Amigos! A Seleção Brasileira entrou em campo no lindo estádio do MK Dons, na Inglaterra, nesta terça (20) - feriado da consciência negra em várias cidades do país - para seu último jogo no ano, ante Camarões. Uma seleção em reformulação, forte fisicamente e que impôs dificuldades a um Brasil de Tite que sim, joga de forma burocrática e irrita o torcedor, sobretudo os mais saudosistas. Mas afinal? Quem dá "espetáculo" no futebol de hoje? Essa é uma pergunta dúbia, que gostem ou não (e o ranço pela seleção é tão grande que a chance de não gostarem é gigante) vamos aqui responder, avaliando também o ano e o que ele indica pra 2019, onde teremos Copa América. 


Sobre o jogo, há pouco o que dizer. Primeiro da ab$urda escalação de Neymar, que segundo a reportagem da Globo já havia se queixado de desconforto. Saiu lesionado e pode fazer muita falta ao PSG no duelo ante o Liverpool pela Champions, tudo isso por conta de um AMISTOSO. O que também aconteceu com Mbappé, enfim, o time francês não tem sorte mesmo. Mas o time parecia que ia controlar o jogo no começo da partida, com um Allan bastante participativo, que inicialmente repetia o que faz no Napoli, com ótima chegada a frente, com desarmes e avanços precisos. Porém aos poucos o time foi ficando preso e o bem armado Camarões de Seedorf foi ganhando os espaços e equilibrando a partida, bem fechado sem a bola, assustava em seus avanços ofensivos. Enquanto no Brasil Richarlisson que entrou no lugar do ex de Bruna era o jogador que chamava o jogo e tentava o gol. No finalzinho da etapa inicial, um grande chute de Allan para a defesa de Onana e na cobrança de escanteio, deslocamento e cabeçada perfeitas de Richarlisson para fazer o gol da vitória, o menino está jogando muito, também no Everton. 

Na etapa final o jogo ficou ainda mais equilibrado, com Camarões chegando algumas vezes no ataque, com algumas bobeadas do goleiro reserva camaronês que entrou, Ondoa. O meio passou a funcionar um pouco melhor com a saída de Paulinho para a entrada de Wallace, isso soltou um pouco Arthur que não pode ser colocado como primeiro volante como fez Tite, mas evidentemente que pra quem acha ainda que vai sentar á frente da TV e ver um show da Seleção, ainda que com mais uma vitória, a seleção não agradou em nada quem parou nesta tarde para a assistir, mas como dizia um bordão tolo, melhor já irem se acostumando, ou melhor, já teriam de ter se acostumado.


Vejam, antes de entrar no mérito do texto em si, que é falar sobre este desempenho no pós copa e sobre a minha ideia de que NINGUÉM dá espetáculo no futebol mundial. Há que falar um pouco sobre o jogo e sobre alguns jogadores em si. Pois bem, eu sou um grande fã de Paulinho, acho que em tudo que ele conseguiu no futebol, em tudo que ele nos bons tempos jogou na seleção (ter jogado e sido tão importante no Corinthians evidentemente o atrapalha com o resto do Brasil, tal qual Renato Augusto, evidentemente) merece todo nosso respeito e reverência, mas realmente não dá mais pra ele, está brecando a evolução de dois jovens e grandes segundo-volantes que temos, que vão se matar (no bom sentido) por uma vaga no time. Richarlisson aproveitou muito bem estes amistosos, é hoje o nosso melhor nove móvel e e nove móvel o que temos com a lesão de Pedro, que vai voltar comendo poeira para os dois nessa briga. Não vejo necessidade de convocar três centroavantes, vejo meio que um compromisso com Gabriel Jesus e considero isso um grave erro de Tite, o compromisso é com a seleção e não com um jogador e hoje, de centroavante, os nomes são Richarlisson e Firmino, Jesus deveria recuperar a vez, nem que pra isso tenha de se despedir de Guardiola.

