Dória inicia seu
segundo semestre à frente da Prefeitura sem nenhuma unidade de saúde ou escola
construída. As polêmicas e, acredite, falta de gestão marcaram a primeira
metade do ano
O prefeito João Dória completou seis meses à frente da
Prefeitura. Nestes, a pouca efetividade e coerência nas muitas decisões, boa
parte delas, monocráticas forçaram o paulistano a aceitar uma São Paulo bem
diferente da que ele vivia há 6 meses ou da que ele acreditava vir com a
eleição de um “gestor e não político”.
Dória assumiu para ser dono e não prefeito.
Assumiu para ter em seu currículo, a experiência profissional de ser o
proprietário da maior cidade, em população, da América Latina.
Com foco no marketing, o prefeito “gestor” rememora a
teatralidade dos velhos políticos em fantasias e atos como varrer ruas, plantar
e podar árvores, tapar buracos e reparar calçadas. No mundo das redes sociais,
ele promove a elas a categoria de “mini portais de transparência”, aonde o
prefeito, pessoa pública, mostra ao seu eleitor, ou seguidor na terminologia
das redes, suas ocupações e tarefas. É o viés pessoal de assessoria sendo
tratado como material jornalístico. Em alguns casos, os materiais publicados
nestes “mini portais de transparência”, foram usados para atacar jornalistas
que, por ofício, publicaram matérias e artigos que confrontaram o ego do
prefeito.
A birra é tanta que nas últimas semanas o prefeito foi do
amor ao ódio com o jornal Folha de S.
Paulo. No período de uma semana, ele
promoveu o jornal por uma reportagem sobre o Trabalho Novo e atacou um repórter, do mesmo jornal, por um dossiê
sobre as muitas parcerias anunciadas por ele. Neste último caso, o Sindicato
dos Jornalistas Profissionais de São Paulo chegou a publicar uma nota em repúdio
a ação do prefeito. Para o Sindicato, é “lamentável,
em resposta a reportagem, o prefeito João Dória posta em rede social um
depoimento destemperado, que não contesta diretamente nenhum dado apresentado,
e busca simplesmente, com base no poder que emana de seu cargo, desqualificar o
repórter e a reportagem”. Após este
desentendimento, Dória só faz publicações de reportagens do Estadão. Abre o olho Grupo Estado, se aliar a um autoritarista de
suéter não é lá boa coisa.
O Sindicato traz em sua nota o termo “destemperado”. Não há
definição melhor para o primeiro semestre de Dória. Ele, destemperadamente,
avançou contra grafiteiros e pichadores, crianças do ensino infantil,
cobradores de ônibus, trabalhadores, dependentes químicos e, mais recentemente,
beneficiários do Passe Livre Estudantil.
Grafiteiros e pichadores assistiram suas intervenções sendo
tomadas, primeiro, por tinta cinza, depois por Unha-de-gato dos Muros Verdes
da Prefeitura. Crianças do ensino
municipal tiveram que se adaptar e acostumar as distâncias entre casa e escola,
por causa das reduções de vagas no TEG
(Transporte Escolar Gratuito), e cortes na distribuição de leite pelo Leve Leite.
Os, quase extintos, cobradores de ônibus observaram Dória
fazer uma lavagem cerebral em todos. Baseado em números do Bilhete Único, o prefeito tachou o cargo de cobrador a mero e
dispensável auxiliar do motorista. Quando sabemos sua importância em auxiliar o
passageiro, indiscriminadamente, incluindo os portadores de deficiência, e seu
papel enquanto pai de família, por vezes, única fonte de renda em casa.
Assim que anunciou a manutenção do valor da passagem em R$
3,80, Dória não avisou aos trabalhadores, especialmente, aos da Região
Metropolitana que os custos da medida seriam aplicados sobre eles e, mais recentemente,
aos estudantes beneficiários do Passe
Livre Estudantil. Seu padrinho político, governador Geraldo Alckmin (PSDB),
impedido de aumentar o valor das tarifas de trens, pela CPTM, e Metrô,
reajustou o valor das passagens dos ônibus intermunicipais e integrações. Os
trabalhadores da capital também tiveram que se adaptar com aumento nos valores
do Bilhete Único mensal e com as
mudanças na sequência VT-Passe Livre
Estudantil.
As mudanças na sequência de débito dos créditos foram
preponderantes na redução, da Prefeitura de SP, das cotas do Passe Livre Estudantil. Sem muito
planejamento, Dória e seu secretário de transportes, Sérgio Avelleda, reduziram
a validade da cota de 8 embarques por dia no sistema de ônibus da cidade. A decisão força o estudante que trabalha a
ter o VT para não desembolsar o valor
da passagem, e o empregador a pensar melhor no ato da contratação. Parte dos
estudantes que exercem função remunerada só foram contratados pela
flexibilização do VT. Muitos, até as mudanças, reforçavam sua renda
solicitando que os valores referentes ao Vale
Transporte não fossem descontados. A medida vai na contramão do que pensa o
próprio prefeito. Na estância federal,
ele defende a “Reforma Trabalhista” de Temer porque, para eles, o empregador
tem custos demais para se contratar um funcionário. Enquanto prefeito, ele
reduz a gratuidade sob a justificativa de que os mesmos empregadores defendidos
por ele na “Reforma” devem custear o VT aos
seus funcionários por meio do Bilhete
Único.
Dória iniciou o processo de aniquilamento de um programa que
democratizava o sistema público de transportes. Ele optou por barrar o acesso
de inúmeros estudantes a aparelhos de cultura e arte, e não traçou plano algum
para unidades de saúde, hospitais, escolas e creches. Dória invadiu a Cracolândia, tomou a cidade para si e,
agora, reprime direitos.
Fiscalize conosco o Prefeito na página da Coluna "Mais SP" do JC! (Clique)
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Texto espetacular, exprime tudo o que penso em relação a essa "gestão" nefasta, SP não é uma das empresas desse magnata, para que seus habitantes sejam tratados como NÚMEROS.
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