece ter exagerado no acelerador e rodou. Sozinho, assim como o fez inúmeras vezes no ano passado. Arrisco dizer um lance vergonhoso para um tetracampeão mundial.
Se não bastasse o tempo perdido no pião, a rodada deixou o carro instável, e as vibrações no caminho até o pit fizeram a asa dianteira da Ferrari #5 se desprender do carro, provocando mais uma cena bizarra e ainda mais tempo de atraso para o alemão.
Esse tipo de momento nos mostra que Sebastian Vettel parece não ter aprendido com os erros que teve na temporada passada! Uma rodada praticamente igual as de Monza e Austin em 2018, um erro de pilotagem primário, que poucos pilotos no grid atual cometeriam. Verdade seja dita: simplesmente não há mais como defender Sebastian Vettel. O alemão precisa de uma reeducação mental, tal qual Bottas passou no intervalo entre 2018 e 2019. Vettel precisa se reinventar, pois nesse ano há competição interna na Ferrari. Caso contrário, não há futuro para Sebastian no time italiano.

Agora sossegado na segunda posição, Hamilton tinha apenas Leclerc à sua frente! Mas o monegasco parecia imparável e seguia abrindo a diferença, chegando na casa dos 10 segundos. A única coisa que poderia tirar a vitória de Charles naquele momento seria uma falha mecânica... E não é que ela apareceu??!
Com pouco mais de 10 voltas para o fim da prova, Charles ficou sem o sistema de recuperação elétrica do carro, perdendo cerca de 150 cavalos de potência no motor! O resultado foi a aproximação imediata de Lewis Hamilton! Sem ter como se defender, Leclerc foi ultrapassado com facilidade, e viu sua primeira vitória na Fórmula 1 escapar de suas mãos de maneira até cruel. Mas o pesadelo não tinha acabado! Valtteri Bottas, mesmo mais de 30 segundos atrás de Charles, conseguiu descontar a diferença para assumir a segunda posição! E a Ferrari, que tinha tudo pra sair com uma dobradinha do Bahrein, viu seus carros em terceiro e quinto lugares faltando poucas voltas para o final da prova! Um fim de domingo trágico para o time italiano, que não teve culpa no erro de Vettel, mas precisa se atentar aos problemas de Charles. Desde a pré-temporada, a Ferrari vem admitindo que precisa melhorar na questão confiabilidade. Pois bem, a prova está aí!

De qualquer forma, é importante frisar aqui: não é momento para pânico em Maranello!! A Ferrari teve um final de semana excelente até a metade da corrida. Situações pontuais ocasionaram o resultado final de prova decepcionante. Todos sabemos o quanto a imprensa italiana pressiona e como a cultura do medo atrapalha as coisas dentro da escuderia italiana, a própria perda do título no ano passado é resultado dessa falta de calma em lidar com os problemas. Agora é o momento em que o time precisa mostrar que evoluiu, trabalhar nos erros que tiraram a vitória de Leclerc e preparar um novo Sebastian Vettel para o resto da temporada.
Não se trata de um erro de projeto, e sim de execução. A Ferrari ainda está (e muito) na briga! A equipe precisa apenas de cuidado parar não entrar numa espiral negativa. Atitudes maduras são necessárias nesse momento, e Charles Leclerc pode ser um bom ponto de equilíbrio para o time.

E o desastre da Ferrari só não foi ainda maior por conta de outra tragédia, a da Renault! Com os dois carros correndo em sexto e sétimo, Daniel Ricciardo e Nico Hülkenberg abandonaram na mesma curva e praticamente ao mesmo tempo, numa das cenas mais bizarras dos últimos anos na Fórmula 1! Se a potência parece ter sido atingida, confiabilidade ainda é um problema para os propulsores franceses: 3 quebras em dois GPs não são números animadores para os motores Renault.

Com ambos os carros parados em posições perigosas, a direção de prova tomou a (questionável) decisão de trazer o safety-car para a pista. Restando apenas duas voltas para o fim, não houve tempo de relargada e Charles Leclerc terminou mesmo em terceiro, com Verstappen na sua cola, na quarta posição. Lewis Hamilton venceu a corrida, com Valtteri Bottas completando mais uma dobradinha das flechas de prata!

Mesmo com um ritmo longe da concorrente Ferrari, a Mercedes fez o que lhe rendeu o título na temporada passada: capitalizou o máximo de pontos possíveis. Esse oportunismo vem sendo a chave para o sucesso do time nos últimos dois anos, onde não teve a superioridade que tinha no início da era V6-híbrida na Fórmula 1. Atualizações virão e a Mercedes deve se tornar ainda mais competitiva na temporada europeia, veremos quanta falta esses pontos desperdiçados hoje pela Ferrari farão no final da temporada.

Com a vitória, Lewis Hamilton encostou em Valtteri Bottas na classificação do mundial de pilotos, fiucando apenas um ponto atrás do finlandês (44 a 43 para Valtteri. Na terceira posição aparece Max Verstappen da Red Bull, com 27 pontos ganhos, apenas um a frente de Charles Leclerc.

Nos construtores, a Mercedes aumentou ainda mais sua vantagem, chegando a 87 pontos ganhos em apenas duas etapas. A Ferrari vem em segundo com 48, enquanto a Red Bull aparece em terceiro com 31.

Confira a classificação final do GP do Bahrein: 

Resultado final do GP do Barein — Foto: Reprodução/rede social

Por hoje é isso pessoal! Nos vemos daqui a duas semanas com o Grande Prêmio da china, a corrida de número 1000 da história da Fórmula 1! Abraços e até lá!!



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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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