Olá quarentenados, quarentenadas e quarentenades! Tudo bem por aí? Por aqui, vai-se indo.

Na coluna anterior, eu comecei a comentar aspectos sociais da pandemia, sugerindo uma inevitável mudança de atitude e que espero ficará para sempre em nosso cotidiano, Se quiser, leia aqui

O mundo aos poucos está entrando em quarentena global. Às pessoas é solicitado que saiam o mínimo necessário de casa, para compras de itens necessários para a sobrevivência em casa ou mesmo para alguma consulta médica quando o caso exigir. Existem vários sites na internet em que se pode acompanhar o desenvolvimento de epidemia no Globo. Entre os tantos disponíveis, prefiro este aqui. Algumas notícias dão conta, ainda bem que raramente, que em alguns mercados as pessoas estão comprando além do necessário com a intenção de fazer estoque. O problema de estocar é que, provavelmente, faltará para alguém que virá depois de você. O sentimento de empatia, que tanto se divulga e se exige das pessoas durante a pandemia, deve aparecer também durante as compras: porque comprar cinco quilos de arroz se dois quilos são suficientes para satisfazer a minha necessidade?

 Ao mesmo tempo, todos os governos estão agindo de acordo com a sua realidade. O que muda é o conteúdo da ação. Todos pretendem, segundo suas palavras, preservar a atividade econômica e o emprego. Em países como a França e Portugal as ações governamentais vão desde prorrogar o prazo para o pagamentos de determinadas contas ou mesmo não se cortar o serviço por falta de pagamento. Na Inglaterra foi determinado que todos ficassem em casa. Nos Estados Unidos, a informação é que haverá o pagamento de mil dólares para cada família (ou pessoa?) durante o período em que ficar em casa por causa da pandemia. Por mais que discordemos em questões de fundo de alguns destes governos, estas iniciativas são meritórias pois dão às pessoas a tranquilidade para ficar em casa.
Porém, não é o mesmo que acontece no Brasil.

O impacto social desta pandemia vai atingir a todos os setores de todas as sociedades: da macroeconomia dos países a microeconomia do seu zé da quitanda da esquina, do Barcelona ao time de amigos do bairro. Todos serão afetados e deverão reformular suas atitudes. Se os mais afortunados tem condições financeiras de permanecer em casa, os mais pobres precisarão de um efetivo amparo financeiro do Estado. Se não ocorrer o auxílio, estes muito em breve estarão frente a frente a uma "escolha de sofia": ou ficam saudáveis em casa vendo seus mantimentos acabarem, ou saem à rua lutando pela refeição seguinte sob o risco de tornarem-se mais uma vítima do coronavírus.

Neste cenário, mas de forma tímida, o (des)governo Bolsonaro, na figura do ministro  Paulo Guedes determinou o acréscimo de 200 reais em cada Bolsa-Família. Tímido, muito tímido.Em um outro instante, na calada da noite, o (des)governo emite a MP 297 que dava a possibilidade dos patrões de suspender os salários por quatro meses e em contrapartida oferecendo cursos de aperfeiçoamento durante este período. Quem vai se aperfeiçoar de barriga vazia e morrendo de fome?

Depois de série de críticas de todos os lados, o (des)governo tomou a atitude que mais o caracteriza nestes quase quinze meses de mandato: voltou atrás e revogou parte da MP 297. Começam a surgir  proposições dos governos no Brasil (Federal, estaduais e municipais) para ajudar os mais pobres ou mesmo aqueles em situação de rua. Como se pede para ir para casa para quem é morador de rua?
 Espero que o ritmo das ações seja o ideal.

Para quem pode,
fique em casa.

Até semana que vem.

Saudações,

Ulisses B. dos Santos.

Twitter e Instagram: @prof_colorado

Sobre a coluna

A coluna Sobre Tudo é publicada todas as terças-feiras.
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Ulisses Santos

Sou um cara solidário e humanista. Procuro ser empático com o outro. As relações humanas fazem com que cada um de nós seja alguém que ao acordar é uma pessoa e ao dormir seja outra. Sou professor da rede pública estadual do RS desde 2002 e escritor desde sempre. Tenho livros escritos sobre a história de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Sou também jornalista que transita em áreas como o jornalismo esportivo e cultural. Portanto, se precisar dos meus serviços estou à disposição. Entre em contato.

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