Enfim, falamos das individualidades, ha que falar do coletivo. Como qualificar o ano de Tite á frente da seleção como ruim? Treze vitórias, um empate e a derrota ante a Bélgica. Claro, o jogo não é o mais bonito e encantador de se ver, longe disso, o que já naturalmente irrita o torcedor do país do futebol. Soma-se a isso a única derrota, que vale mais do que todas as vitórias, perdeu para o bom time belga, perdeu a copa, caiu o mundo. O técnico que livrou a Seleção da maior desgraça que poderia se abater sobre nós, que seria ficar FORA DE UMA COPA, passaria a ser duramente questionado e cair no limbo comum - segundo muitos - dos treinadores que seguem ordens e fazem negociatas em favorecimento a empresários. Será mesmo que o herói virou vilão e que nada qualifica o trabalho?

Preferências pessoais (que á propósito, todo treinador tem) a parte, quais foram as grandes aberrações das convocatórias de Tite? Respondam se puderem aí nos comentários. Não houve nenhum Afonso Alves nas convocatórias, Tite convoca o que aí está e (gostem ou não, novamente) seu time não vai "dar espetáculo"pra ninguém, praticamente nenhum está dando. O futebol mudou minha gente, os talentos estão pulverizados pelos clubes, não há mais três ou quatro seleções dominantes no futebol mundial que detém mais de 90% dos talentos. Hoje tu tem grande jogador esloveno, eslovaco, bósnio, suíço, enfim, estes caras estão espalhados nos CLUBES EUROPEUS. Portanto, quem quer ver espetáculo, que veja a Champions League. Lá vocês verão espetáculo.

No mais, sobretudo em jogos de seleções, o aspecto tático fará a diferença e este tem sido, apesar da derrota ante a Bélgica, um fator de sustento da seleção com Tite. Por isso o time fez 29 gols no ano e sofreu apenas três, dois deles lamentavelmente na eliminação. Mas é muito significativo o que o time tem feito no que tange a resultados. No pós-copa o time enfrentou Argentina e Uruguai e venceu. Critica-se a qualidade dos amistosos, mas todas as seleções tem dificuldades em marcar grandes clássicos, a seleção teve dois e venceu contra os principais rivais que terá na Copa América e nas eliminatórias.

Sim, realmente não é a coisa mais agradável assistir aos jogos da seleção, realmente gera desconfiança este futebol apresentado, não é um espetáculo bonito aos olhos, mas novamente, quem dá esse espetáculo? A Bélgica talvez jogue hoje o futebol mais bonito, levou fumo na Nations League ante a Suíça? E aí, de que adiantou ter um jogo leve, com os irmãos Hazard, com Mertens, De Bruyne e por aí vai. Hoje o jogo é muito mais complexo, hoje não se amarra mais cachorro com linguiça tal qual diria um "amigo nosso", portanto, essa ânsia pelo show não tem ligação direta com o que mais se deseja, que é voltar a ser campeão do mundo, ou ser campeão do mundo toda copa (Ué...E os adversários?). Falam tanto da corrupção na CBF, que é sim uma realidade e temos que sim, bater muito forte nisso, mas, há muita hipocrisia, se o Brasil tivesse ganho na Rússia, pouquíssimos estariam se importando com o que acontece na entidade.

Concordem ou não, com tudo isso exposto eu tenho o diagnóstico. Realmente o jogo é burocrático e duro de assistir. Mas o time está vencendo, perdeu na Copa pra um time muito qualificado tecnicamente, no mesmo nível hoje, que por sua vez foi eliminado nas suas fragilidades defensivas e isso é o que temos de mais forte. Não vencemos só babas, vencemos dois rivais históricos, estamos competitivos. Não temos jogadores pra dar espetáculo, nem mesmo com o individualista Neymar, ficar chamando falta longe do gol não é espetáculo, longe disso. Não temos outro nome pra assumir a seleção que não Tite e apesar dos pesares, a seleção segue competitiva e não há qualquer indicativo de que vá dar vexame na Copa América como o mantra de um anti-seleção diz a cada texto que faço. É sim um pé no saco ver a seleção jogar, mas há que ter um pouco mais de paciência, como temos com o terrível nível técnico de nossos times no campeonato Brasileiro. Nossos jogadores de seleção hoje não vão humilhar ninguém, pois são apenas parte de uma grande engrenagem, que hoje são os clubes e ligas do futebol europeu.



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Foto: AFP. 


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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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