Temer lança “Avançar” pensando no próximo ano, enquanto condena trabalhadores e mulheres
 
“Avançar” é o termo usado por Temer e sua equipe como nome para o novo programa de investimentos do (des)governo. “Avançar” dará um gás em obras paradas e em andamento de responsabilidade do (des)governo Federal. “Avançar” é a primeira de muitas outras ações, já programadas, do (des)governo para não chegar tão por baixo nas próximas eleições.  Curiosamente, Temer usa de algo que não combina com ele, a terminologia “Avançar”, para ter chances reais no próximo pleito. Enquanto de um lado há anúncios de programas que, sim, garantirão o (des)governo no pleito – já que boa parte do eleitorado vota baseado em obras -, do outro lado, projetos estranhos são pautados e pouco debatidos no Congresso Nacional, sustentação do (des)governo. Enquanto pautas vão tramitando em Brasília – algumas iniciando a vigorar-, a mídia e parte da opinião pública mira em 2018 com os muitos, e inusitados, presidenciáveis. “Loucura, loucura, na mistura do ‘Caldeirão do Brasil’”.
 
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter)


Trabalhista. Após cinco meses de um longo velório, está valendo as mais de 100 mudanças – desmonte – nas CLTs. As alterações nas relações trabalhistas aprovadas pelo Congresso mais corrupto de nossa ainda imatura democracia – mais de 1/3 de senadores e 2/3 de deputados investigados por crime de corrupção – entraram em vigor no último sábado (11), dia histórico para a classe trabalhadora brasileira, infelizmente não pela inserção de mais direitos e seguridades, mas pela extinção dos poucos que havia. Agora, o mesmo empregador que nunca conversou sobre aumento salarial com seu empregado e, pior, só fazia isso, o reajuste no salário, na negociação das Convenções Coletivas de Trabalho, as CCTs, com o sindicato, foi presentado pelo (des)governo e Congresso com, entre outras “lembrancinhas”,  o “acordado sobre o legislado”, onde uma utópica conversa entre explorador e explorado definirá as relações de trabalho. Isso, além dos muitos perdões de dívidas a empresários durante a tramitação de denúncias contra o presidente na Câmara. 
 
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À época, enquanto o então projeto de reforma – desmonte das relações de trabalho - tramitava no Congresso, os sindicatos, voz do “chão da fábrica”, eram convidados para as poucas audiências públicas sobre o assunto, iam a elas com suas reivindicações, muitas decididas em assembleias com outros sindicalistas, mas recebiam do outro lado – lado dos corruptos que nunca precisaram fazer greve ou lutar por reajuste salarial, ou pior, cobrar por valores atrasados – xingamentos, alguns cômicos como classificando todo o movimento sindicalista de corrupto, quando os reais corruptos nós sabemos quem são, e a criação de monstros como a contribuição anual, que abruptamente tornou-se muleta para a classe politica alterar toda a CLT e grito de guerra para os poucos informados, os mesmo que chamam grevistas ou ativistas de “vagabundos” e defendem a violência contra pessoas sem moradia que participam de movimentos por moradia, mas pouco importam-se com os mais de 7 mil metros quadrados da casa do prefeito. Torço para que eles não demorem a perceber que os desocupados são outros.
 
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Além da conversa, agora permitida, entre empregador e empregado, a retirada de obrigatoriedade a assinatura em carteira – RIP a “CTPS” -, com isso o aniquilamento de qualquer beneficio por parte do Estado – adeus a Seguro-Desemprego e FGTS – e permissão para contratos de trabalho intermitente, quando há um contrato e o empregado fica a mercê da convocação, em horários determinados pela empresa, e, caso não consiga ir, tem de ressarcir a empresa pagando o valor correspondente a um dia trabalhado. As bizarras “atualizações” nas Leis Trabalhistas impostas pelo (des)governo e comercializada pela mídia como “modernização” ainda permite que mulheres gestantes e lactantes trabalhem em locais insalubres. 


No dia 11 de julho deste ano, enquanto somente a TV Senado cumpria a obrigação de transmitir à fatídica sessão de aprovação e encaminhamento da reforma para a sanção presidencial, a emissora que hoje faz campanha comentando que fala com mais de 100 milhões de brasileiros, à época, não interrompeu sua programação para informar aos mesmos 100 milhões que seus direitos estavam sendo surrupiados tarde da noite.  Assim como ela, outras também nada comentaram ou discutiram a reforma da maneira que chega agora, acabando com tudo, ao mesmo “chão de fábrica” impedido de discutir Leis que somente ele cumpre. 


Aborto. No país em que uma mulher é agredida física ou verbalmente a cada dois segundos, deputados deturpam projeto que daria mais segurança a elas, com a ampliação da licença-maternidade, e, em nome de um suposto deus, condenam mulheres a não impedir a gestação de feto fruto de violência sexual. 
Imagem: Reprodução / Relógios da Violência


Além dos recentes ataques na Lei Maria da Penha, aprovados pelo Congresso Nacional e vetado pelo presidente Temer – enfim, o nosferatu deu uma dentro -, os deputados, majoritariamente, homens retrógrados, trabalham em uma Proposta de Emenda a Constituição, a PEC 181, para alterar diversos pontos, entre eles a proibição de aborto a vitimas de violência sexual. Assim como fizeram com os trabalhadores de todo o País aprovando uma reforma sem escutá-los, agora teimam em definir regulações para mulheres, sem escutá-las. É o modus-operandi da politicagem que, lembre-se, mais que merece ser renovada no próximo ano.
 
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Eleições. E por falar em próximo ano, Temer avança com seu “Avança” e muitas obras no nordeste do País, maior colégio eleitoral após a região sudeste; mídia e mercado em dúvida entre Luciano Huck e o ministro Henrique Meirelles - aquele que chefia a Fazenda do Brasil, mas não confia no sistema financeiro do País para investir e envia seus milhões para offshores -, começa a considerar o nome do militar da reserva, “mito” nas redes, que “salvará” o País não sei de quê. Do outro lado, “Cirão da Massa” e seus seminários no campo acadêmico como treinamento para os debates, e o ex-presidente – de acordo com pesquisas de intenção de voto, o futuro presidente do Brasil – sendo ameaçado de morte pela mesma mídia que o condena, mas nada fala sobre seu apoio popular e, pior, ameaça-o exatamente por ter este apoio genuinamente popular.
 
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Muito se especula, mas o Congresso Nacional e o restinho – mais um ano – de (des)governo Temer não – ao menos eu não – permite pensar ou comentar sobre as próximas eleições. Ao menos, com o feriado na Proclamação da República na quarta (15) e Consciência Negra, na segunda (20), nossos parlamentares estarão tramando suas atrocidades de casa. 


Sempre de olho, minha gente!
  
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Claudio Porto

Jornalista independente.

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