Atleticanos, escrevo este texto após mais um amargoso empate do nosso time, desta vez contra o Criciúma, no Estádio Heriberto Hulse, em mais uma rodada válida por este interminável campeonato brasileiro. Interminável sim, pois estamos doidos para viajarmos logo para Marrocos, não aguentamos mais ver o comportamento de time comum do glorioso e já estamos de saco cheio de ver a nossa velha freguesa raposa, com um time em nada melhor que o nosso, ostentando a liderança e grandes atuações. 

 Nos parece razoável imaginar que, se os campeões da América jogassem metade do que sabem, isso já seria suficiente para vencermos equipes como o São Paulo, o Goiás e o próprio Criciúma, só aí seriam sete pontos, que, somados aos nossos atuais 32, nos colocariam em posição empatada com o Grêmio , que hoje é tido como um candidato a ameaçar o iminente título do nosso rival.  Nem contei aí os tropeços causados pela libertadores e pela “ressaca” da comemoração,  pois seria desumano,  contudo os jogos citados ocorreram bem depois do período mencionado.

Nosso Galão da massa segue desperdiçando oportunidades para engrenar, para aumentar a sua autoconfiança, para se impor e para treinar o jogo perfeito, a excelência tão necessária para quem quer ser Campeão do Mundo. Estamos parecendo aquele aluno que vai deixar para estudar apenas na véspera, o que pode tornar a prova muito mais complicada do que já seria para quem se aplica.

Não adianta insistir na idéia de que a colocação na tabela é boa, que não há como cobrar motivação dos jogadores e que o Corinthians do ano passado estava em posição semelhante, o fato é que, o maior motivo de angústia da massa é a qualidade do futebol jogado, que não tem sido das melhores. Fora de casa tem sido uma lástima, nem tanto os resultados, pois temos perdido até pouco e chegamos a vencer outro dia o Grêmio, contudo, a equipe não convence, não cria aquele ânimo nos torcedores para colocarem cem reais ou uma grade de cerveja na mesa do bar, apostando no Galão da Massa contra o Bayern. Frisa-se que, das três equipes brasileiras citadas anteriormente, duas brigam contra o rebaixamento e uma passou boa parte do jogo com um jogador a menos, ou seja, não há nenhuma grande potência ali. Quando vencemos, foi apertado e tomando certa pressão contra os limitadíssimos times do Vasco e da Portuguesa. Precisa dizer mais nada né?

Sobre o time em si, é até difícil falar, pois a corneta iria sobrar para quase todos, mas vou focar nos casos que acredito serem os mais graves, as laterais. É impressionante a carência da lateral esquerda! Pedimos tanto o Júnior César no time, mas quando entra, não acrescenta em praticamente nada e continua dando motivos para Cuca voltar com aquela irritante mania de escalar o Richarlyson. Na direita, a coisa tá feia também! Infelizmente o Marcos Rocha não tem convencido. Por mais que tenha convocação para seleção em sua bagagem e que tenha vencido vários prêmios da imprensa como melhor de sua posição,  não dá mais para aturar a sua terrível displiscência em campo, a todo instante errando lances bobos e entregando bolas fáceis para contra-ataques perigosíssimos. Fica difícil imaginá-lo marcando o francês Ribery no Marrocos! Está passando da hora de alguém dentro do Atlético agir com ele mais ou menos como o Bernardinho age com o(a)s seus (suas) comandados no Voleibol, para que fique mais ligado , não se queime e não desperdice seu grande potencial.

Gostaria ainda de “cornetar” dois jogadores que são ídolos, mas que andam devendo: Diego Tardelli e Jô. O primeiro está simplesmente irreconhecível e isso já vem de algum tempo, o jogo no México contra o Tijuana pelas quartas de final da libertadores foi a sua última atuação em alto nível, depois disso o desempenho foi sempre muito aquém de sua capacidade. Creio que, talvez seja hora de colocá-lo no banco, para refletir, se recuperar física e mentalmente e também para valorizar o grande momento que vive o garoto Luan. Quanto ao Jô, pois bem, qual foi a última vez que você o viu fazendo um gol ou tendo uma grande atuação em uma partida fora de casa pelo Galo? Sinceramente não lembro. Nas partidas no Estádio Independência não temos do que reclamar, vem fazendo o que pode, mas fora de casa tem sido completamente nulo, mal participando dos jogos, talvez dificultado pelos esquemas defensivos que Cuca tem escalado, só que não podemos deixar de ressaltar que é também tarefa de atacante buscar o jogo e é válido lembrar que no Marrocos não têm Horto.

Por fim, gostaria de agradecer a todos que prestigiaram a esta crônica e de esclarecer que toda e qualquer crítica que possa fazer a jogadores do Clube Atlético Mineiro tem como única motivação afastar todo e qualquer ambiente de acomodação, que entendo ser o maior vilão para qualquer equipe que almeja grandes conquistas.

No mais, saudações atleticanas! Bica eles Galo! Torcedor do Galão da Massa, curta: Jovens Cronistas!


Paulo Guto.



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PauloGuto

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