Foto: Divulgação (Capa disco "Selvagem")


Olá leitores do blog Jovens Cronistas sou Edenbergue Lima Neres e recebi a responsabilidade de escrever sobre cultura,eu não sou nenhum perito em cultura mas busco imprimir minha opinião,esta de alguém que fala a partir da classe trabalhadora que por falta de condições favoráveis não tem o acesso que deveria ter. 

Afinal cultura é o quê? Essa é uma pergunta ampla e às vezes controversa, para a elite no período colonial cultura estava reduzido a assistir as óperas, para os negros o batuque fazia parte da sua cultura embora fosse desprezado por outros. 

Mas a cultura não se limita a música, mas as artes como um todo e às artes movem os sujeitos a pensar e questionar, assim como as ciências humanas, que estão sendo atacadas pois vai na contramão do projeto político pensado para a população. A cultura do Brasil é diversa, é regional desde os cantores da MPB ao Mang Beat da Nação Zumbi no Maranhão,desde o Axé e o Samba de roda do Recôncavo na Bahia, ao coco de Jackson do Pandeiro e o Baião de Luiz Gonzaga, da dança afro, da catira e tantas outras manifestações como o teatro, a pintura,os saraus e suas poesias.

Desde já agradeço a equipe dos Jovens Cronistas,pela confiança e a vocês que vão acompanhar essas minhas escritas, resistir é preciso e vamos a luta e aos trabalhos que é o que nós trabalhadores mais sabemos fazer.



Este título é extraído do refrão da música Alagados, dos Paralamas do Sucesso, lançada na década de 80, que retrata as desigualdades sociais existentes no Rio de Janeiro, que tem sobre si o Cristo Redentor de braços abertos, mas que no asfalto fecha as portas de oportunidades, emprego, lazer e direito a vida.
Mas com um povo forte que continua a depositar sua confiança em "Deus", ou em Cristo, de que tudo vai melhorar, "A arte é de viver da fé, só não se sabe fé em que", diz o refrão da musica, o que remete também ao fato de que as religiões de matriz africana tem sofrido ataques de traficantes quanto a sua prática religiosa. O Cristo (a crença evangélica) por vezes é utilizado como base para a expulsão e ruína dos centros dedicados ao segmento religioso de matriz africana. Se o Cristo representado na escultura em pedra sabão pudesse falar, com certeza estaria indignado com o que acontece debaixo dos seus olhos, injustiça, morte de inocentes por ações inconsequentes, mortes pela corrupção praticada em longos períodos, pela desassistência á saúde, educação e tantas outras coisas.
Não somente o Cristo na música Alagados não, o real, o que muitos tem como pilar de sua fé, também está sendo utilizado em construções políticas genocidas, o Cristo apresentado na Bíblia, falou que deveria se amar inimigos, na conjuntura atual adversários, os de oposição se tornam inimigos merecedores de morte, a constituição do novo líder da Nação foi totalmente vinculada ao uso das armas e do discurso do ódio com apoio de lideranças religiosas protestantes, conduzindo muito mal suas ovelhas ao lobo voraz, sem que muitas notassem isso.
A vida, as palavras, o discurso do homem amoroso, compassivo, foi deixado de lado e somente o título de seguidores permaneceu, é como se fosse uma agremiação ou uma associação com objetivos similares, onde o regimento foi engavetado e que só é consultado de modo estratégico numa  análise favorável aos interesses mais sórdidos possíveis.
Promove-se com isso a subversão da fé, que é muitas vezes (ou ao menos deveria ser) a força motriz do povo pobre, da periferia, onde certamente sem ela ficaria mais difícil viver e enfrentar as imposições ardilosas que o povo pobre e negro enfrentam.
É preciso acordar, a fé não é propriedade de todos, não aquela genuína, tanto assim é que o título de Cristão está sendo usado como manobra para o retrocesso, para o mal, para privilégios familiares, para manutenção e ampliação da ignorância, num plano de sociedade onde o cidadão quanto menos esclarecido, mais fácil fica de ser manipulado ou tapeado.
A arte é de viver da fé, que ela não sirva mais a interesses duvidosos, ou se preste a um fanatismo religioso ou político de caos e ruína. A fé não costuma falhar.


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Edenbergue Lima Neres

Olá sou Edenbergue Lima Neres,sou soteropolitano, Professor de História, gosto de literatura e estou aqui falando um pouco sobre cultura, não sou especialista e como a grande maioria dos brasileiros não tenho uma condição privilegiada a ponto de desfrutar de maneira integral das manifestações culturais. No que estiver ao meu alcance apresentarei textos informativos e reflexivos sobre cultura nacional e internacional quando possível. Esta coluna não é uma coluna para falar de política,mas como a cultura também é política os textos tem certo aspecto político,a cultura muitas vezes foi usada para dominar,mas meu interesse é falar da cultura do nosso povo. Vai ter textos sobre música e outras manifestações artísticas.Ter ou não ter cultura é sinônimo para muitas pessoas de ter uma educação,ou um nível de conhecimento superior ao comum entre a grande maioria da população chamada de massa. Mas o conceito,o que dizem sobre cultura é muito amplo mas a pergunta que tentamos responder é :cultura é o que? Reflita e um grande abraço!

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2 comments so far,Add yours

  1. Crônica de bastante reflexão, sobre o aspecto cultural no nosso país, que se baseia na vivência da fé de cada ser humano.

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  2. Excelente! Edenbergue aborda a questão da intolerância religiosa de forma precisa, real. Parabéns!!

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