Há exatos 65 anos a Ponte Preta enfrentou o XV de Piracicaba na primeira partida da história do estádio Moisés Lucarelli, no dia 12 de setembro de 1948. Antes disso porém, a história do estádio alvinegro já havia começado com a missa inaugural em 7 de setembro e o lançamento da pedra fundamental em 13 de agosto de 1944.

Tudo começou quando os amigos Olímpio Dias Porto, José Cantúsio e Moyses Lucarelli reuniram dinheiro para comprar um terreno onde sonhavam construir um grande estádio. A obra foi erguida na antiga chácara Maranhão, no bairro Ponte Preta. No local existia apenas uma casinha simples, localizada exatamente onde foi determinado o centro do gramado. O material de construção foi conseguido junto a amigos, empresários (uma curiosidade: apesar de amplamente difundida, a história de que a maioria destes empresários era paulistana não passa de uma lenda) e da famosa “Campanha do Tijolo”, que teve início após a terraplanagem.

A campanha movimentou Campinas por quatro anos: durante a semana os caminhões da Companhia Vieira estacionavam na rua Barão de Jaguará para receber doações de material e nos finais de semana a torcida – e até jogadores, como Bruninho – trabalhava em mutirão na construção do estádio.
A Pedra Fundamental do estádio foi lançada em 13 de agosto de 1944. Os engenheiros responsáveis pelo projeto  foram Alberto Jordano Ribeiro, Eduardo Badaró e Mário Ferraris.No dia 7 de setembro de 1948 foi realizada a inauguração parcial do Majestoso em missa campal, e, no dia 12 de setembro, a inauguração oficial do Estádio que recebeu o nome do patrono Moisés Lucarelli.

Por sinal, Lucarelli era modesto e não queria ver seu nome no estádio: a diretoria aproveitou uma viagem do patrono à Argentina para colocar o nome dele, grafado com “i” em vez de “y”, na fachada do Estádio – hoje tombada pelo Patrimônio Público. O apelido do estádio foi dado pelo jornalista Fernando Pannattoni. Na década de 40, quando a obra foi iniciada, Campinas tinha 140 mil habitantes e o estádio previa um local para abrigar 30 mil. A ousadia do projeto levou o jornalista, que publicava a sessão “Campinas Esportiva” no jornal Gazeta Esportiva, a se referir ao estádio como um empreendimento “majestoso”.

Foi ali, nas arquibancadas do Majestoso, que a torcida pontepretana viveu grandes conquistas, comemorou inúmeras vitórias em dérbis, apoiou o time quando ele mais precisou. Nos hoje remotos anos 70, as arquibancadas do estádio chegaram a abrigar mais de 33 mil pessoas - em uma partida contra o Santos - em um espaço onde hoje só são permitidos 19,7 mil.
“Meu pai foi um pioneiro. Minha família sempre ficou muito feliz pelo reconhecimento dado a ele no estádio”, diz Nino Lucarelli, filho de Moisés. Mas, se outrora foi charmoso e pioneiro, hoje o belo Majestoso tornou-se pequeno para a grandeza da Ponte Preta e de sua torcida, razão pela qual a Ponte Preta planeja construir uma Arena Multiuso Padrão Fifa, que ficará no Jardim Eulina, onde hoje funciona o CT. "Se meu pai estivesse vivo, com certeza veria com bons olhos o projeto da Arena. Ele era um abnegado pela Ponte Preta e o projeto é para o bem do clube", afirma Nino. (Entrevista Via: Rádio BAND Campinas)

Hoje em dia, o Majestoso já foi espremido pelo desenvolvimento da região e ficou sem espaço para novas melhorias de ampliação e modernização, como por exemplo, a construção de uma área de estacionamentos. É por isso que a diretoria pontepretana vem trabalhando com a ideia da construção de um complexo arena, mais moderno e adequado as necessidades dos torcedores.

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  1. Por isto que esta torcida é e sempre será a tor ida que tem somente um time!
    Parabéns Ponte Preta!!!

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