Paulistão 2018 - Linense 1 x 2 São Paulo

No sufoco o São Paulo virou o jogo contra o Linense, que até o momento, era o pior time do campeonato. Dorival Junior escalou: Jean, Militão, Rodrigo Caio, Arboleda, Reinaldo; Hudson, Petros, Marcos Guilherme, Cueva, Valdívia, Brenner. No primeiro tempo o Tricolor não conseguiu furar a defesa do time da casa e fez pior. Tomou gol aos 37 com Murilo. Reinaldo deu resposta com um chute cruzado quase sem angulo. O jogo não melhorou apesar das substituições. No final do jogo Rodrigo Caio subiu de cabeça após escanteio e deu resultado final à partida. Comemorou muito e foi até o Dorival Junior abraça-lo em sinal de apoio.

Paulistão 2018 - Palmeiras 2 x 0 São Paulo

Visitando o Palmeiras novamente em sua arena o Tricolor foi montado com: Jean, Militão, Arboleda, Rodrigo Caio, Edimar; Petros, Hudson, Marcos Guilherme, Cueva, Valdívia e Brenner. Primeiro tempo horroroso e sonolento. Só o Palmeiras estava acordado e foi para cima resolver a partida. Tanto pressionou que em 11 minutos Antonio Carlos abriu o placar de cabeça. O segundo gol foi de Borja após aproveitar a sobra de Jean. Cueva só deu um chute sem perigo. No segundo tempo entraram Nenê, Shaylon e Trellez. O time ganhou mais posse e subiu um pouco, mas o controle do jogo estava na mão do time da casa. Trellez meteu uma bola na trave e mais nada.

Demissão de Dorival Junior

Pressionado pela diretoria, pela imprensa e pela torcida, Dorival Junior caiu após sua quinta derrota, frente ao Palmeiras. Terceiro clássico do ano que acabou derrotado. Apenas 42% de aproveitamento em um total de 11 rodadas do estadual. Foi anunciado oficialmente um dia após a partida que ele foi demitido. Com o São Paulo prestes a entrar na fase de eliminatórias, o time fica sem comando.

Jogando o planejamento no lixo

Após seis meses de que o Dorival Junior salvou o time do Morumbi do rebaixamento tentou-se, acertadamente, manter o projeto e criar um planejamento a partir do que já se tinha. A perda foi importante quando Hernanes foi obrigado a sair. A diretoria trouxe peças. Não o que Dorival pedia, mas vieram. As contratações foram duvidosas: Diego Souza, que não vinha bem do Sport e custou muito caro; Trellez, outra aposta não tão certa vinda do Vitória; Nenê, que apesar da sua qualidade técnica não possui mais velocidade.

Dorival não conseguiu colocar seu próprio planejamento à prova. Em um ano de Copa do Mundo se viu obrigado a colocar um time às pressas para os resultados aparecerem sem uma pré-temporada. Um time de meninos apanhou do São Bento fora de casa e logo o time foi execrado. Cueva com sua falta de comprometimento não voltou em tempo hábil e também foi punido pós alguns jogos. Num time sem reais titulares (do gol ao centro-avante) o time foi se reajustando partida após partida. O ritmo de jogos para um elenco de deve muito em entrosamento e ritmo frente aos rivais bem mais organizados era claro que passaríamos dificuldades.

Seria sábio queimar técnico e o entrosamento sadio do time em prol de três pontos? Veja bem:

Entre o dia 20 e 27 de janeiro, uma semana, três jogos e um clássico fora de casa contra o Corinthians. O São Paulo mesmo com um time montados semelhante ao do ano passado não teria vencido, poderia ter queimado esse clássico em prol do entrosamento do time titular, ou mesmo, deixar os titulares estrearem agora.

Quatro rodadas depois, dia 18/02, o São Paulo poderia já ter o mais próximo possível de um time ideal para a competição já com um bom clássico em casa. O São Paulo perdeu de 1 a 0 do Santos. Após este rodada empatou com Ferroviária em casa, venceu sofridamente do Linense fora e perdeu do Palmeiras, fora. 

Porque não seguir um planejamento? Porque usar o Choque-Rei para demitir um técnico sendo que o time não tem nem comparação ao do Parque Antartica? Não estava na cara que ia perder? Mais uma vez o time sucumbiu frente a diretoria fraca. Sim, fraca por fazer valer mais a opinião pública do que suas convicções e planos.

Nunca que um técnico vai dar certo se sempre derem ouvidos às pressões de fora e tendo que sofrer pressão de dentro com sua cabeça sempre à prêmio. Pode vir Guardiola ou Mourinho. Os mesmos resultados seriam apresentados. 

Não há conjunto. Não há unidade. Não há um time. Há um conjunto de pessoas que estão tentando se entender em campo. E mais! Com funções improvisadas. A culpa é de quem? Daquele que foi demitido com apenas dois meses de trabalho ou daqueles que assumem um compromisso e depois jogando no lixo. Total falta de respeito pelo profissional, com o futebol e com a torcida.

Técnicos do São Paulo nos últimos 10 anos

Desde a era Muricy (2005 a 2009) tivemos:

2009
Milton Cruz (interino)
Ricardo Gomes

2010
Ricardo Gomes
Sérgio Baresi
Paulo César Carpeggiani

2012
Paulo César Carpeggiani
Milton Cruz
Adilson Batista
Milton Cruz
Emerson Leão
Milton Cruz
Ney Franco

2013
Ney Franco
Milton Cruz
Paulo Autuori
Muricy Ramalho

2014
Muricy Ramalho

2015
Muricy Ramalho
Milton Cruz
Juan Carlos Osório
Doriva
Milton Cruz

2016
Edgarbo Bauza
Andre Jardine (Sim!)
Ricardo Gomes
Pintado

2017
Rogério Ceni
Pintado
Dorival Júnior até( 09/03/2018)

Ao todo 17 técnicos em quase 10 anos denota que o problema não é técnico (ou não seja apenas isso), mas principalmente má gestão do futebol. Vimos casos ridículos de continuidade no poder, anos sem patrocínio Master, campanhas ruins, apenas um título comemorado (2012, daquele jeito), desvio de dinheiro, dívidas astronômicas, perda de estádio para Copa do Mundo, venda metade do time no meio do ano, duas grandes chances de rebaixamento, perda de disputa de eventos de entretenimento a nível internacional, fora todo descaso com ídolos do clube e um estatuto desrespeitado na cara dura.

Tudo para o torcedor pensar um pouco antes de ser imediatista e que não seja guiado pela mídia. Pare um pouco com a paixão e raciocine. Essa gestão fez por onde para criar um time forte, um clube forte, para ganhar algum título?

No São Paulo se varre para debaixo do tapete. Se joga um planejamento caro (muito caro) no lixo.



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João Paulo

Publicitário de formação, marqueteiro de profissão (rs) e são-paulino de alma e coração. Trabalhador, marido e pai de família. Paulistano.

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