Tentar entender o que se passa no MetLife Stadium nessa temporada pode ser complicado. Quando a endzone está pintada de verde, prevemos um show de horrores que o New York Jets nos proporciona. Para os fãs de New York e New Jersey, ir ao estádio para ver uma boa partida do time da casa significava ir ao estádio para ver o Big Blue. Isso mudou. 

O New York Football Giants começa a temporada regular com três derrotas em três partidas. Até hoje, desde que o formado de playoffs para 12 times se instaurou na Liga, em 1990, apenas três equipes que começaram 0-3 foram para a pós-temporada: Chargers em 92, Lions em 95 e Bills em 98. Se os Giants forem para a pós-temporada, seria a primeira equipe do século XXI a conseguir essa façanha, mas isso não ocorrerá. Explico agora os motivos que me levam a cravar que o Big Blue está fora dos playoffs da temporada de 2017. 

Vamos "começar pelo início": para um time vencer um jogo, é necessário fazer mais pontos que o adversário. Para fazer mais pontos que o adversário é preciso ter um ataque eficiente. O New York Giants tornou-se uma equipe previsível.  

No xadrez que é o futebol americano, o xeque-mate só é alcançado se você anular as principais peças adversárias e proteger bem seu rei. Os peões dos Giants tem causado uma enorme dor de cabeça para o rei, Eli Manning. A linha ofensiva da equipe está patética. Os pass-rushers adversários têm ultrapassado os protetores de Manning como quem passa pelas catracas em dias de passe-livre. O jogo corrido não fui. Prova disso é que das 918 jardas totais do ataque dos Giants, apenas 146 são terrestres.  

Em primeiras descidas, onde geralmente se corre mais com a bola, para diminuir as jardas para as próximas duas tentativas de conversão, o jogo terrestre foi acionado apenas 6 vezes, enquanto os passes são 39. Isso é reflexo do desespero contra o relógio, quando o time geralmente precisa virar uma partida. Forçando cada vez mais os passes, fica claro para as defesas a estratégia do ataque. Os coordenadores ofensivos, por sua vez, chamam jogadas de contenção ao passe, recuando mais seus jogadores. O resultado disso é o número de 4 interceptações e 8 sacks (quando os recebedores estão bem marcados, os pass-rushers têm mais tempo para ir atrás do QB). Minhas saudações ao quarterback Eli Manning, que mesmo com o mundo desabando ao seu redor, consegue levar ao time um pouco de esperança a cada partida. 

Os adversários, por sua vez, se aproveitam do baixo aproveitamento dos linebackers e da secundária de New York para mesclar cada vez mais as suas jogadas. Se o fator de previsibilidade do ataque dos Giants interfere positivamente para o adversário, eles não cometem o mesmo erro. Ao todo são 27 corridas e 27 passes em primeiras descidas para os adversários do Big Blue. Deixar o jogo confuso, sem que o adversário possa adivinhar qual jogada usará, é um fator decisivo para o tal do xeque-mate. Sem contar que, a cada peça capturada, mais difícil fica o jogo para o adversário. As lesões capturaram o LB B.J. Goodson e o CB Janoris Jenkinscontribuindo para o fracasso no tabuleiro verde. 

Por trás de cada tabuleiro, existem seus comandantes. Precisamos falar seriamente sobre a permanência de Ben McAdoohead coach dos Giants. Suas chamadas estão cada vez mais confusas, suas escolhas estão cada vez mais condenadas. Já falei sobre o fator previsão, mas reforço: quanto menos o adversário souber seus movimentos, maior sua chance de sucesso. 

Aliás, o substantivo masculino "sucesso" é inexistente em New Jersey no ano de 2017. O New York Giants começa 0-3 na NFL e 0-2 na divisão. Não conto que os adversários da NFC East estão com tudo, mas estão certamente melhores que o Big Blue. Por conta de todos esses fatores, ao final da terceira semana de temporada regular, afirmo: o New York Football Giants está fora dos playoffs de 2017. Xeque-mate. 

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