Vamos acompanhar semanalmente o mandato do prefeito tucano João Dória à frente da Prefeitura de São Paulo. O Gestor, como ele bem frisa, terá muito trabalho no comando da maior cidade da América Latina, e estaremos atentos a todas as suas ações. Portanto, todo sábado, traremos aqui um compilado do que o mandatário realizou em suas atribuições.





42ª Semana De controvérsias com a “ração” a falta de políticas públicas




Segundo a rádio CBN, a empresa parceira da Prefeitura no desenvolvimento do recém-sancionado programa Alimento para Todos, a Plataforma Sinergia, não tem fábrica para produzir o granulado (a ração) que Dória propôs como foco do programa que, segundo ele, irá erradicar a fome na cidade e, num lapso ambicioso, no Brasil. Nas redes sociais, alguns usuários mais ligados, verdadeiros internautas, discutiram o retrocesso da política de erradicação da fome idealizado e promovido pelo prefeito.


A ideia retrógrada de distribuir o granulado, produzido com sobras de alimentos próximo de vencimento, em troca de incentivos econômicos e isenções fiscais através da Prefeitura as empresas doadoras, precisa ser revista e, acredito, revogada. No mesmo mundo que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, desperdiça-se 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano, o administrador de uma cidade, dito “não político”, no sudeste de um país ao sul das Américas, preferiu ir à contramão de estudiosos e analistas da área alimentícia, que difunde a melhor distribuição e melhor uso de alimentos como meio de se erradicar tanto a fome como desperdício, para promover uma solução para seus parceiros, os empresários e seus dejetos, para criar uma ração e um mercado para ela. Para Dória, o simplista, colocar tudo em um triturador e depois distribuir é muito mais prático que a criação e implantação de políticas públicas renovadoras, as mesmas vendidas por ele em campanha no ano passado.


E o assunto “ração” rendeu a primeira metade da semana de Dória. Após a avalanche de reportagens sobre o assunto, todos alinhados contra a ideia furada do prefeito em subsidiar a produção de um composto, segundo ele, “nutritivo”, a Prefeitura teve de se posicionar a respeito do tema, tentando desfazer o, talvez, equivoco de Dória em disparar, sem muita explicação, que a ração seria distribuída aos mais pobres. A ideia, acredito, era essa mesmo, mas a intensidade das manifestações contrárias o fizeram repensar e, caso ainda persista em distribuir o granulado dele, será fortemente vigiado pela opinião pública. Percebem como Dória acumula mais polêmicas que feitos para a cidade de SP em pouco mais de dez meses à frente da Prefeitura? 


Ainda nesta semana, Dória viajou à Brasília, onde participou de uma reunião com a frente parlamentar do agronegócio - parte da bancada ruralista, os mesmos que têm suas dividas frequentemente anistiadas e curtem extinguir direitos dos mais pobres, geralmente “funcionários” escravizados, para mais uma daquelas conversas transbordadas de lobby. Aliás, é isto que produz o grupo Lide de Dória: tráfico de influência em escala industrial.


Em Brasília, o prefeito ainda encontrou-se com ministros e deputados do (des)governo Temer. Dória esteve com ministro da educação, Mendonça Filho, o mesmo que deu ao ensino médio o grau do imediatismo das escolas técnicas, e, em outro encontro, o prefeito esteve com Paulinho (ex da Força), encrencado em operações que investigam corrupção, e o ministro das Cidades, Bruno Araújo, também citado em investigações contra a corrupção, para acordos por mais construção de moradias populares na cidade.  


O prefeito retomou seu Olho no Olho e, no programa desta semana, Dória recebeu o humorista Rodrigo Scarpa, o “Vesgo” do programa Pânico na Band. “Vesgo”, agora, integra a hall de especialistas sobre os assuntos da cidade.


Nesta que foi mais uma semana conturbada quanto a polêmicas envolvendo o prefeito, mais uma vez, poucas políticas públicas efetivas foram vistas pelos paulistanos, especialmente àqueles que vão tomando as calçadas de grandes avenidas para comercializar, como ambulantes, e, em casos ainda mais críticos, ocupam o mesmo espaço como moradia, já que não podem honrar com o pagamento de aluguel. Como principal razão disso: a perda da fonte de renda, o emprego.


Acredito que o paulistano não queira o “coreto” da praça pintado, restaurado, após uma sessão de zeladoria do “Cidade Linda”  apenas para servir de guarida para moradores em situação de rua durante a noite. O paulistano, acredito, pensa (e quer) em solucionar os problemas que realmente afligem a cidade para depois, com o uso da metáfora de “fechar com chave de ouro”, conceber políticas de paisagismo. Vamos olhar para os problemas, prefeito!


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Assista e compartilhe a reportagem especial que esteve na Irmandade Nossa Senhora do Rosário, no Largo do Paissandu, Centro da cidade, para contar a história da mais antiga confraria de origem afrodescendente. Confere aí!

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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