Caetano Veloso canta Alegria, Alegria, música que ficou em quarto lugar no festival - Foto: Wilson Santos/CPDoc/Divulgação

Salve leitores de Jovens Cronistas, se vocês já ouviram falar em Dejavu palavra francesa para falar de uma sensação de familiaridade ou reconhecimento de algo, no cenário atual as músicas que fizeram sucesso nos anos 70 retornam com força, como se tivessem sido escritas ontem e isso se aplica não só ao Brasil mas na América Latina.

Vou listar algumas: Canção da despedida, de Geraldo Azevedo. Apenas um rapaz latino americano, de Belchior. Nessa por exemplo Belchior diz: "Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior". Hoje seja no interior ou nas capitais ter o dinheiro no banco está difícil, o dólar por exemplo chegou a 4,50 e a cesta básica só aumenta. Belchior ao retratar uma realidade difícil da época na letra ainda mostra como os artistas como ele estavam sujeitos ao regime silenciador: "Mas se depois de cantar você ainda quiser me atirar, mate-me logo a tarde as três que a noite eu tenho compromisso (show) e não posso faltar por causa de vocês". Se vocês perceberem a força das outras letras de Belchior a exemplo de Como os nossos pais, conhecida na voz de Elis Regina, ou ainda a canção "A Palo seco", verão a coragem dele e de outros cantores da época que tenham certeza que isso não agradava aos governantes da época.

Caetano Veloso em Podres Poderes, também denuncia o sistema, sujo, corrupto e autoritário e nela utiliza a expressão: "A incompetência da América Católica que sempre precisará de ridículos tiranos". Mas hoje infelizmente vemos a mão de parte do segmento chamado de evangélico, apoiando os tiranos atuais.

Os Titãs na música Comida mostram que a população sente fome, de consumir arte e arte do seu conterrâneo, sem querer usar de nacionalismo e fanatismo, queremos consumir algo nosso e que seja visto, divulgado.

Recentemente o tema da redação do Enem foi a democratização do cinema, que se concentra em grandes cidades e em shoppings a altos preços e salas reduzidas, o que ouvi de colegas e concordo é como isso foi pautado na redação de forma contraditória, com restrições severas a ANCINE? O que você responderia ou respondeu na redação como proposta?

Recentemente um ator foi censurado no palco, a imagem do chargista Latuff foi arrancada na Câmara dos deputados por fazer menção ao extermínio dos jovens negros. E o negro ainda é visto como inferior e como se todos periféricos fossem bandidos, isso no Brasil todo. Numa das cidades mais negras do Brasil, Salvador, isso é recorrente, lembra uma música do compositor e educador Jorge Portugal, interpretada por Lazzo Matumbi: "Alegria da Cidade", embora as ações contra o povo negro da cidade existam e neguem o povo, nós fazemos parte dela. Somos os que mais apresentamos a cultura da cidade para outros lugares.

Ainda sobre repertório temos Cálice de Chico Buarque e Gilberto Gil, a forma inteligente da composição foi assertiva pois em 1978 quando lançada passou pelos censores.

E o que dizer de Deixa eu dizer de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro, interpretada por Claudia e que em anos recentes teve seu refrão inserido num Rap de Marcelo D2, a canção lançada em 1973 tem os seguintes dizeres: "E você não tem direito de calar a minha boca afinal me dói no peito uma dor que não é pouca".

Hoje procuram calar aqueles que buscam justiça, e uma vida mais digna para os seus semelhantes,de novo digo, isso não tem haver com ser comunista, socialista,ou ser esquerdista significa ser humano,ser solidário,hospitaleiro, mostrar empatia e por aí vai.

Por fim falemos de "Cartomante", música de Ivan Lins, escute e analise a letra como está bem atual, também creio que concordará com o refrão da música quando se refere as cartas: "Cai o rei de ouro, cai o rei de prata, cai o rei de paus, cai não fica nada".



E aí será que você estará cantando em breve? Veremos as cenas dos próximos capítulos, da genealogia infame e tiraremos as conclusões. Ah! Faça aí sua playlist da resistência, Dejavu amargo...

Até breve!



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Edenbergue Lima Neres

Olá sou Edenbergue Lima Neres,sou soteropolitano, Professor de História, gosto de literatura e estou aqui falando um pouco sobre cultura, não sou especialista e como a grande maioria dos brasileiros não tenho uma condição privilegiada a ponto de desfrutar de maneira integral das manifestações culturais. No que estiver ao meu alcance apresentarei textos informativos e reflexivos sobre cultura nacional e internacional quando possível. Esta coluna não é uma coluna para falar de política,mas como a cultura também é política os textos tem certo aspecto político,a cultura muitas vezes foi usada para dominar,mas meu interesse é falar da cultura do nosso povo. Vai ter textos sobre música e outras manifestações artísticas.Ter ou não ter cultura é sinônimo para muitas pessoas de ter uma educação,ou um nível de conhecimento superior ao comum entre a grande maioria da população chamada de massa. Mas o conceito,o que dizem sobre cultura é muito amplo mas a pergunta que tentamos responder é :cultura é o que? Reflita e um grande abraço!

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